ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - GUARULHOS
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - E O VERBO SE FEZ CARNE – Jesus sob o Olhar do Apóstolo do Amor
COMENTARISTA: Elienai Cabral
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
LIÇÃO Nº 2 – O NOVO NASCIMENTO
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje teremos a oportunidade de observar uma belíssima conversa entre o Mestre Jesus e Nicodemos, um homem sábio concernente a Lei de Deus, mas que não compreendia a extensão deste projeto. Conheceremos este personagem e sua importância na religião judaica, trataremos do tema central desta lição que é o novo nascimento e por fim veremos por quais meios Deus promove a Regeneração que é a doutrina bíblica do novo nascimento.
I – DEFINIÇÃO REGENERAÇÃO (NOVO NASCIMENTO).
O Pastor Claudionor correia de Andrade define “novo nascimento” ou “regeneração” é: “o milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza divina. Através da regeneração o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual” (ANDRADE, 2006, p. 317). A palavra regeneração no grego é “palinginésia” formada da expressão “pálin”, 'novamente', e “génesis”, 'nascimento', significa, portanto, “novo nascimento”. O novo nascimento é a operação sobrenatural do Espírito Santo no âmago do ser humano, por meio da qual sua natureza é transformada e ele é regenerado segundo a imagem e semelhança de Deus. Trata-se de um ato da graça divina, pelo qual o homem é introduzido na esfera do Reino de Deus (Jo 3. 1–6). Assim como ninguém pode possuir cidadania antes de nascer fisicamente, também ninguém pode fazer parte do Reino espiritual sem experimentar o nascimento do alto. Na revelação bíblica, essa realidade é descrita sob diversas expressões teológicas, como: nascer da água e do Espírito (Jo 3.5–6); ser criado em Cristo (Ef 4.24; Cl 3.10); tornar-se nova criatura (2 Co 5.17); ser regenerado para uma viva esperança (1 Pe 1.3); e nascer de Deus (1 Jo 2.29; 3.9; 4.7; 5.18). Todas essas expressões apontam para a obra regeneradora do Espírito, que concede nova vida àquele que crê, unindo-o vitalmente a Cristo e inserindo-o na comunhão dos santos.
II – NICODEMUS, UM FARISEU.
2.1 Os Fariseus. O nome “fariseu”, no grego farisaios, vem do adjetivo aramaico que significa “separado”, “dividido”. Talvez seus inimigos tenham cunhado esse nome, pois os fariseus viviam separados do povo temendo a imundície. Eles gostavam de chamar-se haberin, “companheiros”, ou qedosim, “santos”. (...) Esdras entregou-se à pesada tarefa de ensinar a Lei ao povo. Ele teve legítimos continuadores de seu importante trabalho. Aqueles que continuaram ensinando a Lei ao povo foram chamados hasidhim, que significa “leais a Deus”. (TOGNINI, p. 152, 2023). Era este grupo seleto que Nicodemos fazia parte, embora muitos ao longo dos anos se tornaram hipócritas como o próprio Jesus disse (Mt. 23).
2.2 O que Jesus falou sobre os fariseus. Precisamos entender que este é um dos grupo mais complexos e materialistas dos dias de Jesus. Eram bastante rigorosos quanto ao cumprimento da Lei, mas infelizmente não viviam o que ensinavam. Vejamos o que Jesus afirmou sobre eles: Eram presunçosos. (Lc. 18. 10-13), guias de cegos. (Mt. 15. 14), hipócritas. (Mt. 15. 7; 23. 23) que adoravam ser vistos. (Mt. 23. 1-7), que viviam de aparências. (Lc. 10.25-37) e principalmente. não aceitavam a reconciliação com os judeus “pecadores e Publicanos” (Lc. 15). Diferentemente de seu grupo este homem está muito interessado em conhecer verdadeiramente quem é Jesus. Ele sabe que sua “religiosidade” não o completa e que ele precisa de algo que só Jesus poderia oferecer e vai em busca disso, e ele encontra.
