Lição 5 - Motim em família V

Imprimir

SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2023

Adultos - RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus

COMENTARISTA: Elienai Cabral

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 5 – MOTIM EM FAMÍLIA

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos o terrível mal da murmuração e suas graves consequências para a família. O motim é o ápice do problema, queixumes e ciúmes dão o tom dos capítulos que estudaremos hoje. Infelizmente uma família chamada para servir, acabou esquecendo quem realmente controlava seus chamados. Hoje aprenderemos os drásticos fins daqueles que entram no caminho de rebelião e motim.

I – DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS MOTIM E REBELIÃO

1.1 Definição do termo motim. A palavra é o mesmo que insurreição, organizada ou não, contra qualquer autoridade civil ou militar instituída, caracterizada por atos explícitos de desobediência, de não cumprimento de deveres, de desordem, acompanhada de levante de armas e de grande tumulto (HOAUSISS. 2001, p. 1968).

1.2 Definição do termo rebelião. De acordo com o dicionarista Antônio Houaiss (2001, p. 2394) rebeldia é: “qualidade ou característica de rebelde; ato de rebelar-se; não conformidade; oposição, resistência; obstinação excessiva; qualidade da pessoa que não obedece ou que se opõe a uma autoridade; vontade contrária ou oposta; teimosia; revelia; birra; revolta, indisciplina, insubmissão, insubordinação”. Ou seja, rebelião é um atentado, uma resistência à autoridade estabelecida, seja ela familiar, governamental ou espiritual (Dt 21.18; 31.27; Jr 4.17).

III – CONHECENDO A FAMÍLIA DE MOISÉS

Moisés, Arão e Miriã formavam uma equipe enviada por Deus para ajudar a nação de Israel (Mq 6.4). Eles trabalharam arduamente durante muitos anos para que o projeto de Deus fosse alcançado. Antes de destacarmos suas características que levaram a rebelião, é importante notar que eles foram usados por Deus.

3.1 Miriã. Deus havia usado Miriã para salvar a vida de seu irmão mais novo (Êx 2.1-10), ele esteva atenta o tempo todo para proteger seu pequeno irmão. Além de ser uma profetisa, ela dirigia as mulheres israelitas no louvor a Deus: “Então Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro” (Êx 15.20, 21). Foi parte muito importante no desenvolvimento do ministério de Moises.

3.2 Arão. Arão era filho de Anrão e Joquebede ambos oriundos da tribo de Levi (Êx 2.1). Ele era o irmão do meio, numa família de três filhos (Êx 6.20; Nm 26.59). Arão nasceu durante a opressão de Israel no Egito, mas evidentemente antes do decreto genocida de Êxodo 1.22. Tinha três anos de idade quando Moisés nasceu (Êx 7.7). Quando cresceu casou com Eliseba e teve quatro filhos: Nadabe, Abiú, Elezar e Itamar (Êx 6.23; Lv 10.1,6; 1Cr 24.1). Durante toda a narrativa do Êxodo Arão é um auxiliar de Moisés (Êx 4.14). A Bíblia como um todo fala gentilmente de Arão. Nos Salmos ele é chamado de pastor (Sl 77.20); sacerdote (Sl 99.6); escolhido (Sl 105.26); santo (Sl 106.16) e ungido (Sl 133.2).

3.3 Moisés. Moisés pertencia a tribo de Levi, e era filho de Aarão e sua esposa Joquebede(Ex 6:20). Os outros membros de sua família imediata eram Aarão e Miriã (Nm 26:59), seu irmão e sua irmã mais velhos que ele. Por meio de sua esposa Zípora (Ex. 2:21 - filha de um sacerdote midianita), Moisés teve dois filhos, Gérson e Eliezer. Conforme o historiador judeu Flávio Josefo, Moisés nasceu em Heliópolis, no Egito. Moisés recebera de Deus o chamado para ser líder de Israel aos oitenta anos de idade quando o Senhor lhe apareceu do meio de uma sarça que estava em chamas e o comissionou para libertar o seu povo da escravidão egípcia (Êx 3.1-22; At 7.22-30). O Anjo do Senhor lhe apareceu em uma chama de fogo (Êx 3.2) e se revelou como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó (Êx 3.6). Moisés foi fiel ao seu chamando (Nm 12.7; Hb 3.2,5).

