Adultos

Lição 7 - As naturezas humana e divina de Jesus III

ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - EM DEFESA DA FÉ CRISTà– Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência

COMENTARISTA: Esequias Soares da Silva

COMENTÁRIO: EV. MARCOS JACOB DE MEDEIROS

LIÇÃO Nº 7 – AS NATUREZAS HUMANA E DIVINA DE JESUS

Texto: Romanos 1.1-4; Filipenses 2.5-11

Introdução: Jesus é o eterno e verdadeiro Deus e, ao mesmo tempo, o verdadeiro homem.

I - O ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS

1. "Descendência de Davi segundo a carne" (Rm 1.3)

1.1. O apóstolo está se referindo aos ancestrais de Jesus

a. Ele veio de uma família humana de carne e ossos, que vivia entre o povo de Israel

b. A sua linhagem está registrada no Evangelho de Mateus 1 e em Lucas 3

1.2. Jesus foi concebido no ventre de Maria, uma virgem de Israel, pelo Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35).

a. Aí está o elo humano-divino, as duas naturezas do Senhor Jesus

2. "Declarado Filho de Deus em poder" (Rm 1.4)

2.1. Essa expressão indica a divindade de Jesus

a. Isso é reforçado logo em seguida pelas palavras "Jesus Cristo, nosso Senhor".

b. O Senhor Jesus é um judeu, descendente de Israel e, ao mesmo tempo, é o "Deus bendito eternamente" (Rm 9.5)

3. O antigo hino cristológico (Fp 2.5,6)

3.1. O apóstolo está se referindo ao status de Cristo antes da encarnação (Jo 1.1,14)

3.2. Enfatiza, também, o aspecto humano (Fp 2.7,8).

a. Ο apóstolo está sendo muito claro no ensino das naturezas humana e divina em uma só Pessoa

b. Essa passagem é parte de um provável hino que os primeiros cristãos cantavam nos cultos

. O apóstolo Paulo a inseriu nessa epístola aos Filipenses

3.3. O termo grego morphē, "forma", usado pelo apóstolo Paulo, "sendo em forma de Deus" (Fp 2.6)

c. Indica essência imutável, portanto, Ele jamais deixou de ser Deus

II - AS HERESIAS CONTRA O ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS

1. Quem foi Nestório?

1.1. Ele foi bispo de Constantinopla entre 428-431

1.2. Nestório discordava do título dado à Maria, defendido por Cirilo de Alexandria (376-444)

a. Cirilo a chamava de "mãe de Deus"

. Em grego theotokos, literalmente "portadora de Deus"

b. Nestório sugeriu "receptora de Deus" ou christotokos, "mãe de Cristo"

1.3. Maria é mãe do Jesus humano (Mt 2.11,13,14,20,21)

a. Maria não é mãe de Deus, visto que Deus é eterno (Sl 90.2; 93.2; Is 40.28)

1.4. A expressão adotada por Cirilo era uma contradição em si mesma

1.5. A posição de Nestório foi bíblica e teologicamente correta

a. Mas, a popularidade do termo "mãe de Deus" de Cirilo impediu o êxito do termo e da explicação de Nestório

b. A preocupação dele era menos com a Mariolatria e mais com as ideias do Arianismo

2. Nestorianismo

2.1. Nestório defendia:

a. A divindade de Cristo e a humanidade definida no Credo Niceno-constantinopolitano em 381

2.2. Segundo o pensamento nestoriano

a. As duas naturezas de Cristo, a humana e a divina, eram duas pessoas

. Essa foi a acusação contra ele

b. Ele usava a ilustração da comparação de marido e mulher serem uma "uma só carne" (Gn 2.4)

