Lição 6 - A sutileza das ideologias contrárias à família V

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SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2022

Adultos - OS ATAQUES CONTRA A IGREJA DE CRISTO - As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Cristo

COMENTARISTA: JOSÉ GONÇALVES DA COSTA GOMES

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº  6  – A SUTILEZA DAS IDEOLOGIAS CONTRÁRIAS À FAMÍLIA

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre alguns ataques que a família, como instituição divina, vem sofrendo de ideologias anticristãs. Veremos também a definição e o conceito bíblico do que é a família de acordo com propósito do seu Criador, e, por fim, destacaremos quais atitudes necessárias para a proteção da família segundo Deus.

I - DEFINIÇÕES DOS TERMOS IDEOLOGIA E FAMÍLIA

1.1 Definição da palavra ideologia. “A palavra ‘ideologia’ é composta pelos vocábulos gregos ‘eidos’, que indica ‘ideia’, e ‘logia’, com o sentido de ‘raciocínio’. Assim, ideologia significa qualquer conjunto de ideias que se propõe a orientar o comportamento, a maneira de pensar e de agir das pessoas, seja individualmente, seja em sociedade. Em um sentido amplo, a ideologia se apresenta como aquilo que seria ou é ideal para um determinado grupo” (BAPTISTA, 2018, p. 17 – grifo do autor). Grosso modo, a palavra ideologia denota uma “visão de mundo” ou “cosmovisão”, e encerra um conjunto de pensamentos e doutrinas que são colocadas de alguma maneira, como padrão ideal a ser seguido” (SILVA, 2018, p. 19 – grifo nosso). O lexicógrafo Houaiss (2001, p. 1565) define a palavra ideologia como: “ciência que tem como objetivo de estudo as ideias; as quais refletem, racionalizam e defendem os interesses institucionais, sejam estes morais, religiosos, políticos ou econômicos”.

1.2 Definição de família. A nossa Declaração de fé (2017, p. 203) diz que: a família é uma instituição criada por Deus, imprescindível à existência, formação e realização integral do ser humano, sendo composta de pai, mãe e filho(s) - quando houver - pois o Criador, ao formar o homem e a mulher, declarou solenemente: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança e os fez macho e fêmea: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27), demonstrando a sua conformação heterossexual. A diferenciação dos sexos visa à complementariedade mútua na união conjugal (1Co 11.11), essa complementariedade mútua necessária à formação do casal e à procriação. Reconhecemos preservada a família, quando, na ausência do pai e da mãe, os filhos permanecerem sob os cuidados de parentes próximos (Et 2.7,15; 1Tm 5.16). Rejeitamos o comportamento pecaminoso da homossexualidade por ser condenada por Deus nas Escrituras, bem como qualquer configuração social, que se denomine família, cuja existência se fundamente em prática, união ou qualquer conduta que atente contra a monogamia e a heterossexualidade consoante o modelo estabelecido pelo Criador [...] (Mt 19.6).

II - A GÊNESE DA FAMÍLIA

O livro do Gênesis narra sobre o início de todas as coisas criadas por Deus, inclusive a gênese (início) da família (Gn 1.26,27). Vejamos algumas considerações sobre isto:

2.1 Deus fez o homem e a mulher. A Bíblia é clara em dizer que, tanto o homem quanto a mulher, foram feitos por Deus (Gn 1.27); que ambos têm a “imagem e semelhança de Deus”; e que a ambos foi dada a mesma ordem em relação a terra “e sujeitai-a; e dominai [...]” (Gn 1.28).

2.2 Deus os abençoou, os casou e ordenou que se multiplicassem. Ao criar a mulher, Deus trouxe-a a Adão e celebrou o primeiro casamento (Gn 2.22-24). Portanto, “o casamento é uma criação de Deus”. É dito também que Deus os abençoou (Gn 1.28-a). A palavra “abençoou” do verbo “abençoar” no hebraico é “beraka” que significa: “o ato de conceder verbalmente boas coisas” (HARRIS, 2001, p. 221). Esta bênção sobre o casal significa: “Deus voltar inteiramente o Seu rosto de modo favorável para o beneficiário” (KIDNER, 2001, p. 49). Em seguida, o Senhor ordenou que eles se multiplicassem: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28).

2.3 Distinções entre o homem e a mulher. Além de diferenças genéticas, fisiológicas e emocionais, existem distinções de papéis e diferenças funcionais entre o homem e a mulher, que foram estabelecidas pelo próprio Criador (Gn 2.15,18). Deus estabeleceu que no casamento o homem fosse o cabeça da relação. A confirmação específica pelo Senhor da liderança de Adão pode-se ver claramente no fato de: o homem ter sido feito primeiro (Gn 1.26); porque lhe foi dada a tarefa de lavrar a terra (Gn 2.15); de nomear os animais (Gn 2.19,20); ele próprio nomeou a esposa (Gn 2.23); e, foi chamado a responsabilidade quando pecou (Gn 3.9-12). (Geisler 2010, p. 940) diz: “a ordem de autoridade no lar e na Igreja está baseada no fato e ordem da criação”. Quanto a mulher, a Bíblia destaca que ela foi criada por causa do homem (1Co 11.8,9). O ideal divino ao criá-la era de que por meio dela: (a) proporcionar companhia (Gn 2.18); (b) ajudá-lo nas suas tarefas (Gn 1.28); e, (c) gerasse filhos (Gn 1.27,28). Provérbios descreve a mulher virtuosa como uma dona de casa inteligente, sob a autoridade de seu marido (Pv 31.10-31). Paulo e Pedro ensinam que a mulher deve reconhecer a liderança do marido em submissão (Ef 5.22; Cl 3.18; 1Pd 3.1), e, exigem dos maridos amor sacrificial e respeito para com a sua esposa (Ef 5.25; Cl 3.19; 1Pd 3.7). “Igualdade, distinção, complementaridade e submissão precisam ser mantidas em equilíbrio delicado” (KOSTENBERGER, 2011, p. 32).

