Adultos

Lição 4 - O encontro de Rute com Boaz V

SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2024

Adultos - O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração

COMENTARISTA: Silas Queiroz

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 4 – O ENCONTRO DE RUTE COM BOAZ

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos sobre quem foi Boaz; pontuaremos o amor altruístas que é a entrega pelo outro e a abnegação pelo outro em detrimento a si mesmo. Em dias em que o egoísmo infelizmente se prolifera cada vez mais na sociedade, a mensagem cristã permanece sendo o altruísmo. Trataremos sobre o encontro de Boaz e Rute como uma providência divina; veremos com Rute que o amor por sua sogra lhe trouxe grandes benefícios, mas que ela nunca os fez para recebê-lo, e que a lei da retribuição é algo que nenhum ser humano poderá escapar. E por fim; falaremos sobre a recompensa de Deus para Rute.

I – QUEM FOI BOAZ

1.1 conhecendo Boaz. O nome Boaz vem do hebraico e significa: “a força está nele”. Nome encontrado no livro de Rute e nas genealogias em 1 Crônicas, Mateus e Lucas. Boaz foi um proprietário de terras temente a Deus, que viveu em Belém de Judá no período dos Juízes (Gandner, 2013, p. 103). Boaz aparece no livro de Rute, onde é retratado como um parente próximo do falecido marido de Rute, Elimeleque. Rute, uma viúva moabita, decide seguir sua sogra Noemi de volta a Belém depois da morte de seu marido. Em Belém, Rute vai colher espigas nos campos de Boaz, que a trata com gentileza e generosidade. Foi ele quem se dirigiu a ela primeiro, pois Rute não teria ousado falar com um homem, especialmente um desconhecido e que era o “senhor da ceifa”. Que direito uma viúva e estrangeira tinha de se dirigir a um homem importante com o Boaz? E, no entanto, ele interrompeu a conversa com seu capataz para conversar com uma pobre desconhecida respigando em seu campo (Wiersbe, 2012, p. 182). Isso fala muito deste homem que é um tipo de Cristo.

1.2 A Lei do Levirato. Em Levítico 25.25 encontra-se pela primeira vez referência ao parente próximo [em hebraico goel] como quem podia resgatar a seu irmão ou a propriedade de seu irmão. O “goel” tinha de ser o parente consanguíneo mais próximo (Rt 2.20; 3.9,12; 4.1,3,6,8). No período bíblico, também era vingador do sangue de seu irmão, dando morte ao homicida em caso de assassínio (Nm 35.12-29). Outro dever do parente próximo era casar-se com a viúva de seu falecido irmão se este morria sem deixar filho varão. O primeiro varão desta união levirata trazia o nome do falecido e recebia a herança do finado, para que seu nome não se extinguisse em Israel (Dt 25.5-10). A ideia fundamental do sistema do goel é a proteção do pobre ou do desventurado (Holf, 2011, p. 217).

II – O ENCONTRO DE BOAZ E RUTE UMA PROVIDÊNCIA DIVINA

2.1 Um homem poderoso. A expressão traduzida como “homem poderoso” em Rute 2.1 é multiforme, tanto em significado como em propósito no livro de Rute. Embora tenha relação com a proeminência de Boaz em Belém (Rt 4.1,2), provavelmente se refere à sua excelência moral e espiritual e talvez até mesmo à sua coragem reconhecida e honra. Em Provérbios 31.10 o equivalente a essa frase é usado para falar da excelência da esposa perfeita. Um termo similar também foi usado com referência aos “valentes de Davi”, conhecidos como guerreiros valorosos (2Sm 23.8-39).

2.2 Um encontro que demostra a graça de Deus. Como mulher, viúva pobre e estrangeira, Rute não poderia reivindicar coisa alguma a quem quer que fosse. Ocupava a posição mais inferior da sociedade. O canal dessa graça foi Boaz. Que consolo saber que Deus tem pessoas boas vivendo em tempos ruins! Se você só soubesse do que se encontra registrado no Livro de juízes, poderia concluir que os justos haviam desaparecido da terra (Sl 12.1, 2; Is 57.1; 1Rs 19.10; Mq 7.2). No entanto, ainda havia pessoas como Boaz que conheciam o Senhor e que desejavam obedecer à sua vontade. Boaz se preocupava com seus trabalhadores e queria que desfrutassem as bênçãos do Senhor (Rt 2.4). Assim que Boaz havia cumprimentado seus trabalhadores, percebeu a presença de uma desconhecida em seu campo; aliás, uma bela desconhecida. Tenho a impressão de que foi um caso de amor à primeira vista, pois, daquele momento em diante, Boaz voltou seu interesse para Rute e não para a colheita. Apesar de ser estrangeira, Rute era uma mulher livre e desimpedida que, sem dúvida, havia sido notada pelos rapazes da cidade (Rt 3.10). No livro de Rute 2.11 dá a entender que Boaz já havia ouvido falar de Rute, mas estava prestes a conhecê-la pessoalmente (Wiersbe, 2012, p. 181).