. Essa afirmação foi considerada heresia pelo Concílio de Éfeso em 431

2.3. Nestório foi condenado por esse concílio que o declarou herege e o imperador o exilou

3. Monofisismo

3.1. O termo vem de duas palavras gregas monos, "único", e physis, "natureza"

3.2. Seu principal expoente foi Êutico, também conhecido como Eutique

3.3. Essa doutrina afirma que as duas naturezas de Cristo são fundidas em uma só natureza amalgamada

a. O sentido de "amalgamar", não o de unir

b. O sentido aqui é de fusão

. Seria uma só natureza híbrida, nem totalmente Deus e nem totalmente homem

3.4. Essa doutrina foi condenada no Concílio da Calcedônia, em 451

a. Ilustração. O bronze é uma liga de cobre e estanho, de modo que nem é cobre e nem estanho, mas outro metal; quanto a cor verde, é uma mistura das cores azul e amarela. Assim como bronze não é cobre e nem estanho; e, o verde não é azul e nem amarelo, da mesma forma, de acordo com Êutico, as naturezas de Cristo não são divina nem humana

b. Resposta bíblica. Segundo a Bíblia, o Senhor Jesus é perfeito quanto à divindade e perfeito quanto à humanidade (Rm 9.5; Fp 2.5-11)

4. O Concílio de Calcedônia

4.1. Essa formulação teológica fala das duas naturezas de Cristo em uma só pessoa:

a. "as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só

4.2. Pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas Pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor"

a. A encarnação do Verbo não é uma conversão ou transmutação de Deus em homem e nem de homem em Deus

b. A distinção é precisa entre natureza e pessoa, diz o documento

c. A união dessas duas naturezas é permanente como resultado da encarnação

4.3. O documento é uma interpretação precisa das Escrituras (Is 9.5; Jo 10.30-37).

III - O PERIGO DESSAS HERESIAS NA ATUALIDADE

1. Os monofisitas

1.1. Quando a doutrina monofisista foi rejeitada juntamente com o nestorianismo, houve reação.

1.2. Jacob Baradeus (500-578)

a. Era um monge sírio

b. Liderou o grupo monofisista

c. Preservou a tradição siro-monofisista, conhecida como tradição jacobita

1.3. Ele e seus seguidores rejeitaram a decisão do Concílio de Calcedônia.

1.4. Quem são eles hoje? São as igrejas ortodoxas, cóptica, armênia, abissínia e jacobitas

1.5. É importante conhecer a cristologia dessa tradição cristã e saber como responder seus questionamentos, e, sobretudo, conservar a fé no Jesus, o Deus que se fez homem o Emanuel, "Deus Conosco" (Mt 1.23); o Deus "que se manifestou em carne" (1Tm 3.16)

2. O kenoticismo

2.1. Do verbo grego kenoō, significa "esvaziar" (Fp 2.7)

2.2. A doutrina kenótica afirma que Jesus, enquanto esteve na Terra, esvaziou a si mesma dos atributos divinos.

a. O Verbo possuía os atributos divinos, mas escolheu não os usar;

b. As prerrogativas da deidade foram usadas, mas na submissão do Pai e na direção do Espírito Santo.

2.3. Entendemos que, sem atributos divinos, Jesus é menos que Deus

2.4. O kenosis é o "esvaziamento" de Cristo

a. Isso foi uma condição para o seu messiado, por isso Ele abriu mão de sua glória celeste (Jo 17.5)

2.5. Jesus revelou sua natureza divina quando esteve na Terra, Ele agiu como Deus

a. Perdoou pecados (Mc 2.5-7; Lc 7.48)

b. Recebeu adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Jo 9.38)

c. Repreendeu a fúria do mar (Mt 8.26, 27; Mc 4.39)

d. Somente Deus tem esse poder (Sl 65.7; 89.9)

3. Mariolatria

3.1. O catolicismo romano adotou o termo "mãe de Deus" de Cirilo

a. É um pensamento antibíblico que se desenvolveu numa teologia e permanece até hoje por conta da sua popularidade

3.2. Aprendemos que o que parece certo e a escolha popular nem sempre representam a verdade (At 8.9-11)

Conclusão: O Concílio de Calcedônia em 451 reafirma os dois concílios anteriores, o de Niceia, em 325, e o de Constantinopla, em 381, ratificando os credos produzidos por esses conclaves gerais e estabeleceu definitivamente as duas naturezas de Cristo. A melhor maneira de se proteger dessas, e de outras heresias, é conhecer bem no que acreditamos, os ensinos oficiais de nossa igreja e seus respectivos fundamentos bíblicos. Isso serve como nosso referencial quando nos deparamos com doutrinas inadequadas.

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