Lição 5 - O avivamento na vida da Igreja V

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SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2023

Adultos - AVIVA A TUA OBRA - O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus

COMENTARISTA: ELINALDO RENOVATO DE LIMA

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 5 – O AVIVAMENTO NA VIDA DA IGREJA

INTRODUÇÃO

Na lição desta semana, estudaremos o Avivamento na Vida da Igreja, tomando como base o capítulo dois de Atos dos apóstolos. Definiremos pentecostes, bem como, comentaremos o significado do derramamento do Espírito Santo, apresentando os fundamentos bíblicos e a abrangência da promessa do batismo no Espírito Santo. Por fim, refletiremos sobre as diversas capacitações que o Espírito Santo proporciona à sua igreja.

I – CONCEITUANDO PENTECOSTES

Era a segunda festa do primitivo calendário bíblico e possui três nomes no AT: (a) hag haqasir, festa da Colheita (Ex 23,16); (b) hag xabu´ot, festa das Semanas (Ex 34,22); e (c) yom habakurim, Dia dos Primeiros frutos (Nm 28,26). O nome desta festa, entre os cristãos, é Pentecostes, cinquenta dias depois (da Páscoa). O nome Colheita tem sua razão de ser. A festa acontecia no período da colheita dos grãos (trigo e cevada). Porém, a denominação, mais difundida no AT, é festa das Semanas porque ela era realizada sete semanas depois da Páscoa (Dt 16,10-12).

II – O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO NO DIA DE PENTECOSTES

Foi o cumprimento da promessa do derramamento do Espírito profetizado por Joel (2.28,32a); Isaías (44.3); João Batista (Mt 3.11) e Jesus (At 1.4,5). Também chamado de batismo no Espírito Santo, conforme João Batista, “É um revestimento e derramamento do poder do Alto, com a evidência física inicial de línguas estranhas, conforme o Espírito Santo concede pela instrumentalidade do Senhor Jesus, para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e eficiente serviço para Deus (Lc 24.49; At 1.8; 10.46; 1Co 14.15,26)” (GILBERTO, 2006, p. 57).

III – FUNDAMENTOS BÍBLICOS E ABRANGÊNCIA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

O Batismo no Espírito Santo é a externalização de uma experiência reconhecível, audível e visível. Não é uma prática destituída de doutrina; acha-se assentada num forte e inamovível fundamento bíblico teológico. Não é modismo, pelo contrário, é uma promessa feita pelo Pai (Is 44.3), confirmada pelo Filho (At 1.5) e manifestada pelo Espírito Santo (At 2.4). Notemos:

3.1 A promessa do batismo no Espírito Santo. O Batismo com o Espírito Santo foi profetizado pelo profeta Isaías (28.11; 44.3); Joel (Jl 2.28,32); João Batista (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.32,33; At 11.16); e por Jesus (Mc 16.17; Lc 24.49-51; At 1.4,5).

3.2 O cumprimento da promessa do batismo no Espírito Santo. Em Atos encontramos o cumprimento da promessa do Batismo (At 1.5; 2.39; 8.14-20; 9.17; 10.44-48; 19.1-7). Esta promessa pronunciada pelo Pai através do profeta Joel (Jl 2.28,29) é uma promessa: a) segura: “(eu) derramarei”; b) abundante: “sobre toda a carne”; e, c) abrangente: “...e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões”. Logo, podemos concluir que através do derramar do Espírito Santo quatro preconceitos são quebrados: a) o preconceito racial: “toda a carne”; b) o preconceito sexual: “filhos e filhas”; c) o preconceito etário: “velhos e jovens”; e, d) o preconceito social: “servos e servas”.

