Lição 5 - Contra os falsos profetas V

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SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

QUARTO TRIMESTRE DE 2022

Adultos - A JUSTIÇA DIVINA - A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel

COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 5 – CONTRA OS FALSOS PROFETAS

INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos a definição do termo profeta e da expressão “falso”; pontuaremos o contexto do profeta Ezequiel e os falsos profetas; estudaremos as características dos falsos profetas a luz da Bíblia; e por fim; analisaremos como saber se uma profecia é verdadeira ou falsa.

I - DEFINIÇÃO DO TERMO “PROFETA” E DA EXPRESSÃO “FALSO”

1.1 Definição do termo profeta. As três principais palavras hebraicas para se referir ao profeta são: “naví, roéh e hozéh” (Cr 29.29) cuja etimologia primária é de: “porta-voz, orador” (Êx 4.10-15, 7.1). Há outros termos que também usados para os profetas como: mensageiro (2Cr 36.15,16); embaixador (Ag1.13); servo de Deus e do Senhor (1Rs 14.18; 2Rs 9.7); e homem de Deus (Dt 33.1; 1Sm 9.6). “Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas” (STAMPS, 1995, p. 1001).

1.2 Definição do termo “falso”. Segundo o dicionarista Antônio Houaiss falso é: “contrário a verdade; inexato; sem fundamento; aquilo que há mentira; enganoso; impostor; falsificado; postiço; simulado” (2011, p. 1304).

II – O CONTEXTO DO PROFETA EZEQUIEL E OS FALSOS PROFETAS

Profetizar falsamente era crime em Israel sob pena de morte conforme a lei de Moisés (Dt 13.1-5; 18.20-22). Israel já havia experimentado falsos profetas e opositores à obra de Deus (1Rs 22.11,12,24,25). O engano produzido pelos falsos profetas “pseudoprophetes” não é um assunto novo (Jr 6.13; Zc 13.2). Moisés tratou do assunto ao falar com os filhos de Israel (Dt 18.21-22). Os falsos profetas eram aqueles que prediziam paz, prosperidade, e segurança para o povo, quando este achava-se em pecado diante de Deus (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10). Há numerosas referências no AT aos falsos profetas (2Cr 18.4-7), um espírito mentiroso achava-se na boca destes (2Cr 18.18-22). Até o Senhor Jesus e Pedro advertiu a respeito disso (Mt 24.24; 2Pd 2.1). Essa trágica realidade também estava presente no ministério do profeta Ezequiel (Ez 13.1-10).

2.1 A mensagem dos falsos profetas. Tanto Jeremias como Ezequiel denunciaram e enfrentaram a atuação dos falsos profetas que ainda estavam presentes, mesmo num tempo de grande sofrimento, desviando a muitos da verdadeira mensagem divina (Jr 26.6-9; 28.1-2; 29.8; Ez 13.1-10). Os falsos profetas criaram, na época, uma falsa segurança nos judeus em Jerusalém, promovendo-lhes paz e livramento falsos (Ez 13.16). Na realidade, isso só aconteceria quando se voltassem para as leis de Deus e abandonassem as rebeldias, idolatrias e profanações. Infelizmente muitos seguiam mensagens que não chamavam ao arrependimento, mas procuram tranquilizar o povo e mantê-los em suas práticas pecaminosas (Jr 7.4,8-10).

2.2 A atuação dos falsos profetas. Entre as muitas infelicidades que visitaram o povo nesses trágicos dias, estava os falsos profetas. Homens sem convicções religiosas, apenas desejando agradar aos que dominavam, constituíam-se em entraves aos verdadeiros enviados de Deus. O livro do profeta Ezequiel compõe-se de cinco oráculos ou curtos discursos a respeito da obra danosa dos falsos profetas (Ez 12.21 – 14.11). Havia até um provérbio entre eles: “Prolongue-se o tempo e não se cumpra a profecia”, que era o mesmo que dizer: “Vamos ver se o que diz o profeta vai sair certo [...] Contra tal provérbio vem a palavra do Senhor: Farei cessar esse provérbio e já não se servirão dele em Israel” (Ez 12.23).