2.3 Um encontro para ser reanimada. Boaz conhecia bem a história de Rute, pois as notícias não demoravam a se espalhar numa cidade pequena como Belém, sabia que Rute havia deixado sua terra natal e seus deuses e depositado sua fé em Jeová. Havia se refugiado "sob suas asas". Trata-se de uma imagem que, por vezes, refere-se à galinha protegendo os pintinhos (Sl 91:4; Mt 23:37), mas também pode ser uma referência aos querubins no Santo dos Santos (Sl 36.7; 61.4). Rute não era mais uma estrangeira e uma desconhecida. A palavra traduzida por “respondeu”, em Rute 2.11, significa, literalmente, “levantou a voz”. Boaz estava se empolgando! Queria que todos ouvissem o que pensava de Rute e não teve vergonha de ser identificado com ela. Rute havia confiado em Jeová e provado sua fé ao apegar-se à sogra e tornar-se parte do povo de Israel em Belém. As palavras de Rute: “falaste ao “coração de tua serva”, no versículo 13, lembram-nos de que a Palavra de Deus vem do coração de Deus (Sl 33.11) e fala ao coração de seu povo (Mt 23.18-23), dando ânimo e esperança (Rm 15.4) (Wiersbe, 2012, p. 183).

III – A RECOMPENSA DE DEUS PARA RUTE

A virtude nunca fica sem recompensa. Quem semeia ainda que com lágrimas, colhe seus frutos com alegria (Sl 126.5,6). Quem semeia com fartura, com abundância faz a sua colheita (2Co 9.6) (Lopes, 2007, p. 82). Rute chegou em Belém como uma viúva estrangeira, sem perspectiva aparente, no entanto, Deus cumpriu na íntegra a palavra dita por Boaz: “O SENHOR retribua o teu feito; e te seja concedido pleno galardão da parte do SENHOR Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar” (Rt 2.12). Vejamos algumas ações de Deus em benefício de Rute:

3.1 Dirigiu seus passos. Ao tomar a iniciativa em ir em busca do necessário para o sustento dela e de sua sogra, Rute sem saber estar sendo guiada pela mão invisível de Deus “[…] por casualidade entrou na parte que pertencia a Boaz, o que era da família de Elimeleque” (Rt 2.3 – ARA). Por trás de um aparente acaso, Deus revela sua providência graciosa “[…] quanto a mim, o SENHOR me guiou no caminho” (Gn 24.27). “A vida é composta por dois andares. No andar de baixo, pensamos que as coisas acontecem por casualidade, mas, no andar de cima, temos a garantia de que as mãos de Deus dirigem o nosso destino” (Schaeffer apud Lopes, 2007, p. 70). “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus […]” (Rm 8.28).

3.2 Restaurou a honra familiar. Ao voltar do campo após o encontro com Boaz, Rute conta as boas novas à sua sogra que, da condição de amargurada passou à abençoada (Rt 2.20), isso ocorre em virtude de uma nova esperança, Boaz é um dos remidores da família. Como pode ser visto, o parente resgatador poderia salvar os familiares da pobreza e dar-lhes um recomeço (Lv 25.25- 34). Quando Rute contou a Noemi o que Boaz havia dito, a esperança de Noemi se fortaleceu ainda mais, pois as palavras de Boaz revelaram seu amor por Rute e seu desejo de fazê-la feliz. Após um extenso período de perdas, chega o momento da restauração “[…] o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5-b). A chegada de Rute no campo, deu a Boaz a oportunidade inicial de tornar-se seu benfeitor e abriu o caminho para que se casasse com ela no sistema do levirato, retirando toda a vergonha que repousava sobre a família de Noemi (Dt 25.5,6; Rt 3 e 4).

3.3 Incluída na genealogia de Jesus. O Livro de Rute começa com três funerais, mas termina com um casamento. O primeiro capítulo registra um bocado de choro, mas o último traz superabundância de alegria (Wiersbe, 2006, p. 192). Rute recebeu do Senhor a capacidade para conceber (Rt 4.13). O menino foi motivo de grande alegria para família e vizinhos, em especial sua avó Noemi (Rt 4.14-16). O nome “Obede” significa “servo”. Obede foi o pai de Jessé, avô de Davi, e ancestral do Senhor Jesus (Rt 4.17,21,22; 1Cr 2.12; Mt 1.5; Lc 3.32). Ao ser incluída na árvore genealógica do Messias, Rute passou também a ser uma figura no Antigo Testamento, que aponta para o valor universal da obra redentora de Jesus Cristo. Revelando a verdade que a participação no reino vindouro de Deus é determinada não por sangue ou nascimento, mas, por ajustarmos a vida à vontade do Senhor mediante a obediência que vem pela fé (Rm 1.5).

CONCLUSÃO

Sim, não acreditamos em acasos, acreditamos em um Deus que sabe cuidar nos mínimos detalhes da nossa vida e existência. A lei da semeadura é uma forma de Deus nos ensinar a fazer o certo e esperar o tempo de colher. Mas o mais belo nesta história é que Rute em nenhum momento esboça esperar algo pelo que faz, ela simplesmente faz. Sejamos como ela, sejamos como Boaz, sejamos como Cristo.

REFERÊNCIAS

• ELLISEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VDA

• GARDNER, Paul. Quem é Quem na Bíblia. VIDA

• HOLF. Paul. O Pentateuco. VIDA

• LOPES, Hernandes Dias. Comentário Expositivo Rute. HAGNOS.

• MORRIS, Leon. Introdução e comentário de Juízes e Rute. VIDA NOVA

• WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRAFICA

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 21 de Jul de 2024

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