IV – CONCEITUANDO O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

“Falar em línguas é expressar-se com palavras o que nunca aprendemos, mas que nos são comunicadas diretamente pelo Espírito Santo. Não se manifesta através de palavras pensadas de antemão ou vocalizadas pela pessoa que fala [...]. As línguas constituem um milagre vocal e não um milagre mental” (CARLSON apud RENOVATO, 2014, p. 63). O falar noutras línguas era entre os crentes do NT, um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo (At 2.4; 10.45-47; 19.6). A Palavra de Deus ensina o seguinte sobre o batismo no Espírito Santo. Vejamos:

O batismo no Espírito Santo é uma promessa divina. No AT os profetas anunciaram que Deus daria esta bênção ao Seu povo (Pv 1.23; Is 44.3; Jl 2.28,29). No NT é confirmado (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; 24.49; At 1.4; 2.7,12,13, 16-21; 1Co 14.21).

O batismo no Espírito Santo é apenas para os salvos. Os que nascem de novo e experimentam a verdadeira conversão, estes, recebem o Espírito Santo para neles habitar e receber o batismo (Jo 14.17; At 2.4).

O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração. O batismo com o Espírito Santo é uma experiência subsequente à regeneração e nunca antes (Jo 20.22; Lc 24.49; At 1.5,8; 11.17; 19.6). O batismo com o Espírito Santo não é o mesmo que a regeneração (Jo 14.16,17). Nem todos os salvos são batizados no Espírito Santo no momento da conversão, mas sim, tempos depois (At 10.44-46). Sendo uma experiência subsequente à salvação e completamente diferente ato da regeneração (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16; Gl 4.6).

O batismo no Espírito Santo é experimentar a plenitude do Espírito (At 1.5; 2.4). Quanto aos que foram cheios do Espírito Santo antes do dia de Pentecoste (Lc 1.15,67), Lucas não emprega a expressão “batizados no Espírito Santo”. Este evento só ocorreria depois da ascensão de Cristo no dia de Pentecoste (At 1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14);

O batismo no Espírito Santo é falar noutras línguas. Falar noutras línguas é uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo (At 2.4; 10.45,46; 19.6) e, é uma expressão vocal mediante a qual o crente fala numa língua que nunca aprendeu ou estudou (At 2.4; 1Co 14.14,15). Estas línguas podem ser humanas (At 2.6), ou desconhecidas (1Co 13.1);

O batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder. Esse poder é uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação estão presentes com seu povo (At 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4; 12.7-10). Em uma das vezes que Jesus fez alusão ao batismo no Espírito Santo o chamou de “revestimento de poder” (Lc 24.49; At 1.8).

O batismo no Espírito Santo é um dom do Espírito. O apóstolo Pedro diz que o batismo com o Espírito Santo é um dom (At 2.38; 10.45). “Dons são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja” (SOARES, 2017, p. 121).

O batismo no Espírito Santo é uma experiência válida para a era da igreja. Embora haja quem advogue que os dons espirituais ficaram restritos ao período apostólico o texto bíblico atesta claramente que tanto o batismo no Espírito Santo como os demais dons são válidos para toda a era da igreja (At 2.39). O testemunho bíblico e histórico, confirma que os dons espirituais são vigentes para todo o período da Igreja (Mc 16.17).

V – AS DIVERSAS CAPACITAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DA IGREJA

O Espírito Santo capacita sua igreja em diferentes formas nos variados aspectos da obra de Deus. Verificamos isso de forma nítida nas páginas do Novo Testamento, principalmente no livro de Atos dos Apóstolos.

5.1 Capacitação na pregação. O Espírito Santo torna apto o crente que se predispõe a proclamar o evangelho de Jesus Cristo, concedendo-lhe unção e ciência da Palavra. Ao lermos a Bíblia, peçamos a companhia do Espírito de Deus, que é o intérprete por excelência das Escrituras Sagradas. Ele nos esclarecerá o real sentido das passagens bíblicas e nos impulsionará a pregarmos com ousadia aquilo que dele aprendemos (At 4.29-31; cf. Lc 12.11,12). Temos vários exemplos disso na Bíblia, senão vejamos:

• Tão logo foi revestido de poder, o Apóstolo Pedro pregou com grande ousadia, conquistando quase três mil almas para Cristo (At 2.14-41. Posteriormente pregou novamente, ganhando dessa vez mais duas mil almas (At 3.12-26; 4.4);

