ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2022
Adultos - A JUSTIÇA DIVINA - A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel
COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA
COMENTÁRIO: EV. MARCOS JACOB DE MEDEIROS
LIÇÃO Nº 13 – O SENHOR ESTÁ ALI
Texto: Ezequiel 48.30-35 Introdução: O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó governa soberanamente o seu povo. Ele está no meio do seu povo.
I – SOBRE A CIDADE
1– “E estas são as saídas da cidade” (Ez 48.30)
1.1. Essa seção final da profecia é um suplemento não somente do capítulo, mas também do próprio livro.
1.2. Apesar de o nome da cidade não ser mencionado, o contexto deixa claro que se trata de Jerusalém.
1.3. O termo hebraico para “saídas”, totsa’oth, aparece somente uma vez em Ezequiel e é usado no livro de Números com o sentido de “limites, extremidades” (Nm 34.4,5,8,9,12)
a. A versão bíblica Tradução Brasileira emprega “extremidade” no versículo 4
b. Como o profeta usa outra palavra para “saídas” (Ez 42.11; 44.5), muitos expositores do Antigo Testamento acham que “saídas”, apesar de semanticamente correta, não se ajusta bem no presente contexto
c. A ideia, segundo alguns, seria “estas são as extremidades da cidade”, mas “saídas” é a forma familiar e mais tradicional, mantida na Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, e nas nossas versões atuais da Bíblia
2- Formato da cidade (Ez 48.31)
2.1. A descrição da cidade de Ezequiel revela ser ela quadrada (Ez 48.16), e nessa visão suplementar:
. O profeta fala de quatro lados descritos no sistema horário:
. Norte, leste, sul e oeste,
. É um tipo da Nova Jerusalém (Ap 21.16)
2.2. A extensão de cada lado é de “quatro mil e quinhentas medidas” ou: “dois mil duzentos e cinquenta metros” (Ez 48.16 – NAA).
a. A cidade de Jerusalém nunca teve a sua área territorial quadrada e nem a sua arquitetura em nenhum período histórico
b. O que o profeta está revelando é algo novo:
. É uma figura da Nova Jerusalém do mundo vindouro
3- As doze portas (Ez 48.31-34)
3.1. A Jerusalém histórica do período de Ezequiel e Jeremias possuía pelo menos seis portas segundo o livro de Jeremias:
a. Porta do Povo (Jr 17.19)
b. Porta do Sol (Jr 19.2)
c. Porta de Benjamim (Jr 20.2; 37.13; 38.7)
d. Porta da Esquina (Jr 31.38)
e. Porta dos Cavalos (Jr 31.40)
f. Porta do Meio (Jr 39.3)
g. Porta Entre os Muros (Jr 52.7)
3.2. A torre do templo de Marduque, deus dos babilônios, Etemananki, tinha um recinto quadrado cujo acesso era por doze portas
a. Ezequiel conhecia a sua cidade de origem (Ez1.1- 3), talvez conhecesse também a torre de Marduque em Babilônia, pois vivia entre os exilados de Babilônia
4- Origem do formato e das portas
4.1. Não se pode admitir que o profeta se inspirou num templo pagão, pois os oráculos entregues ao profeta, seja por imagem ou som, ou seja, visão ou palavra, vieram de Javé (Ez 1.3; 3.14; 8.1-3)
a. Deus é a fonte da revelação e da inspiração da visão e da mensagem de Ezequiel
4.2. Apesar de ser literal, pela descrição da cidade, ela é uma figura da Nova Jerusalém (Ap 21.10-13)
a. O arquiteto e construtor é o próprio Deus (Hb 11.10)
4.3. Por que Ezequiel se inspiraria na cidade de Babilônia? Isso não faz sentido II – SOBRE O NOME DAS DOZE TRIBOS
1- As doze tribos de Israel
1.1. Há cerca de 20 listas dos filhos de Jacó e das respectivas tribos de Israel no Antigo Testamento, mas não existe nenhum padrão
a. Por exemplo, a lista com os quatro primeiros nomes:
. Rúben, Simeão, Levi e Judá seguem a ordem de nascimento (Gn 35.22-27; 46.8-27; 49.3-27; Êx 1.1-6).
b. Outras listas divergem a partir do quinto nome (Nm 1.5-17; 13.4- 16)
c. A lista de Ezequiel segue no sentido horário:
. Do norte da cidade: Rúben, Judá e Levi (Ez 48.31)
. Do leste ou oriente da cidade: José, Benjamim e Dã (Ez 48.32)
. Do sul da cidade: Simeão, Issacar e Zebulom (Ez 48.33)
. Do oeste, ou ocidente da cidade: Gade, Aser e Naftali (Ez 48.34)
2- Critério da ordem dos nomes
2.1. Pelo relato do nascimento deles, a melhor explicação da ordem dos nomes parece ter sido o critério das mães deles ou pelo menos uma tentativa.