III – OS MOTIVOS DA REBELIÃO DE MIRIÃ E ARÃO

Ao analisar a passagem por completo de Números 12, descobrimos que o pecado do povo é evidenciado também em Arão e Mirian. Ao que tudo indica Miriã incitou toda a discórdia e por isso foi punida pelo próprio Deus. Entre os problemas destacamos o ciúme, o apego ao reconhecimento e principalmente a falta de respeito a liderança estabelecida por Deus são evidenciados neste ato. Resumimos em dois os grandes motivos da rebelião:

3.1 Por causa da esposa estrangeira de Moisés (Nm 12.1). Desde que Moisés não se casasse com uma mulher dos povos cananeus (Êx 34.12-16), sua escolha era aceitável ao Senhor. Nas Escrituras, Cuxe normalmente refere-se a um povo que vivia próximo ao Egito, mas algumas versões traduziram o termo hebraico como “Etiópia”. Isso levou a pensar que a segunda esposa pertencia a outra raça e, portanto, não era aceitável. (WIERSBE, 2015, p. 433)

3.2 Alegavam ser também porta-vozes de Deus tanto quanto Moisés (Nm 12.2). Moisés era o único porta-voz do Senhor? Miriã e Arão não tinham também o direito de proclamar a Palavra de Deus? Na realidade, tudo indica que os dois estavam com ciúmes do papel eminente de Moisés como único canal da revelação de Deus, conforme sugere sua queixa: Porventura, tem falado o Senhor somente por Moisés? Não tem falado também por nós? Ao questionar a vontade de Deus e a autoridade de Moisés, Miriã e Arão estavam
agindo exatamente como o povo de Israel. Moisés, porém, não respondeu nem tentou se justificar, mas deixou que o Senhor o defendesse. Foi um sinal de mansidão, pois a mansidão não é fraqueza é ter poder, mas não o usar a qualquer hora e de qualquer jeito. O comentarista Champlin (2001, p.646) analisa o seguinte: “A rebeldia deles foi um grande erro de cálculo, visto que o poder de Yahweh estava por trás de Moisés, e quem se opunha a ele opunha-se ao Senhor.”

IV – RESULTADOS DO MOTIM DE MIRIÃ E ARÃO

• Rebelião (Nn 12.1): “E falaram Miriã e Arão contra Moisés […]”.

• Inveja (Nm 12.2): “E disseram: Porventura falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós? […]”.

• Falta de temor (Nm 12.8): “por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés? […]”.

• Ira de Deus (Nm 12.9): “Assim a ira do Senhor contra eles se acendeu; e retirou-se”.

• Juízo divino (Nm 12.10): “E a nuvem se retirou de sobre a tenda; e eis que Miriã ficou leprosa como a neve […]”.

• Pecado (Nm 12.11): “Por isso Arão disse a Moisés: Ai, senhor meu, não ponhas sobre nós este pecado, pois agimos loucamente, e temos pecado”.

• Vergonha (Nm 12.14): “E disse o Senhor a Moisés: Se seu pai cuspira em seu rosto, não seria envergonhada sete dias? […]”.

V – A PUNIÇÃO DE DEUS DIANTE DO MOTIM DE MIRIÃ E ARÃO

5.1 Deus precisou intervir. Deus deixou claro que Moisés era mais do que um profeta, pois o Senhor se comunicava com ele pessoalmente e até revelou-lhe sua glória (Êx 19.16-19; 24.17,18; 34.5-11). Tanto Miriã quanto Arão tinham seus respectivos ministérios, mas Deus havia escolhido Moisés para liderar Israel, e ninguém podia tomar o lugar dele. Foi o Senhor quem deu a Moisés sua posição e autoridade, e foi errado Miriã desafiar o irmão.

