Adultos

Lição 12 - O banquete de Ester: denúncia e livramento V

SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2024

Adultos - O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração

COMENTARISTA: Silas Queiroz

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 12 – O BANQUETE DE ESTER: DENÚNCIA E LIVRAMENTO

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos que depois da leitura do livro das memórias das crônicas e a consequente exaltação de Mardoqueu e a humilhação de Hamã (Et 6.1-14), a rainha Ester ofereceu um segundo banquete ao rei Assuero, juntamente com Hamã, onde ela denunciou o plano diabólico de Hamã, de matar todos os judeus e saquear os seus bens, resultando, em um novo decreto, dando aos judeus o direito de se defender e de se vingar de seus inimigos. Ainda nesta lição, pontuaremos o significado dos termos “banquete”, “denúncia” e “livramento”; explicaremos como se deu os dois banquetes oferecidos pela rainha Ester ao rei Assuero e a Hamã; e, finalmente, elencaremos a denúncia de Ester e a sentença de Hamã.

I – DEFINIÇÕES DAS PALAVRAS-CHAVE DA LIÇÃO

1.1 Definição da termo banquete. Segundo o dicionário Houaiss (2001, p. 397), o termo ‘banquete’ significa: “refeição festiva” ou “refeição formal e solene, de que participam muitos convidados”. O livro de Ester menciona diversos banquetes: o do rei Assuero, para mostrar as riquezas e a glória do seu reino (Et 1.3-8); o da rainha Vasti, para as mulheres da casa real (Et 1.9); outro do rei Assuero, depois que tomou Ester como sua esposa (Et 2.18); e dois outros banquetes preparados pela rainha Ester para o rei Assuero e para o ímpio Hamã (Et 5.4,5; 7.2-8).

1.2 Definição da termo denúncia. O termo ‘denúncia’ é definido pelo o dicionário Houaiss (2001, p. 940) como: “ato ou efeito de denunciar”, “acusação em que se atribui a alguém uma falta ou crime”. No livro de Ester lemos acerca de três graves denúncias: a primeira, quando Mardoqueu descobriu a conspiração de Bigtã e Teres, que eram eunucos e guardas do rei, e o fez saber a rainha Ester (Et 2.21-23); a segunda, quando Hamã denunciou ao rei Assuero que os judeus não obedeciam as leis persas (Et 3.8); e, a terceira, feita pela própria rainha Ester ao rei Assuero, denunciando o plano maligno de Hamã de matar todos os judeus (Et 7.3-6).

1.3 Definição da termo livramento. Este termo deriva-se do verbo ‘livrar’, que o dicionário Houaiss (2001, p. 1773) define como “tornar-se livre”, “soltar”, “escapar”. Duas das três acusações mencionadas do livro de Ester eram verdadeiras e ambas resultaram em livramentos. A primeira impediu que o rei Assuero fosse morto (Et 2.21-23), e, a segunda, impediu que os judeus fossem executados (Et 8.1-17). Por uma providência divina, mesmo depois que o decreto mandando matar todos os judeus estivesse assinado (Et 3.8-15) o rei Assuero escreveu outro decreto, dando aos judeus o direito de se defender e de se vingar de seus inimigos (Et 8.10-14).

II – OS DOIS BANQUETES OFERECIDOS PELA RAINHA ESTER

Após o período de jejum de três dias (Et 5.1) a rainha Ester vestiu-se com suas vestes reais e compareceu à presença do rei, mesmo sem ser chamada. Assuero, então, lhe estendeu o cetro e lhe deu a liberdade de pedir o que ela quisesse, “até a metade do reino” (Et 5.3). Mas, Ester agiu com prudência e convidou o rei para comparecer a dois banquetes, juntamente com Hamã. Vejamos:

2.1 O primeiro banquete (Et 5.5-8). Nesse primeiro banquete, a rainha Ester não denunciou o plano de Hamã. Ela apenas convidou o rei para comparecer ao segundo banquete, juntamente com Hamã, que seria realizado no dia seguinte (Et 5.8). Sua atitude foi prudente. Ela esperou o momento oportuno. “Mesmo o rei prontificando-se a atender Ester de forma imediata, ela agiu com cautela, esperando o momento certo. Na primeira ocasião, apenas convidou o rei para um banquete, junto com Hamã. Na hora do banquete, o rei renovou a sua disposição em atender a qualquer pedido de Ester. Era a segunda oportunidade, mas ainda não era o momento adequado. Ester convidou Assuero e Hamã para outro banquete no dia seguinte, quando, então, faria o seu pedido (5.8). Uma noite importante separava os fatos. Os desígnios de Deus são perfeitos, e Ester estava mesmo em sintonia com a providência divina. Confiar em Deus e depender dEle faz com que vivamos experiências extraordinárias. Assuero e Hamã foram para casa. As próximas 24 horas seriam decisivas” (Queiroz, 2024, p. 120).

