IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2017
Adultos - As obras da carne e o fruto do Espírito
COMENTARISTA: Osiel Gomes da Silva
ESBOÇO Nº 1
A) INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE
Pela graça de Deus, estamos a dar início a mais um ano letivo da Escola Bíblica Dominical, depois de termos passado um ano extremamente difícil, mas onde fomos sustentados pelo Senhor, tendo, ainda, a liberdade de podermos estudar a Palavra de Deus e prosseguirmos a nossa santificação (Jo.17:17), sem a qual não veremos o Senhor (Hb.12:14).
Neste novo ano, estaremos a estudar um trimestre temático, quando estaremos a analisar as obras da carne e o fruto do Espírito, um estudo detido sobre o conflito, a batalha espiritual que todo servo de Cristo trava diariamente, qual seja, a luta entre a sua velha natureza, a natureza pecaminosa, chamada de “carne”, que “foi crucificada com Cristo” (Gl.2:20), e a nova natureza, surgida quando de nossa salvação, a “nova criatura” (II Co.5:17; Gl.6:15), uma luta que foi descrita e elucidada pelo apóstolo Paulo, na carta que escreveu aos crentes da Galácia e de onde vem a noção e o ensino a respeito das “obras da carne” e do “fruto do Espírito”, que é o cerne da temática que enfrentaremos neste trimestre.
A existência destas duas naturezas no interior do ser humano que recebe a Jesus como Senhor e Salvador é algo que deve ser muito bem aprendido pelo discípulo de Cristo, pois é esta consciência que demonstrará a necessidade que temos de nos santificar a cada momento, de a cada instante de nossa peregrinação terrena mantivermos a velha natureza inerte e inoperante, a fim de que alcancemos a glorificação, o estágio final de nosso processo de salvação, a vitória sobre o pecado e a consumação da obra salvífica de Jesus em nós.
Ao termos consciência desta dupla natureza e da necessidade de fazermos com que a “nova criatura” triunfe nesta luta incessante, passamos a compreender o que significa ser um servo de Jesus Cristo, a entendermos qual deva o ser o caráter de quem serve a Deus, algo que, lamentavelmente, tem sido assaz negligenciado em nossos dias, onde pouco se fala desta nova natureza, deste novo caráter, deste “fruto do Espírito”, que é a prova de que alguém está salvo.
O Senhor Jesus foi claríssimo em Seu sermão doutrinário, o sermão do monte, ao mostrar que os homens são identificados pelos seus “frutos” (Mt.7:15-20), ensinamento repetido algumas vezes ao longo de Seu ministério, mui especialmente nas chamadas “últimas instruções”, quando afirmou que nos salva para que demos fruto e fruto permanente (Jo.15:16).
O estudo a respeito, pois, das “obras da carne” e do “fruto do Espírito” é uma riquíssima oportunidade para avaliarmos se, efetivamente, somos súditos do reino de Deus, se fomos realmente salvos pelo Senhor Jesus Cristo e se estamos a caminhar para os céus ou se, infelizmente, não passamos de pessoas religiosas, de verdadeiros “hipócritas”, que ainda carecem de uma transformação, de um novo nascimento.
A capa da revista do trimestre nos apresenta uma árvore que se encontra perto de um curso de água, uma árvore frondosa e que está repleta de frutos, demonstrando estar cheia de vida e cumprindo o propósito para o que foi criada.
Esta ilustração faz-nos lembrar de suas passagens bíblicas. A primeira, a do Salmo 1, onde o salmista mostra que aquele que tem prazer na lei do Senhor e medita nela de dia e de noite é como a árvore plantada junto ao ribeiro de águas, que dá o seu fruto na estação própria e cujas folhas não caem e que tudo o que faz prospera (Sl.1:1-3).
Nesta passagem, o salmista deixa bem claro que o segredo para frutificarmos, para cumprirmos a vontade de Deus em nossas vidas, é ter prazer na lei do Senhor, é estar em plena comunhão com Deus e, assim fazendo, obtém a prosperidade, ou seja, atinge-se o propósito divino estatuído para ele.
A ilustração faz-nos, também, lembrar da segunda passagem, a saber, uma mensagem profética de Jeremias, quando o “profeta chorão” diz que aquele que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde e, no ano de sequidão, não se afadiga nem deixa de dar fruto (Jr.17:7,8).
Nesta passagem, o profeta deixa claro que o homem que confia em Deus e espera n’Ele, também está junto às águas, está bem arraigado e não cessa de dar frutos, independentemente das circunstâncias que o cercarem.
A frutificação, pelo que vemos, pois, depende da nossa postura diante de Deus. Se crermos e esperarmos n’Ele, se meditarmos de dia e de noite na Sua Palavra, teremos condição de produzir fruto, de termos vida abundante, independentemente do que estiver a acontecer ao nosso redor.