5.2 Deus expôs a sedição de Arão e Miriã. Deus convocou Moisés, Miriã e Arão ao tabernáculo, onde manifestou a Sua presença, indicando qual era a Sua vontade. E todos os três foram compelidos a obedecer prontamente. O Senhor não permitiu que um câncer se desenvolvesse. A inclusão do nome de Arão aqui, tal como no primeiro versículo, depois do nome de Miriã, sugere que ela era a cabeça pensante da rebelião (CHAMPLIN, 2010, p. 647).

5.3 Deus feriu Miriã. Apesar de Miriã ter sido curada, teve de ficar fora do acampamento durante sete dias (Lv 13.1-6; 14.1-8; 15.8), pois havia sido contaminada. Isso lhe causou grande vergonha, pois o acampamento ficou sabendo do que havia acontecido. Significou, também, um atraso para o povo, pois tiveram de esperar pela restauração de Miriã antes de poder seguir viagem. O pecador rebelde é sempre motivo de atraso no progresso do povo de Deus (WIERSBE, 2015, p. 433).

VI – MOISÉS UM HOMEM MANSO E HUMILDE

Segundo o dicionário da língua portuguesa, humildade significa: “ausência completa de orgulho, rebaixamento voluntário por um sentimento de fraqueza ou respeito; praticar a humildade, modéstia, pobreza”. Percebamos que a humildade diz respeito a ausência de orgulho ou soberba, e é exatamente este o comportamento de Moises.

6.1 Moisés o homem mais manso da terra. Esta referência a Moisés como o homem mais manso da terra é provavelmente uma explanação complementar escrita por Josué após a morte de Moisés. O termo original significa tanto manso como humilde. A humildade de Moisés consistia em sua confiança em Deus como Senhor; daí ser ele isento de egoísmo e ambições carnais. Quando sob afronta ou ameaça, Moisés dependia de Deus e nEle confiava como seu socorro e defesa. As Escrituras afirmam que Deus se compraz em assistir ao humilde (Sl 22.26; 25.9; 147.6; 149.4; Mt 5.5; 1Pd 5.6). Jesus, como profeta semelhante a Moisés (At 7.37), foi manso e humilde de coração (Mt 11.29) e entregava-se a Deus ao ser maltratado (1Pd 2.23).

6.2 Moisés não se defendeu. A Bíblia diz que: “[...] era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12.3). Na passagem estudada hoje, o servo do Senhor em nenhum momento tentou se defender. No entanto, Deus falou por Moisés, mostrando aos seus irmãos que apesar de também comunicar-se com eles, havia colocado Moisés sobre eles e com este servo do Senhor tinha um relacionamento diferenciado (Nm 12.4-9).

6.3 Moisés intercede por sua irmã. Moisés, agindo com mansidão, em nenhum momento procurou prevalecer contra seus irmãos, muito pelo contrário, ao ver sua irmã sendo punida pelo Senhor com uma enfermidade, rogou para que Deus a curasse, e o Senhor o ouviu, limitando a punição por apenas sete dias (Nm 12.13-15). A mansidão é indispensável também nos relacionamentos familiares, uma mulher rixosa não contribui para a o crescimento espiritual de sua família (Pv 14.1; 21.19).

CONCLUSÃO

Concluímos que Deus não aceita que mesmo em ambientes familiares tratemos nossos irmãos com desprezo, que por ciúme duvidemos de sua chamada e vocação. Deus sabe o que faz, quem chama o porquê chama, compete a nós ter um espírito quebrantado e servir ao Senhor com alegria.

REFERÊNCIAS

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

• CHAMPLIN, R. N. Comentário do Antigo Testamento. Vol. 1. HAGNOS.

• WIERSBE. W., Warren. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. Vol. 1. GEOGRÁFICA.

• GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 25 de Abr. de 2023