Lição 4 - O encontro em Jerusalém e os falsos irmãos I

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ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2025

Jovens: O VERDADEIRO EVANGELHO

COMENTARISTA: Alexandre Coelho

COMENTÁRIO: PB. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO 4 - O ENCONTRO EM JERUSALÉM E OS FALSOS IRMÃOS

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.

PAULO DEFENDE SEU MINISTÉRIO

O apóstolo Paulo ainda está defendendo seu apostolado e seu evangelho. Os inimigos ainda são os mesmos, os judaizantes. O propósito deles também é o mesmo, ou seja, perverter o evangelho e perturbar a igreja. A acusação desses falsos irmãos é que o evangelho pregado por Paulo era diferente do evangelho pregado pelos apóstolos de Jerusalém, dos quais Paulo não possuía o aval e com os quais não estava em consonância.

A intenção dos judaizantes sempre foi tentar atrelar o a mensagem do verdadeiro evangelho às práticas rudimentares da Antiga Aliança. Por isso encontramos o apóstolo defendendo não somente a sua chamada apostólica, como a necessidade de abrir os olhos para o perigo da mensagem imposta por esses falsos mestres. Por esse motivo Paulo reconstrói sua história a partir de Jerusalém.

Paulo fez cinco viagens a Jerusalém depois de sua conversão. A primeira delas ocorreu três anos após sua conversão (1.17, 18; At 9.26), quando passou quinze dias com o apóstolo Pedro e com Tiago (1.18, 19). A segunda visita está relacionada ao socorro financeiro que Barnabé e ele levaram aos pobres da Judeia (At 11.29,30; 12.25). A terceira visita tem a ver com o Concílio de Jerusalém para resolver a questão judaizante (At 15.2-29). A quarta visita foi uma passagem muito rápida ao final da segunda viagem missionária e antes da terceira viagem missionária (At 18.22). A quinta e última visita de Paulo a Jerusalém aconteceu quando ele foi levar uma oferta das igrejas da Macedônia e Acaia aos pobres da Judeia, ocasião em que o apóstolo terminou preso (At 21 . 17).

Aqui, trazer à memória a sua ida a Jerusalém veio com o propósito de introduzir a sua defesa no capítulo 2. O ambiente estava complicado, e por isso foi necessário que o apóstolo se posicionasse daquela forma, em defesa do evangelho verdadeiro.

Só existe um evangelho. Um evangelho diferente seria outro evangelho, um falso evangelho, um evangelho que de veria ser anátema. Não existe um evangelho paulino, outro petrino e outro ainda joanino, como se fossem totalmente diferentes um do outro. Isso é um erro. Os apóstolos não se contradizem. Há diferença de estilos, de ênfase e de esfera, mas há um único evangelho. Paulo evidenciou nessa passagem que estava de pleno acordo com os apóstolos de Jerusalém, e estes com ele. O evangelho não mudou com o passar dos séculos. Seja pregado a jovens ou a velhos, no Leste ou no Oeste, a judeus ou a gentios, a pessoas cultas ou a ignorantes, a cientistas ou a leigos, embora a sua apresentação possa variar, a substância continua sendo a mesma.

OS FALSOS IRMÃOS

Tito foi levado por Paulo como um exemplo de que é possível um gentio ser salvo sem ser circuncidado. Para os judaizantes a presença de um gentio incircunciso na igreja era uma afronta, enquanto para Paulo era a evidência da eficácia da graça e da liberdade do evangelho. Se cedesse à pressão dos judaizantes para circundar Tito, Paulo estaria comprometendo a essência do evangelho. A própria liberdade cristã estaria danificada. Isso seria voltar à escravidão da lei.

O objetivo da presença de Tito naquela reunião foi estratégico e necessário. Não existe defesa sem provas, por isso que o gentio convertido foi uma grande ferramenta para demonstrar que o evangelho veio para libertar a todos, sem a necessidade de que todos se tornem praticantes dos rudimentos pregados pelos judaizantes.

Quando se tratava da defesa do evangelho, Paulo era absolutamente inflexível. Esses falsos irmãos, como espiões e traidores, como agentes de serviço secreto, introduziram- se furtivamente na igreja para perturbar os crentes e perverter o evangelho. Mas encontraram em Paulo um muro de concreto, uma rocha inabalável e um apóstolo intransigente. Paulo era flexível com os irmãos fracos, mas inflexível com os falsos irmãos.

Os falsos irmãos estão ao redor e sempre buscam implementar suas ideias no meio da comunhão dos crentes. Eles buscam conquistar espaço com palavras que parecem boas, contudo, são perversões da verdadeira essência da mensagem do evangelho. Esse perigo não está distante de nós.

Quando se trata da verdade do evangelho não podemos ceder uma polegada nem transigir com uma vírgula. Negociar a verdade é cair na vala da apostasia. Aqueles que insistem na circuncisão dos gentios (2.3-5) não possuem um evangelho melhor e mais puro, mas uma perversão do evangelho (1.6-9), reprovada pelas próprias pessoas para cuja autoridade eles apelavam (2.8,9; 5. 1 1).

O EVANGELHO DA INCIRCUNCISÃO

Paulo passa da defesa do seu evangelho para o alcance do seu ministério. Deus lhe deu a graça de pregar aos gentios, enquanto deu a Pedro o privilégio de pregar aos judeus. Seu ministério direcionava-se especialmente aos gentios, enquanto o ministério de Pedro se direcionava especialmente aos judeus. Os dois apóstolos não eram rivais, mas parceiros. Tinham ministérios diferentes, dirigidos a públicos diferentes, mas anunciavam o mesmo evangelho da graça.

Os ministérios eram diferentes não pela essência da mensagem, mas sim pelo público a ser alcançado. Isso veio não por escolhas dos apóstolos, mas sim por determinação divina para cada um.

Paulo não pregou aos gentios porque deliberou fazê-lo por conta própria, nem porque Pedro ou os demais apóstolos o comissionaram para esse mister. O mesmo Jesus que o chamou, esse mesmo também lhe designou o campo. Sua vocação e esfera do seu ministério foram determinados por Cristo Jesus. A tese judaizante de que Paulo era um após tolo inferior aos demais esbarra na verdade de que seu chamado apostólico é divino e o alcance de seu ministério foi apontado pelo próprio Deus.

Isso ficou evidenciado não somente pelo resultado da obra apresentada, mas também pelo reconhecimento de todo corpo apostólico quanto a esse assunto. A obra de Deus é feita pela orientação e concordância dos experientes, e pela força dos mais jovens, que entenderam bem o chamado divino em suas vidas.

As colunas da igreja em Jerusalém, Tiago, Cefas e João, não apenas reconheceram o apostolado de Paulo endereçado aos gentios, mas também estenderam a ele e a Barnabé a destra de comunhão, a fim de que fossem uns para os gentios, e outros, para a circuncisão. [...] Os colunas de Jerusalém não excluíam Paulo e Barnabé, como os judaizantes almejavam, mas reconheciam os colunas de Antioquia como da mesma altura. Selaram de modo demonstrativo a sua comunhão por meio do aperto de mão com validade legal.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PB. ANTONIO VITOR LIMA BORBA