Lição 12 - Imersos no Espírito nos Últimos Dias V

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SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

QUARTO TRIMESTRE DE 2022

Adultos - A JUSTIÇA DIVINA - A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel

COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 12 – IMERSOS NO ESPÍRITO NOS ÚLTIMOS DIAS

INTRODUÇÃO

Hoje estudaremos uma lição cheia de simbolismo e importância para nossa vida. Falaremos sobre o significado li-teral da passagem do rio que traz vida, suas implicações pneumatologias e as bençãos advindas dela, e concluiremos falan-do sobre a restauração plena não apenas da terra, mas antes de toda a criação.

I – DEFINIÇÃO DO TERMO IMERSO

1.1 Definição etimológica. Segundo o dicionarista Antônio Houaiss, a palavra provem do latim e significa imersão; mer-gulho. É o ato ou efeito de imergir(-se); imergência, submersão (2001, p.1576). Por fim, também é o ato ou resultado do processo de mergulhar alguma coisa em um líquido.

1.2 Aplicação da definição. Essa experiência da imersão do profeta nas águas tem implicações teológicas profundas (Jo 7.37-39). Ao longo dos séculos, cristãos de todos os ramos do cristianismo reconhecem a estreita ligação teológica das águas com o Espírito Santo. Ezequiel imerso nessas águas pode perfeitamente ser comparado ao crente cheio do Espírito Santo, visto que a água é um dos símbolos do Espírito (1Jo 5.6), e nenhum livro do Antigo Testamento revela a identidade, os atributos e as obras do Espírito Santo como Ezequiel. Isso está bem ilustrado na visão de Ezequiel inundado nas águas sanadoras que brotam do templo de Deus (SOARES, 2022, p. 189).

II – EZEQUIEL CONTEMPLA UM RIO DE ÁGUAS VIVAS QUE FLUÍA DO TEMPLO

O rio do novo templo. Antes de falar da divisão da terra, Ezequiel descreve a visão de um rio que nasce no templo e corre pela terra. O rio traz cura e purificação a uma terra que havia testemunhado grande perversidade a ponto de “não poder mais suportar sua contaminação e ‘vomitar’ o povo para o exílio”

2.1 O rio que tem seu nascedouro no Novo Templo. Depois de ver as cozinhas no templo (Ez 46.19-24), o profeta repa-rou num pouco de água que saía do Santo dos Santos e que passava pelo lado sul do altar.“e eis que saíam umas águas de debaixo do umbral da casa, para o oriente” (Ez 47.1-12). O guia conduziu o profeta para a porta norte (a porta oriental estava fechada) e ao redor do templo até a porta oriental, onde viu a água saindo de debaixo do templo no lado sul da porta (ver SI 36:8; 46:4). O guia mediu a profundidade da água quatro vezes, e o rio tornou-se tão profundo que não era possível nadar nele. Ezequiel descobriu que o rio corria para o mar Morto, onde dava nova vida àquela área abandonada.

2.2 O rio que produz vida por onde passa. Diz o texto sagrado: “Todos os seres vivos que povoam os lugares por onde este rio passar terão vida. E haverá muitíssimo peixe, porque essas águas chegaram lá. As águas do mar Morto se tor-narão saudáveis, e tudo viverá por onde quer que esse rio passar (Ez 47.9). A água do templo tornaria saudável o mar Morto bem como os rios, fazendo multiplicar as criaturas aquáticas por onde passasse. As árvores nas margens do rio pro-veriam alimentos todos os meses, e as folhas seriam usadas para fins medicinais. A vida vem do templo de Deus e não de um palácio ou de um edifício do governo!