2.3 O engano dos falsos profetas. Desde o início da humanidade há tentativa de enganar as pessoas com mensagens que anunciam uma mentira como se fosse verdade e procuram semear dúvidas quanto ao que o Criador falou (1Rs 22.5-28; 2Cr 18.4-27). Tal realidade sempre acompanhou a história do povo de Deus, como apontado por Ezequiel (Ez 13.2-3). Deus repudia essas práticas e se mostra contra todos os que usam de engano (Ez 13.8). Tanto o Reino do Norte como o Reino do Sul desprezaram os profetas que Deus enviou chamando o povo ao arrependimento (2Rs 17.13-14; Ne 9.26, 30). Também não aceitaram a Palavra de Deus que ordenava que se submetessem ao cativeiro, pois o mesmo era uma disciplina imposta pelo Senhor como parte do plano divino no processo de restauração do seu povo (Jr 29).

III - CARACTERÍSTICAS DOS FALSOS PROFETAS A LUZ DA BÍBLIA

A Palavra de Deus adverte-nos de que haverá entre nós falsos profetas (At 20.30; 2Pd 2.1,2; 1Tm 4.1; 1Jo 4.1). A mensagem divina contra atitudes de pseudos profetas contrárias às orientações divinas à frente do povo de Deus tanto no AT como no NT é um tema bem presente nas Escrituras Sagradas, pois causam muitos e grandes sofrimentos e dificuldades (Ez 34.7-10; 2Co 11.13). A Bíblia descreve os falsos profetas das seguintes formas:

3.1 Os falsos profetas profetizam de si mesmos (Ez 13.2,3,17). Os falsos profetas podem até certo ponto ser sinceros, mas, ainda assim, estar errados. Alguns enganam a si mesmos e convencem-se de que a mensagem é verdadeira (Jr 23.9-11), tais mensagens provêm de suas próprias mentes, não de Deus.

3.2 Os falsos profetas são mentirosos (Ez 13.13.4,5). Os falsos profetas são deliberadamente mentirosos e não tem intenção nenhuma de falar a verdade. O apóstolo João diz: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o Anticristo, o que nega o Pai e o Filho” (1Jo 2.22).

3.3 Os falsos profetas são hereges (Ez 13.6,7). De acordo com texto bíblico, os falsos profetas introduzem encobertamente heresias de perdição (1Co 11.19; Gl 5.20). Eles pregam heresias (doutrinas falsas) e promovem a divisão da igreja. A respeito deles João disse: “Eles saíram de nosso meio; entretanto não eram nossos” (1Jo 2.19). O apóstolo Pedro disse: “Entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição ... blasfemando do que não entendem” (2Pd 2.1,12).

3.4 Os falsos profetas são enganadores (Ez 13.8-10). Estes falsos mestres, além de promover falsas doutrinas, também negam a verdade de Deus (Jr 6.14; 14.14; Ez 13.16). Sobre estes, a Bíblia adverte: “Nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências” (2Pd 3.3). O apóstolo Paulo chama-os de: “amantes de si mesmos [...] presunçosos, soberbos” (2Tm 3.2). Judas chama-os de: “murmuradores queixosos” (Jd 16).

3.5 Os falsos profetas buscam de benefícios pessoais (Ez 13.17). Os falsos profetas descritos no AT estavam mais interessados em serem pessoalmente populares. Não era do seu interesse dizerem a verdade. Eles falavam para agradar o povo (Ez 6.14; 13.16). A tática dos falsos profetas é “falar o que o povo quer ouvir” (Jr 5.31; 29.8; Mq 2.11). A Bíblia diz que: “Seus sacerdotes ensinam por interesse e os seus profetas adivinham por dinheiro” (Mq 3.11). Que eles ensinam: “o que não convém, por torpe ganância” (Tt 1.11). Divulgam a piedade como causa de ganho, fazendo do Cristianismo uma atividade comercial (1Tm 6.5). Procuravam tirar proveito de suas atividades religiosas (Sl 14.4).