2.3 Nicodemos. tudo indica que Nicodemos foi extremamente sincero em sua busca pela verdade. Foi procurar Jesus à noite, não porque temesse ser visto, mas provavelmente porque desejava ter uma conversa tranquila e sem interrupções com o novo Mestre "vindo da parte de Deus". O fato de Nicodemos usar o plural ("sabemos") e de Jesus responder com "importa-vos" (Jo 3:7) pode indicar que Nicodemos representasse os líderes religiosos. Era um homem de altíssimo caráter moral e de profundo anseio espiritual, mas que sofria de grande cegueira espiritual (WIERSBE, p. 379, 2007).
III - A NECESSIDADE DA REGENERAÇÃO
Deus criou os seres humanos em um estado de perfeição: “Deus fez ao homem reto” (Ec 7.29-a). Uma das características que Deus concedeu ao homem foi o poder do livre arbítrio (Gn 2.16). O primeiro casal fez uso da liberdade e quis desobedecer a Deus (Gn 3.1-6). O que seguiu-se a este mau uso da liberdade humana foi um estado de pecaminosidade, do qual não podemos escapar e reverter sem o auxílio divino. Dentre as consequências que o pecado trouxe ao homem, a principal delas, foi a morte espiritual (Gn 2.16,17; 3.2,3; Rm 6.23). A morte espiritual é a separação espiritual de Deus (Is 59.2). Como toda a humanidade estava representada em Adão, quando ele caiu em transgressão, também toda a humanidade caiu com ele. O apóstolo Paulo deixa isso bem claro quando assevera: “por um homem entrou o pecado [...] por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Confira também: (Rm 2.10-12; 3.23; 5.13-16). Geisler (2010, p. 104) acrescenta dizendo: “todo descendente de Adão — toda pessoa nascida de pais naturais desde o tempo da Queda — também está espiritualmente morto”. Diante de tal situação espiritual de morte, faz-se necessário o homem nascer espiritualmente de novo. Portanto, a regeneração é uma necessidade a todos os homens (Jo 3.3,5). Vejamos:
3.1 Sem o novo nascimento o homem permanece morto espiritualmente. Paulo diz que o homem não regenerado “está morto em delitos e pecados” (Ef 2.1,5). Vale salientar que essa “morte” não é a incapacidade de corresponder ao chamado de Deus, mas a separação espiritual da presença dEle (Is 59.2; Rm 3.23). Paulo disse que o homem nessa condição não compreende as coisas de Deus (1Co 2.14). O pecador é iluminado, quando exposto a pregação da Palavra que esclarece seu entendimento (Ef 1.18; 6.4;
2Co 6.4), até então obscurecido pelo pecado (Ef 4.18) e pelo diabo (2Co 4.4), e, ao crer no evangelho este é então vivificado (Ef 1.13; 2.1,5). No entanto, mesmo sendo iluminado, a pessoa pode optar por aceitar ou rejeitar o plano da salvação (Mt 16.24; Jo
7.37; Ap 22.17).
3.2 Sem o novo nascimento, o homem não tem acesso ao Reino de Deus. Por melhor que seja uma pessoa, ela não pode produzir sua salvação (Is 64.6; Tt 3.5). Jesus declarou ao religioso Nicodemos três vezes que “é necessário nascer de novo” (Jo 3.3,5,7). Moody (sd, p. 18) diz que esta “não é simplesmente uma exigência pessoal, mas universal”. Segundo o Mestre Jesus, o novo nascimento é necessário porque: (a) sem ele o homem não pode ver o Reino de Deus (Jo 3.3); e, (b) tampouco entrar nele (Jo 3.5). O homem do jeito que está não pode ter acesso ao Reino de Deus, pois é “filho da ira por natureza” (Ef 2.3); e, andando na carne não pode agradar a Deus (Rm 8.8). Somente quando nasce de novo, este homem é criado em verdadeira justiça e santidade requeridas por Deus para que tenha acesso ao Reino (Ef 4.24).