• A unção do Espírito foi algo tão intenso na pregação do diácono Estêvão, e ele o fazia com tanta sabedoria, que os seus opositores não conseguiam resistir-lhe ou refutá-lo (At 6.9,10). É uma das mais belas pregações de toda a Bíblia (At 6.8-15; 7.1-60). Ele fez uma síntese da história de Israel e demonstrou, com base no Antigo Testamento, que Jesus era o Cristo;

• Dentre as muitas pregações do Apóstolo Paulo podemos destacar algumas, a saber: 1) a pregação no Areópago de Atenas diante daqueles que representavam a nata do conhecimento filosófico da época (At 17.15-34); 2) a pregação no Templo de Jerusalém (At 21-22); 3) a pregação perante o Sinédrio, aonde estavam os sacerdotes e anciãos (At 23.1-11); 4) pregação perante os governadores Félix e (At 24 e 25.1-17); 5) pregação perante o Rei Agripa (At 25.18-27; 26.1-32).

5.2 Capacitação mediante a operação de sinais e maravilhas. O Espírito Santo prestou sua cooperação com os discípulos através de milagres e maravilhas. Ao lermos sobre os primórdios da Igreja, percebemos quão importante foram as intervenções sobrenaturais para a expansão do Reino:

• Através da cura de um coxo de nascença, o nome de Cristo se fez notório e uma larga porta se abriu para a evangelização (At 3.6-26);

• Pela revelação do Espírito, Pedro conheceu que Ananias e Safira fizerem um acordo, dando-lhes uma irreversível sentença (At 5.1-11). Tal acontecimento fortaleceu a autoridade apostólica e gerou um grande temor em toda a igreja;

• A assistência do Espírito Santo em prol do crescimento da obra era tão grande que Ele se utilizava da sombra do Apóstolo Pedro para curar os enfermos e libertar os endemoniados (At 5.14-16). Isso atraía multidões de Jerusalém e de cidades circunvizinhas (v.16);

• Os apóstolos foram milagrosamente tirados da prisão a fim de continuarem a obra de Deus (At 5.17-25);

• O Espírito cooperava com Estêvão com milagres e maravilhas (At 6.8-10);

• O Espírito arrebatou Filipe até Azoto, com o objetivo de evangelizar outras cidades (At 8.39,40);

• A cura de um coxo de nascença atraiu multidões no ministério de Paulo (At 14.8-11). Até os lenços e aventais do apóstolo eram utilizados para curar (At 19.11,12).

5.3 Capacitação para a obra missionária. O Espírito Santo é o principal responsável pela chamada missionária. Ele comunicou aos apóstolos que estavam em Antioquia que havia escolhido Saulo e Barnabé para obra da evangelização transcultural (At 13.2). O Espírito não apenas os chamou, mas os enviou, capacitou e esteve lado a lado com os seus filhos durante as viagens missionárias.

5.4 Capacitação mediante os dons espirituais e ministeriais. Os dons espirituais são manifestados com o tríplice propósito de edificar, exortar e consolar os santos. Estão listados em 1Coríntios 12.4-11. Os dons ministeriais são dados a crentes com uma chamada específica, a fim de promover o aperfeiçoamento dos santos e a edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11; 1Tm 3.8,12; Tt 1.5-7).

CONCLUSÃO

A igreja do Senhor Jesus nasceu no dia de pentecoste, inaugurada com a descida do Espírito Santo. A partir dessa experiência, a igreja é impulsionada para a evangelização, serviço e adoração. O batismo no Espírito Santo ocasionado em Atos 2, não foi uma experiência vivida apenas pelos cristãos do primeiro século. A promessa continua viva e é estendida a toda igreja em todas as eras, portanto, o mesmo Espírito prossegue avivando e dinamizando a sua igreja no cumprimento da grande comissão.

REFERÊNCIAS

• ARISTRONG, French L.; Roger Stronstad. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. CPAD.

• GILBERTO, Antônio. Verdades Pentecostais. CPAD.

• HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.

• OLIVEIRA, José de. Breve Histórico do Movimento Pentecostal. CPAD.

• SIQUEIRA, Tércio Machado. Festa na Bíblia. Ed. Metodista.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 23 de Jan. de 2023