3.6 Os falsos profetas são blasfemos (Ez 13.19). Aqueles que falam mal de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, do povo de Deus, do Reino de Deus e dos atributos de Deus são chamados de blasfemos. Judas qualifica-os como homens ímpios que “dizem mal do que não sabem [...] ondas impetuosas do mar [...] estrelas errantes” (Jd 10,13). O apóstolo Paulo comenta que ele mesmo era um blasfemo antes de sua conversão (1Tm 1.13).

3.7 Os falsos profetas são sedutores (Ez 13.19,20). Jesus alertou-nos de que alguns falsos profetas fariam sinais de milagres e maravilhas, a fim de seduzir e enganar até mesmo os eleitos, “se possível” (Mc 13.22). Nosso Senhor quer dizer que a sedução espiritual é uma ameaça real até mesmo para os crentes.

3.8 Os falsos profetas são reprováveis (Ez 13.21-23). Na mensagem profética do próprio Jesus, proferida no monte das Oliveiras, somos alertados: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane [...] muitos serão escandalizados [...]. E surgirão muitos falsos profetas e farão tão grande sinais e prodígios” (Mt 24.4,10,11,24). A Bíblia nos alerta sobre os perigos da sedução espiritual nas mãos dos reprovados falsos profetas (Mt 7.15; 2Tm 3.8; 1Jo 4.1; 2Pd 2.1).

IV - COMO SABER SE UMA PROFECIA É VERDADEIRA OU FALSA

As profecias podem vir de três fontes: de Deus, da mente humana, ou do diabo; obviamente, nem toda profecia vem de Deus, ou o apóstolo João não teria escrito: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora.” (1Jo 4.1). Há alguns princípios bíblicos para sabermos se uma profecia é verdadeira ou falsa. Vejamos então como identificar uma verdadeira profecia:

4.1 O propósito da profecia deve edificar, exortar e confortar (1Co 14.3). Edificar é melhorar ou fortalecer, exortar é encorajar, e confortar é consolar.

4.2 A profecia deve estar de acordo com a Palavra de Deus (Dt 18.18,19). Todas as verdadeiras profecias vêm do Espírito Santo que é o autor da Bíblia. Qualquer mensagem que não se coadune com a Bíblia deve ser rejeitada. Se uma profecia se cumprir e promover a desobediência contra Deus ou à sua Palavra, não é uma profecia verdadeira (Dt 13.5,13,14).

4.3 Se uma profecia contém predições que não se realizam, é falsa (Dt 13.1-3). Qualquer profecia que se cumpre, mas, não glorifica a Deus não é verdadeira. O Senhor Deus advertiu o povo em Deuteronômio 18.22 ao dizer: “Quando o tal profeta falar em nome do SENHOR, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele”.

4.4 A verdadeira profecia produz liberdade, não escravidão. O apóstolo Paulo escrevendo sua carta aos romanos disse: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15). Qualquer forma de controle sobre outra pessoa por intimidação, manipulação, ou domínio não vem de Deus.

CONCLUSÃO

Assim como havia falsos profetas na época de Ezequiel que diziam às pessoas coisas que Deus não havia falado, há o mesmo tipo hoje em dia. Na sua falsidade eles ensinam rebelião contra a palavra verdadeira de Deus. Na sua interpretação errada da palavra de Deus eles caminham para a condenação, levando juntos aqueles que acreditam nos seus falsos ensinamentos. Portanto, tenhamos cautela e sejamos vigilantes.

REFERÊNCIAS

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 25 de Out 2022