Depois de duas lições introdutórias, em que analisaremos a realidade da luta interna do cristão e da luta entre carne e espírito, como também o propósito divino da frutificação para o ser humano — que é o amor —, teremos um segundo bloco, onde analisaremos as “obras da carne”, algo a ser feito numa só lição (lição 3). Em seguida, passaremos, num terceiro bloco, a estudar cada uma das qualidades do fruto do Espírito (lições 4 a 12). Por fim, num último bloco, em conclusão, refletiremos sobre a vida de frutificação (lição 13).
Neste novo ano, também teremos a estreia de um novo comentarista. Trata-se do pastor Osiel Gomes da Silva, presidente das Assembleias de Deus no campo de Tirirical, em São Luís, no Estado do Maranhão. Além de presidir esta igreja local, o comentarista é teólogo, filósofo, jurista, psicanalista, pedagogo e pós-graduado em docência do ensino superior, tendo lecionado grego e hebraico em seminários teológicos. Possui um blog na internet http://pastorosielgomes.blogspot.com.br.
B) LIÇÃO Nº 1 – AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO
Há uma luta interna no cristão entre a carne e o espírito.
INTRODUÇÃO
- Neste trimestre letivo, analisaremos o tem “as obras da carne e o fruto do Espírito”.
- O verdadeiro servo de Deus produz o fruto do Espírito Santo.
I – O NOVO NASCIMENTO
- Estamos a dar início a um novo ano letivo da Escola Bíblica Dominical, e, neste primeiro trimestre de 2017, estaremos a analisar um importante tema, qual seja, as obras da carne e o fruto do Espírito, um estudo em que verificaremos a existência de uma verdadeira luta que existe no interior de cada pessoa que serve a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, daí porque o subtítulo deste trimestre ser “como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente”.
- Sabemos que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn.1:26) e, por isso, é distinto de todas as demais criaturas existentes sobre a face da Terra. Tanto assim é que o Senhor não usou apenas da Palavra para criar o homem, como fez com os demais seres, mas, sim, usou de um processo especial, que é denominado de “formar” (Gn.2:7), a palavra hebraica “yasar” (יצר), que, consoante a Bíblia de Estudo Palavra Chave significa “comprimir numa forma, moldar numa forma, especialmente como um oleiro” (Dicionário do Antigo Testamento, n. 3335, p.1689).
- Neste “moldar”, o Senhor fez surgir um ser tricotômico, cuja unidade se constitui de três partes: corpo, alma e espírito. Corpo, a parte material, saída do pó da terra (Gn.27) e a alma e o espírito, parte imaterial, resultado do fôlego de vida imprimido por Deus e tornou o homem uma alma vivente.
- Esta estrutura tricotômica do homem já nos revela a necessidade que tinha o ser humano e manter comunhão com o seu Criador para que tivesse vida, entendida a vida não como existência, mas, sim, como esta convivência, esta união com Deus, com quem o homem tinha um momento diário especial, em toda viração do dia (Gn.3:8).
- A vida física do homem dependia, assim, não apenas da alimentação e do ambiente agradável, que lhe foi criado no jardim formado para ele pelo Senhor (Gn.2:8,9), como também de uma atitude de obediência a Deus, cujo referencial era a árvore da ciência do bem e do mal (Gn.2:16), obediência que lhe dava acesso à árvore da vida e, deste modo, lhe impedia de sofrer corrupção na sua estrutura física.
- No entanto, em virtude da queda, o homem perdeu este acesso à árvore da vida, foi separado da comunhão com Deus e teve, como juízo, entre outros, a morte física e a necessidade de ser salvo, visto que o pecado passou a dominá-lo e escravizá-lo(Gn.4:7; Jo.8:34).
- Esta triste situação foi transmitida pelos nossos pais à sua descendência (Gn.5:3). Passamos a ser gerados em iniquidade (Sl.51:5), a ser “imagem e semelhança de Adão”, de modo que, inevitavelmente, ao atingirmos a consciência, a capacidade de discernirmos entre o bem e o mal, escolhermos sempre o mal, rejeitando o bem, daí a necessidade que teve o Senhor Jesus de, Se humanizar, ser o “último Adão” (I Co.15:45), gerado por obra e graça do Espírito Santo (Lc.1:35), para que não tivesse essa natureza pecaminosa que leva cada ser humano à separação de Deus.
- É por isso que Jesus Cristo diz a Nicodemos que a salvação é um novo nascimento (Jo.3:3-6), um nascimento do espírito, algo que o apóstolo Paulo denominou de “nova criação” (II Co.5:17; Gl.6:15). Faz-se necessário que surja um “novo homem”, com uma “nova natureza”, para que se tenha a salvação, uma criatura que esteja livre da natureza pecaminosa, livre do pecado, livre desta força que, de modo inevitável, nos faz pecar e ser escravizados pelo pecado, pelo maligno.
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