IV – COMPREENDENDO COMO SE DÁ A OBRA DA REGENERAÇÃO.
4.1 É um ato espiritual. A desobediência humana recebeu como sentença a morte, tanto física quanto espiritual (Gn 2.16,17; Ez 18.4; Rm 6.23; Ef 2.1,5). Essa morte espiritual implica na separação da presença de Deus (Rm 3.23). Portanto, “morto espiritualmente” o homem necessita “nascer de novo” espiritualmente para ter comunhão com Deus. Por isso, no discurso de Jesus com Nicodemos o Mestre lhe diz: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). Segundo Beacon (2006, p. 49 – acréscimo nosso) a palavra traduzida como “de novo” é “anothen”, que tem vários significados e um deles é: “de cima”. Acerca disso Wilmington (2015, pp. 362,363) diz que: “o Messias estaria, então, dizendo que o único requisito para viver nesta terra é ter um nascimento físico; igualmente, o único requisito para viver um dia nos céus é ter um nascimento espiritual”. Esse “nascer do Espírito” em nada tem a ver com a reencarnação, que é um ensinamento que não encontra apoio nas Escrituras (2 Sm 12.21-23; Hb 9.27). Aliás, Nicodemos perguntou se a regeneração era vir de novo a vida fisicamente, voltando ao ventre materno (Jo 3.4). Jesus respondeu dizendo “o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6).
4.2 É um ato interior. Os profetas predisseram este ato sobrenatural (Dt 30.6; Jr 24.7; Ez 11.19; 36.26,27). Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece no novo nascimento. Nestas passagens bíblicas o novo nascimento é comparado a uma “cirurgia interior”. Deixando claro que a regeneração é um ato divino operado pelo Espírito Santo no espírito do homem. Segundo Macgrath (2010, p. 525) “a regeneração altera a natureza interior do pecador” (Gl 5.16,17; Cl 3.5; 1Pd 2.11; 2Pd 1.4; 1Jo 3.9; 5.18).
4.3 Um ato instantâneo e distinto. Diferente da santificação que é um processo, a regeneração é um ato instantâneo. A palavra
“instantâneo” segundo o Aurélio significa: “que se dá num instante; rápido; súbito” (2004, p. 1113). O apóstolo Paulo nos diz:
“assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é [...]” (2 Co 5.17). É bom destacar também que a regeneração é uma etapa da salvação distinta da justificação, da santificação e da glorificação. A ordem segue-se assim: primeiro “o pecador é declarado justo” (justificação); em seguida “ele é feito justo” (regeneração); depois “ele vai se tornando justo” (santificação); e, por fim, ele “será perfeitamente justo” (glorificação).
CONCLUSÃO
Através do processo do novo nascimento temos a oportunidade de voltar a ser o que Deus sempre planejou para todos nós, podemos ser novamente seus filhos. É a partir da Regeneração que todos podemos alcançar as demais bençãos advindas do sacrifício vicário de Cristo, e ter a esperança de um dia estar com ele para sempre. O pecado atingiu o homem e o destituiu da glória de Deus. Todavia, Deus tomou a iniciativa de restaurar a comunhão outrora perdida com o homem, através do evangelho, que iluminando o entendimento humano, pode vivificá-lo, transformar o seu interior e levá-lo a ser participante da natureza divina. REFERÊNCIAS • ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
• GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
• HORTON, Stanley. Teologia Sistematica uma perspectiva pentecostal. CPAD • MCGRATH, Alister E. Teologia sistemática, Histórica e Filosófica. SHEDD
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Novo Testamento. GEOGRAFICA
• TOGNINI, Enéas. O Período Interbíblico. HAGNOS
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 09 de Abr de 2025