2.3 O rio estava localizado em Jerusalém. Jerusalém é a única cidade importante da antiguidade que não fica à beira de um rio, e, no Oriente, um suprimento confiável de água é essencial para a vida e para a defesa do povo. Na era do reino, Jerusalém terá um rio como nenhuma outra nação já teve. Mas se trata de um rio literal ou simplesmente de um símbolo sagrado do poder vivificador do Senhor? Talvez seja ambos. Joel 3.18 e Zacarias 13.1 falam desse rio como algo literal, de modo que ele tanto ilustra quanto realiza a obra vivificadora de Deus: “Naquele dia, também acontecerá que correrão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e metade delas até ao mar ocidental; no estio e no inverno, sucederá isso” (Zc 14.8). Jesus considerou esse rio como um símbolo do Espírito Santo (Jo 7.37-39), e o apóstolo João viu uma cena semelhante na cidade celestial de Deus (Ap 22.1, 2). No jardim do Éden, o rio tinha um papel importante (Gn 2.10-14).

III – A EXPERIÊNCIA DO PROFETA EZEQUIEL NO RIO DE ÁGUAS VIVAS

O texto diz que o anjo “mediu mil côvados” (Ez. 47.3-b). A medida de “mil côvados” equivale aproximadamente a 500 metros (1/2 quilômetro), mostrando que devemos prosseguir na comunhão por etapas (2Co 3.18).

3.1 Águas na altura dos artelhos (Ez 47.3-b). O ato de molhar os artelhos ou pés, nos da santificação. No AT, os sacerdo-tes deveriam lavar os pés na pia de cobre, pois só assim estavam em condições de adentrar ao Tabernáculo (Êx. 30.17-21). Essa pia lembra-nos a dupla função da Palavra: como espelho ela mostra os erros do homem (Rm. 7.7-9). Mas, como água, ela é o instrumento do Espírito Santo para nos santificar (Sl. 119.9-11; Jo. 15.3; 17.17; Ef. 5.26). Nas Escrituras encontra-mos várias exortações bíblicas quanto ao nosso andar (Pv. 10.9; Is. 2.5; Gl. 5.16; Ef. 2.2,3).

3.2 Águas na altura dos joelhos (Ez 47.4-a). Duas verdades podem ser aprendidas com o profeta Ezequiel quando se encontrava nesse estágio do rio. Vejamos quais são: (a) Vivendo sob o controle do Espírito. A experiência de “ter águas na altura dos joelhos” pode ser comparada a regeneração. Com águas nessa medida do corpo, o profeta não conseguia an-
dar com facilidade, pois as águas exerciam forças nas suas pernas. Do mesmo modo, quando nos aprofundamos na comu-nhão com o Espírito Santo a nossa natureza passa a ser controlada por Ele (Gl. 2.20; 5.16); (b) Experimentando uma vida de oração. As águas na altura dos joelhos, nos ensina que Deus quer nos conduzir a uma vida de permanente oração, pois só assim poderemos crescer em comunhão. A base de todo relacionamento é o diálogo, e orar é dialogar com Deus (Gn 18.23-33; Êx 14.15; 32.30-34; Jr 33.3; Mt. 6.6).

3.3 Águas na altura dos lombos (Ez 47.4,5). A vida espiritual é progressiva e não estática “e outra vez mediu mil”. É nesse nível que o Espírito Santo quer que cheguemos, a uma total rendição, tal como o vaso se rende nas mãos do oleiro (Is 64.8; Jr. 18.4,6). Deixemos o controle da nossa vida nas mãos de quem sabe nos dirigir (Sl 37.5). As águas abundantes formaram um extenso rio “… E mediu mais mil, e era um rio” que pode ser comparado ao Espírito Santo (Is. 41.18; 43.19,20; Jo 7.38). A experiência de nadar no rio fala-nos das poderosas manifestações de Deus na nossa vida, como por exemplo, o batismo no Espírito Santo (Mt 3.11; Lc 24.49; At 1.8). No entanto, devemos entender que, ter alcançado o re-vestimento de poder constitui-se apenas o início do clímax da vida cristã, Deus quer que busquemos com zelo, outros dons (1Co 12.1-10).

