Lição 6 - Parábolas e pronunciamentos I

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ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

QUARTO TRIMESTRE DE 2025

Jovens: EXORTAÇÃO, ARREPENDIMENTO E ESPERANÇA: o ministério profético de Jeremias

COMENTARISTA: Elias Rangel Torralbo

COMENTÁRIO: PB. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO 6 - PARÁBOLAS E PRONUNCIAMENTOS

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.

A PARÁBOLA COMO RECURSO LITERÁRIO

Parábola vem do grego para ("ao lado" ou "junto a") e ballein ("lançar"). Assim, a história é lançada com a verdade para ilustrá-la. Os ouvintes e leitores, ao perceber a comparação ou analogia entre a história e a situação em que se encontram, são estimulados a pensar. Antes de interpretar uma parábola, pergunta-se: Qual é o objetivo da história? Que verdade espiritual está sendo ilustrada? Que analogia está sendo feita? Podem existir parábolas estranhas e surpreendentes, mas nunca inverossímeis ou fictícias.

As parábolas apresentam ensinamentos através de um conteúdo que visa prender a atenção do ouvinte, fazendo-o refletir no que está sendo transmitido. Ela é uma boa ferramenta literária que foi usada por muitos personagens bíblicos, com a finalidade de alcançar o seu público de maneira mais fácil.

As parábolas estimulavam a reflexão das pessoas. Com suas analogias, Jesus queria que os ouvintes avaliassem situações que lhes eram bem familiares e fossem levados a aplicar esse julgamento a fatos cujo significado não estavam enxergando. Jesus não narrava as parábolas apenas para entreter o público com histórias. Ele as contava de forma que as pessoas visadas as aplicassem a si, ainda que com ressentimento ou relutância. Assim, suas parábolas quase sempre deixavam as pessoas desarmadas.

A parábola convida ao ouvinte a usar um certo senso crítico para compreendê-la e aplicá-la ao seu dia a dia. Por isso que o Mestre amado se utilizou muito dessa ferramenta, para transmitir verdades profundas aos mais simples, e confundir a mente dos que se diziam sábios e entendidos.

E importante notar que, em certa medida, o uso de parábolas por Jesus se deu para que a responsabilidade repousasse sobre os seus ouvintes, a exemplo dos fariseus que, deliberadamente haviam rejeitado ao Senhor e à sua mensagem (Mc 3.22). Nesse caso, ao mesmo tempo que as parábolas clareavam a mente aos discípulos de Jesus, elas obscureciam a daqueles que, por dureza de coração, o rejeitaram. O uso das parábolas por Jesus teve também um objetivo estratégico haja vista que, por se tratar de histórias, esse recurso despertava o interesse de seus ouvintes, principalmente porque estas histórias tinham o cotidiano, a vida prática das pessoas como base e contexto, além disso, considere o texto de João 3.17. Definitivamente, como Jesus falou à mulher pecadora Jo 8.11), Ele não tem a missão de condenar o mundo, nem mesmo o pecador.

O ANTIGO TESTAMENTO E AS PARÁBOLAS

As parábolas não são de uso exclusivo de Jesus no contexto do Novo Testamento, ainda que pensar assim seja comum e, em certo sentido, natural, primeiro pelas extraordinárias parábolas que o Mestre contou, depois pelo uso constante que fez desse recurso. Mas, ao contrário disso, o Antigo Testamento possui registros de parábolas significativamente importantes, com lições espirituais e eternas impressionantes, que merecem ser analisadas com cuidado e atenção.

Quando lemos os livros proféticos encontramos muitas parábolas que foram expressas para transmitir ao povo a vontade divina, bem como para alertar os judeus sobre a sua condição atual diante de Deus.

Uma parábola conhecida que podemos apresentar aqui, foi a proferida por Natan a Davi. Apesar de ela não estar contida nos livros proféticos, ela demonstra muito bem como os profetas se utilizavam de mensagens figuradas para transmitir verdades atuais e presentes para os seus ouvintes.

No que concerne às parábolas do Antigo Testamento em si, é preciso registrar que elas não obedecem a uma ordem estrutural que façam delas homogêneas nesse sentido, no entanto, elas, conjuntamente, cumprem o propósito de transmitir verdades eternas e espirituais, sempre levando em conta a realidade dos ouvintes, a fim de que compreendam a mensagem com a devida e necessária clareza.

PARÁBOLAS DE JEREMIAS

A chamada "Parábola do Cinto de Linho" (Jr 13.1-11) é ladeada da que recebe o título de "A Parábola do Odre de Vinho" (13.12-14). E evidente que há diferenças entre essas duas parábolas, tanto em sua estrutura como no conteúdo de cada uma delas, contudo, nos dois casos, o que se pode perceber é o juízo de Deus direcionado ajudá, por sua perversidade e tamanha ingratidão, chegando ao ponto em que não havia uma alternativa senão a sua total deterioração, ou seja, destruição (vv. 7-9,14).

A mensagem desejada pelo profeta Jeremias ao falar sobre o Cinto de Linho, é convidar o povo a entender que o Senhor sempre desejou abraçá-los com o Seu cuidado e bondade, contudo, a nação sempre O rejeitou com suas atitudes, afastando-se continuamente do seu real propósito e do verdadeiro Deus.

O trabalho que o povo de Deus foi chamado a prestar e a vida de santidade para refletir a glória e os grandes feitos do Senhor foram os motivos pelos quais Israel foi criado, e, à semelhança do "Cinto de Linho" na parábola de Jeremias que perdeu o seu valor, não teria mais razão de Judá continuar existindo, pois, para isso tinha sido constituído por Deus como seu povo (v. 7). Mas essa mensagem, transmitida por intermédio desta parábola, tem também uma natureza renovadora da esperança, pautada, sobretudo, no fio que liga a maldade humana e o interesse de Deus em restaurar o seu povo, caso se arrependesse.

Quando o profeta apresentou a mensagem sobre os figos, mais uma vez o estado real da nação de Israel é apresentado. O povo não desejava mais ouvir a voz de Deus, pelo contrário, depositaram sua confiança no rebelde Zedequias.

Uma leitura atenta aos textos bíblicos supracitados permite a conclusão de que, se por um lado o figo, em seu bom estado é desejável e cumpre o seu papel de alimentar o faminto, por outro lado, ele é retratado como "coisa vergonhosa, e se tornaram abomináveis como aquilo que amaram" (Os 9.10). Do mesmo modo, o povo de Deus, distante de seu propósito original de honrar ao Senhor e representá-lo diante das nações, é semelhante à figueira sem os seus frutos (Mq 7.1).

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PB. ANTONIO VITOR LIMA BORBA