Adultos

Lição 3 - A encarnação do Verbo VI

ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - EM DEFESA DA FÉ CRISTà– Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência

COMENTARISTA: Esequias Soares da Silva

COMENTÁRIO: EV. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO Nº 3 – A ENCARNAÇÃO DO VERBO

A encarnação de Jesus Cristo é um dos temas mais discutidos, não somente por teólogos, mas também por estudiosos seculares. A natureza divina de Cristo, bem como a sua humanidade, sempre estiveram em centro de polêmicas desde os tempos da Igreja Primitiva. Mas não se engane, essa estratégia de negar a encarnação de Cristo não tem outra finalidade a não ser rejeitar também que Ele foi morto, mas ressuscitou ao terceiro dia, tornando-se a razão da Salvação de todo aquele que crê (Hb 5.9). À vista disso, é imprescindível conhecer como a encarnação de Jesus Cristo está fundamentada teologicamente para que não sejamos confundidos por aqueles que tentam distorcer a cristologia bíblica.

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.

HERESIAS QUE NEGAM A CORPOREIDADE DE CRISTO

O primeiro movimento a negar que o Senhor Jesus veio em carne foi o gnosticismo, um sistema eclético-filosófico-religioso que surgiu no primeiro século da Era Cristã. O movimento buscava conciliar toda as religiões e decifrar-lhes o sentido por meio da gnose. Seu período áureo foi entre 135-160 d.C., mas há evidência deles no seu estágio incipiente na época do apóstolo João, em seus últimos dias.

Dentre os contados gnósticos à época, encontramos um grupo específico determinado de docetas. O docetismo (gr. dokeo, “aparecer” ou “parecer”), se apresenta como um grupo filosófico que se aplicava em explicar que Jesus não possuíra um corpo físico, isto é, seu pensamento firmava em afirmar que a humanidade de Cristo era utopia.

Eles negavam a realidade do “corpo humano” de Cristo. Ensinavam que Cristo apareceu na pessoa de Jesus, mas que este nunca foi realmente um ser humano. [...] Para eles, Jesus apenas se parecia com o homem. Toda a sua existência na terra teria sido uma farsa; Ele teria fingido ser carne e sangue, visando ao bem dos discípulos. […] Afirmavam que Cristo tinha um “corpo real”, mas negavam que fosse material.

Os docetas entendiam que o corpo de Cristo estava longe de algo material, sendo mais aproximado com uma espécie de “fantasma” do que com um ser humano em sua materialidade. Contudo, esse pensamento deve ser contado como heresia, pois a Palavra de Deus, em nenhum texto, apresenta essa afirmação.

Os docetas ensinavam uma “Cristologia” dualista, pela qual “Cristo” teria entrado em “Jesus” no batismo e o abandonado pouco antes de sua morte. “Cristo” teria, por exemplo, usado as cordas vocais de “Jesus” para ensinar os discípulos, porém nunca foi realmente um ser humano. Afirmavam, portanto, que “Jesus” e “Cristo” eram duas pessoas distintas.

Destaque

É provável que o gnosticismo tenha surgido como um segmento cristão, no Egito, entre o fim do século I e o início do século II. Muitos escritos do gnosticismo do segundo século foram encontrados, incluindo o chamado Evangelho Segundo Tomé.

A AFIRMAÇÃO APOSTÓLICA DA CORPOREIRADE DE JESUS

A afirmação dos Escritos Sagrados nos conduz a compreender bem o real ensino da Cristologia bíblica. Em nenhum momento encontramos textos que apontem para uma com- preensão da inexistência do corpo humano de Cristo. Portanto, negar a humanidade de Cristo não encontra amparo nas Escrituras, muito menos no colégio apostólico.

O prólogo do Evangelho de João declara com todas as letras que “O Verbo se fez carne e habitou entre nós [...] e vimos a sua glória” (Jo 1.14). Como homem o Verbo recebeu um nome e seu nome completo é: “Senhor Jesus Cristo”, além de inúmeros títulos. Quando vamos para as cartas joaninas, podemos perceber que existe uma congruência com o que já havia sido expresso em seu Evangelho. João afirma categoricamente que a hu- manidade de Jesus era muito real, e não algo de sua imaginação. Ele próprio escreveu: “[...] as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1 Jo 1.1).

Há um certo grau apologético no tocante à humanidade de Cristo na primeira e na segunda cartas de João. Essa preocupação apostólica se justifica porque, em seus dias, já ha- viam sido introduzidos no seio da igreja falsos mestres, distorcendo a cristologia ensinada pelos apóstolos. Negar a humanidade de Jesus é tão grave quanto negar a sua deidade.

Cristo humanizou-se para aniquilar o que tinha o império da morte, o Diabo. O autor de Hebreus mostra isso de maneira sublime e sem igual: “E, visto que os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hb 2.14).

Destaque

João apresenta Cristo mediante o termo grego logos, que significa “palavra”, “demons- tração”, “mensagem”, “declaração” ou “o ato da fala”. Mas Oscar Cullman aponta a impor- tância de se reconhecer que, em João 1, logos tem um significado específico: é descrito como uma hypostasis (Hb 1.3), uma existência distinta e pessoal de um ser real e específico. João 1.1 demonstra que “o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” são duas expressões si- multaneamente verídicas. Isto significa jamais ter havido um período em que o Logos não existisse juntamente com o Pai. João passa, então, a demonstrar o Verbo atuante na criação. Gênesis 1.1 nos ensina que Deus criou o mundo. João 1.3 especifica que o Senhor Jesus Cristo, no seu estado pré-encarnado, fez a obra da criação, executando a vontade e o propósito do Pai".

COMO ESSAS HERESIAS SE REVELAM HOJE

No tempo presente não estamos livres dos pensamentos heréticos apresentados inici- almente pelos docetas. O mormonismo, por exemplo, nega a concepção e nascimento virginal de Jesus. Estes afirmam que Jesus é o nosso irmão mais velho, e que não foi gerado pelo Espírito Santo, uma afronta ao texto de Mateus que diz: “porque o que nela está gerado é do Espírito Santo” (Mt 1.20).

Outros, ainda, afirmam que Jesus não morreu crucificado, mas sim uma espécie de “dublê” havia sido colocado em seu lugar. Esse pensamento é perigoso, pois se Cristo não morreu por nós, os nossos pecados não foram perdoados (Rm 4.25).

Note que a apologética Cristológica considera como inegociável a verdade de que Cristo possuiu natureza humana e corpo físico. Apesar do discurso docetista ainda se mostrar presente em diversas seitas dos dias atuais, estas não poderão confundir a mente de nossos alunos. Para tanto, é preciso reafirmar o testemunho dos apóstolos de que nosso Senhor Jesus Cristo veio a este mundo, andou com Seus discípulos, operou prodígios e maravilhas, libertou aqueles que se encontravam cativos por Satanás, pregou o Evangelho do Reino, foi crucifi- cado e morto, ressuscitou ao terceiro dia e, depois de andar quarenta dias com Seus discípulos, foi assunto ao céu (At 2.22-24; 10.36-41).

Destaque

Cristo veio porque já existia antes da fundação do mundo, pois estava junto com o Pai. Os apóstolos viram e tocaram da Palavra de Deus encarnada (1 Jo 1.1). Que este testemunho seja levado até os confins da terra não somente por palavras, mas, principalmente, por meio de nossas vidas (At 1.8).

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. ANTONIO VITOR LIMA BORBA

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