a. Leia e Zilpa, de um lado (Gn 29.32-35; 30.10-13)
b. Raquel e Bila, de outro (Gn 30.6-8; 22-24)
c. A diferença é que Naftali é filho de Raquel por meio de sua serva Bila (Gn 30.8) e está junto com Gade e Aser (Ez 48.34), filhos de Leia por meio de Zilpa (Gn 30.10-13)
2.2. Toda escolha tem seu propósito, nada é aleatório, os escritores bíblicos sabiam o que estavam fazendo; a questão é que nós desconhecemos esses critérios
3- Propósito dos nomes
3.1. Dos três patriarcas do Gênesis, Abraão, Isaque e Jacó, o último deles foi o único em que não houve eliminatória dos filhos para a formação da nação de Israel
a. De Abraão, o filho escolhido foi Isaque (Gn 17.20,21)
b. De Isaque, o filho escolhido foi Jacó (Gn 25.23; Rm 9.10-13)
c. De Jacó, todos foram incluídos na nação escolhida (Êx 1.1-6)
. Esses doze filhos de Jacó deram os seus nomes aos doze territórios na terra de Canaã, durante a partilha da terra sob a liderança de Josué (Js 14.1-3)
3.2. O propósito desses doze nomes dos filhos de Jacó, como representantes da nação, está claro também no éfode sacerdotal: (Êx 28.12)
3.3. O nome nas doze portas da Jerusalém milenar, bem como na Nova Jerusalém, tem por propósito a memória dos filhos de Israel
III – O SENHOR ESTÁ ALI
1- Os nomes da cidade
1.1. O primeiro nome da cidade de Jerusalém é Salém (Sl 76.2)
a. Significa paz (Hb 7.2)
b. Desde os dias do patriarca Abraão (Gn 14.18)
1.2. Ela foi chamada também de:
a. Jebus (Jz 19.10)
b. Cidade de Davi (2Sm 5.6,7)
c. Sião (Is 2.3)
d. Ariel (Is 29.1,2)
1.3. Jerusalém é o nome mais conhecido e significa “cidade de paz”
a. Esse nome não aparece no suplemento da profecia de Ezequiel
. A cidade é identificada pelas características ali apresentadas (Ap 20.1-6)
b. Ela é chamada, em Apocalipse, de “arraial dos santos, a cidade amada” (Ap 20.9)
2- O nome divino
2.1. Os nomes de Deus
a. Não são apenas um apelativo
b. Não são simplesmente uma identificação pessoal
c. São inerentes à sua natureza
d. Revelam suas obras
e. Revelam seus atributos
2.2. Os nomes de Deus não são meramente uma distinção dos deuses das nações pagãs.
2.3. O nome Deus revela:
a. O poder do Deus Todo-Poderoso
b. A grandeza do Deus Todo-Poderoso
c. A glória do Deus Todo-Poderoso
2.4. O próprio Deus se identifica a si mesmo como há-Shem, “o Nome” (2Sm 6.2)
2.5. Quando a Bíblia faz menção do “nome de Deus” está se referindo ao próprio Deus (Dt 12.11)
3- Yahweh Shammah (Ez 48.35)
3.1. A Bíblia nos mostra, com clareza, que Deus se deu a conhecer, nos tempos do Antigo Testamento, por vários nomes inerentes à sua natureza e à circunstância de sua revelação
a. Para Abraão, Ele apareceu como a provisão para o sacrifício em lugar de Isaque, seu filho, com o nome:
. Yahweh Yireh, ou Javé Jirê, que significa “O SENHOR Proverá” (Gn 22.14)
b. Prometendo livrar os filhos de Israel daquelas pragas e enfermidades que sobrevieram aos egípcios, Ele se manifestou como:
. Yahweh Rafá’, “Javé Rafá”, isto é, “o SENHOR que Sara” (Êx 15.26)
3.2. O nome divino, Yahweh Shammah, “Javé Samá”, isto é, ”O SENHOR Está Ali” (Ez 48.35)
a. É o novo nome dado à cidade no Milênio
b. O objetivo é dissociar o nome de Jerusalém com os pecados do passado
Conclusão: O apóstolo Paulo ensina que com a queda de Israel veio a salvação para os gentios, o que não diremos com a sua plenitude! (Rm 11.12) As bênçãos anunciadas nas profecias de Ezequiel não se restringem apenas ao povo judeu, elas são extensivas a toda a terra. É importante salientar que nós já estamos sendo abençoados, como Igreja, pela presença do Espírito Santo em nossas vidas.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. MARCOS JACOB DE MEDEIROS