3.4 A Água é um símbolo do Espírito Santo. O poder do Espírito Santo opera no reino espiritual o que a água faz na or-dem material (Êx 17.6; Ez 36.25-27; 47.1-5; Jo 3:5; 4.14; 7.38, 39). A água purifica, refresca, sacia a sede, e torna frutífero o estéril. Ela purifica o que está sujo e restaura a limpeza. É um símbolo adequado da graça divina que não somente purifi-ca a alma, mas também lhe acrescenta a beleza divina. Assim como a água é um elemento indispensável à vida física, o Espírito Santo é indispensável à vida espiritual. Assim como a água encontra-se em três regiões do Universo, ou seja, na expansão dos céus (Gn 1.6-10); sobre a face da terra (Gn 7.11), e debaixo da terra (Jo 38.30), o Espírito Santo opera nas três dimensões da constituição humana, produzindo a regeneração do espírito, da alma e do corpo (1Ts 5.23), produzindo uma “lavagem da regeneração e da renovação” (Tt 3.5).

IV – RESULTADOS DE UMA COMUNHÃO PROFUNDA COM DEUS

A interpretação literal da visão escatológica de (Ez. 47) mostra-nos que haverá uma mudança na geografia da Pa-lestina. O vale do Jordão é a depressão geológica, na qual o mar Morto se encontra. Esse mar tem uma água tão salgada que nela não há vida. Todavia, as águas que vinham do altar desaguavam no mar Morto, sarando-lhe, de modo que a vida será novamente possível ali (Ez. 47.9). Semelhantemente, quando mergulhamos no rio do Espírito, obtemos resultados gloriosos, como por exemplo:

4.1 Mudança (Ez. 47.7). O profeta começa a descrever o que viu após o rio começar a fluir de forma abundante. À sua margem havia uma abundância de árvores, isto porque aquela água foi tirando a sequidão do caminho e trazendo grandes transformações na natureza. Assim também quando o Espírito é derramado sobre a nossa vida a nossa natureza dura e enri-jecida é transformada (Jo. 3.5-8). Os resultados da água sobre a terra seca são comparados na Escritura com os resultados que o Espírito proporciona ao ser derramado no homem (Is. 35.7).

4.2 Vida (Ez. 47.9-a). Por causa da grande quantidade de sal no mar Morto, nenhum ser vivente consegue manter-se vivo lá, e suas águas são paradas, não há ondas, por isso se chama mar Morto. Contudo quando as águas que Ezequiel viu atin-girem esse mar, a morte que nele está, dará lugar a vida, fazendo com que haja uma enorme quantidade de peixes dentro de suas águas conforme (Ez 47.9-b). É desejo de Deus fazer com que suas águas sejam em nós derramadas, a fim de proporci-onar uma vida abundante (Jo. 10.10-b; 14.6).

4.3 Frutificação (Ez 47.12). O profeta contemplou que árvores resistentes e com frutos saborosos encontravam-se a mar-gem do rio. Uma verdadeira renovação acontece, fazendo que o caráter adâmico seja suplantado pelo caráter de Cristo, pelo fruto do Espírito (Mt. 3.8; Gl. 5.22). Esse fruto aponta também para as obras que acompanham a salvação (Ef. 2.10). Ele quer que sejamos produtivos: “Dessa maneira, poderão viver de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus” (Cl 1.10 – NAA). Outros textos bíblicos colabo-ram com essa asertiva (Jo. 15.2,8,16; Fp. 1.11).

CONCLUSÃO

Um dia, Deus restaurar não apenas a nação de Israel, mas todos os povos, seu jardim voltará a existir, não será apenas um novo Eden, mas antes uma nova terra onde o pecado não dominará mais. Enquanto isso não acontece no mundo físico, podemos receber do Espírito Santo restauração para nossa vida espiritual, e se permanecermos fiéis, contemplare-mos sua restauração plena para a criação.

REFERÊNCIAS

• ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.

• HORTON, Stanley. O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo. CPAD

• TAYLOR, B. John. Introdução e comentário de Ezequiel. VIDA NOVA

• TOGNINI, Enéas. Geografia da Terra Santa e das Terras Bíblicas. HAGNOS

• SOARES, Ezequias. A Justiça Divina. CPAD

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 12 de Dez. de 2022