2.2 O segundo banquete (Et 7.1-9). No segundo dia, o rei compareceu ao banquete do vinho, juntamente com Hamã. Assuero, então, perguntou a Ester: “Qual é a tua petição? E se te dará. E qual é o teu requerimento? Até metade do reino se fará” (Et 7.1,2). “Da mesma forma como a pergunta, a resposta de Ester foi imediata. A essa altura, talvez o coração da rainha estivesse acelerado. Uma jovem judia, sem nenhuma tradição real, estava diante do grande imperador persa e do algoz do seu povo, os judeus, e teria que ser firme na sua declaração. Ester revelou-se uma mulher forte e decidida, denunciando o mau Hamã (Et 7.3- 6). A força moral de Ester certamente vinha do fato de ela ter sido criada em obediência e temor. Em tempos nos quais tanto se critica o obedecer a regras, é preciso considerar que não há crescimento moral sem disciplina; não se forja o caráter sem ela, muito menos se constrói uma estrutura emocional forte, e isso se aplica a todos. [...] Ester foi essa mulher, que não titubeou no momento de denunciar ao mau Hamã” (Queiroz, 2024, p. 135). III – A DENÚNCIA DE ESTER E A SENTENÇA DE HAMÃ

Sem dúvida Ester tinha plena convicção de que havia se tornado rainha por um propósito divino: ser o instrumento de Deus para preservação do povo judeu. E, o momento havia chegado para denunciar os planos malignos de Hamã, de matar todos os judeus e saquear os seus bens. Vejamos como a rainha Ester agiu de forma sábia e prudente:

3.1 A petição e o requerimento de Ester. Diante da pergunta do rei Assuero: “Qual é a tua petição? E se te dará. E qual é o teu requerimento? Até metade do reino se fará” (Et 7.1,2), a rainha Ester, respondeu então: “Se, ó rei, achei graça aos teus olhos, e se bem parecer ao rei, dê-se-me aminha vida como minha petição e o meu povo como meu requerimento.” (Et 7.3). Ester era uma mulher e altruísta. Segundo o dicionário Aurélio, a palavra altruísta, quer dizer: “sentimento de quem põe o interesse alheio acima do próprio”, ou seja, uma pessoa altruísta está mais preocupada com o interesse do próximo do que com o seu. Assim sendo, altruísmo é, acima de tudo, uma demonstração de amor, pois, o amor não busca os seus interesses (I Co 13.5). Ester destaca-se também na história bíblica como uma autêntica intercessora. De forma sábia, ela pediu ao rei não apenas pela sua própria vida, mas, também pelo povo judeu, como fizeram também Moisés (Êx 32.11-14; Nm 14.13-20); Neemias (Ne 1.5- 11; 2.1-5); Daniel (Dn 9.3-20); Jesus (Jo 17.1-24); Paulo (Fp 1.4-6); além de outros.

3.2 A denúncia de Ester. Disse, então, a rainha ao rei Assuero: “Porque estamos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e lançarem a perder...” (Et 7.4). É bem possível que o rei tenha pensado sobre qual seria a petição da rainha Ester. O que era tão importante para ela, a ponto de ela preparar dois banquetes para fazer a sua petição? E, para a surpresa do rei Assuero, ela falou que a sua vida e a do seu povo estava em risco. “Se tivesse vendido os judeus como escravos, o pagamento poderia ser considerado justo, mas vendê-los para a morte e destruição absoluta era algo que não havia dinheiro que pudesse pagar. De acordo com Ester, se tivesse sido apenas uma questão de escravidão, ela teria permanecido calada. Para que incomodar o rei com algo assim? Porém, um extermínio em grande escala era algo que não se poderia ignorar. A rainha ester intercedeu corajosamente por seu povo” (Wiersbe, 2010, p. 723).

3.3 A pergunta do rei Assuero. Ao tomar conhecimento que a rainha Ester estava ameaçada de morte, o rei perguntou, então: “Quem é esse? E onde está esse cujo coração o instigou a fazer assim? E disse Ester: O homem, o opressor e o inimigo é este mau Hamã” (Et 7.5,6). “Procure imaginar, a essa altura da história, o que se passava pela cabeça do rei Assuero. Sem acusá-lo explicitamente, Ester havia envolvido o rei num crime terrível, e, por certo, ele se sentiu culpado. O rei sabia que aprovara aquele decreto de modo impensado. Porém, não percebeu que aquilo fazia parte de uma conspiração. Assinara a ordem de execução da própria esposa! O rei deveria encontrar um modo de salvar, ao mesmo tempo, a esposa e a honra” (Wiersbe, 2010, p. 723). Depois disso, o rei levantou-se furioso e foi até o jardim do palácio (Et 7.7), possivelmente para refletir sobre a sua decisão precipitada, de dar autonomia a Hamã para mandar exterminar todos os judeus (Et 3.10-12) e pensar sobre qual seria a sentença que deveria ser dada a Hamã.

3.4 A súplica de Hamã pela sua vida. Depois de ouvir a acusação da rainha e presenciar a fúria do rei, Hamã, então, pôs-se a rogar pela sua vida. E, quando o rei Assuero retornou do jardim, viu Hamã prostrado sobre o leito onde estava a rainha Ester, fazendo com que a fúria do rei aumentasse ainda mais. “Porventura, quereria ele também forçar a rainha perante mim nesta casa? (Et 7.7,8). “Que paradoxo! Hamã havia se enfurecido porque um judeu recusava-se a curvar-se diante dele, e agora Hamã se prostrava diante de uma judia, suplicando por sua vida! Quando o rei entrou no aposento e viu a cena, acusou hamã de tentar molestar a rainha” (Wiersbe, 2010, p. 724). A história de Hamã nas páginas da Bíblia se inicia com o rei Assuero o exaltando e o colocando acima de todos os príncipes (Et 3.1), mas, foi marcada pelo ódio e crueldade não apenas contra Mardoqueu, mas, também, contra o povo judeu (Et 3.5-15). Por essa razão, ele tem um fim trágico, como veremos a seguir.

3.5 A sentença do rei Assuero para Hamã. Depois disso, Hamã foi preso e um dos eunucos do rei Assuero, por nome Harbona informou ao rei Assuero que Hamã também havia mandado fazer uma forca para Mardoqueu. Então, o rei determinou que Hamã fosse inforcado nela (Et 7.8,9). “A forca construída para Mordecai num local tão visível mostrou-se conveniente para a execução de Hamã. Assim, o rei a usou para esse fim . [...] ‘Não vos enganeis: de Deus não se zomba’, advertiu Paulo. ‘Pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará’ (Gl 6.7). O primeiro-ministro semeou ódio contra Mordecai e colheu a fúria do rei. Hamã desejava matar Mordecai e todos os judeus, mas foi morto pelo rei. ‘Segundo eu tenho visto, os que lavram a iniquidade e semeiam o mal, isso mesmo eles segam’ (Jó 4.8). ‘O que semeia a injustiça segará males.’ (Pv 22.8)” (Wiersbe, 2010, p. 724).

CONCLUSÃO

Dentre as muitas virtudes da rainha Ester, destacamos nesta lição a sua coragem, seu altruísmo e sua intercessão. De forma sábia e prudente, ela agiu em favor de sua vida e do seu povo. Por outro lado, aprendemos sobre a lei da semeadura. Hamã, que planejou a morte de Mardoqueu, bem como a de todos os judeus do reino da Pérsia, foi enforcado na própria forca que preparou. Sejamos, pois, sábios, altruístas e intercessores como Ester; e jamais venhamos agir como o astuto e maligno Hamã.

REFERÊNCIAS

• BALDWIN, Joyce G. Ester: Introdução e Comentário. VIDA NOVA.

• QUEIROZ, Silas. O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família. CPAD.

• HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

• WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRÁFICA.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 15 de Set de 2024

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