III - IDEOLOGIAS CONTRÁRIAS À FAMÍLIA

Muitos ataques têm sido deflagrados contra à família como instituição divina. A palavra ataque refere-se a todo o investimento de Satanás por meio da educação, do sistema político, da sociedade sem Deus, que tem como propósito destruir a família através das ideologias anticristãs (2 Co 10.4-5; Cl 2.8; Tg 3.15). Vejamos alguns:

3.1 A banalização do divórcio. A mídia tem dado grande incentivo a prática do divórcio, consequentemente tornando-o prática comum na sociedade. O princípio da “indissolubilidade do casamento” tem sido quebrado em grande escala a cada ano, evidenciando a falta de temor a Deus e do verdadeiro amor e respeito que deve existir entre os casais. A natureza indissolúvel do casamento vem desde a sua origem (Gn 2.24). Jesus disse que esse registro bíblico fala da indissolubilidade do casamento (Mt 19.5,6). De acordo com as palavras de Jesus em (Mt 19.9), o adultério praticado por um dos cônjuges é a exceção para um possível divórcio. Todavia, é bom destacar que Jesus nunca estimulou ou encorajou o divórcio. Portanto, o divórcio não deve ser a primeira opção no caso de infidelidade conjugal, mas o perdão (Mt 18.21-35; Lc 17.4).

3.2 A dessacralização do leito conjugal. Desde a queda do homem, o sexo e a sexualidade têm sido deturpados. Por meio das mídias, alguns “pregadores” têm se levantado no cenário nacional com ensinamentos deturpados sobre o ato conjugal, incentivando práticas impuras e inconvenientes, sob o lema de que “dentro de quatro paredes vale tudo”. A Escritura, porém, nos mostra que o sexo foi criado por Deus com propósitos elevados, saudáveis e benéficos para o ser humano, e por isso reprova severamente práticas sexuais corrompidas, tais como: (a) adultério (Êx 20.14; Dt 5.18; Mt 5.27; Rm 13.9); e, (b) outras perversões, que são próprias daqueles que não temem a Deus (Êx 20.17; 1Co 6.19,20; 1Pd 3.7; Hb 13.4).

3.3 A normalização da ideologia de gênero. Quanto à sexualidade, a ideologia ensina que o gênero e a orientação do desejo sexual não são determinados pela constituição anatômica do corpo humano (BAPTISTA, 2018, pp. 17,18). Uma das consequências da “ideologia de gênero” é a eliminação e alienação do conceito de pessoa, pois, segundo esse modo de pensar, não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade e que todas as relações sexuais são apenas o construto da sociedade, pois ignora a natureza e os fatos biológicos, e alega que o ser humano nasce “sexualmente neutro”, e o gênero pode ser construído e desconstruído, ou seja, pode ser entendido como algo mutável e não definido, como afirmam as ciências biológicas (BAPTISTA, 2018, p. 18). “A ideologia de gênero defende a total distinção entre gênero e sexo e prega que o gênero do indivíduo não é uma determinação natural e biológica […] e que cada indivíduo deve lutar para se libertar da imposição social sexista que inflige o padrão único e binário de masculino e feminino, e decidir ele próprio, o seu gênero” (SILVA, 2018, p. 29). Do ponto de vista bíblico, a sexualidade de uma pessoa é determinada por uma ação criadora do próprio Deus de maneira bem definida (Gn 1.27; Mc 10.6; Mt 19.4; Lc 1.13; Rt 4.17). A ideologia de gênero está fora de sincronia com esta criação e é contrária à ordem natural estabelecida pelo Criador (Rm 1.24-27 ver Lv 18.1-23; Is 28.15).

3.4 A secularização. Em alguns lares a espiritualidade da família está entrando em crise (Mt 24.12). A frieza e a mornidão espiritual têm impedido que os membros da família vivam em comunhão com Deus (Ap 3.15,16). Isto se dá pelo fato de alguns lares, darem pouca importância a oração, adoração e a leitura bíblica no seio familiar. Todavia, a Bíblia nos mostra o que devemos priorizar: “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33); como sendo a marca dos que de fato passaram pelo novo nascimento (Cl 3.1).

3.5 A relativização. Nesta sociedade corrompida e perversa (Fp 2.15) em que o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19), não é de se estranhar que a humanidade viva uma inversão dos valores e dos padrões morais. Algumas famílias estão sendo destruídas por novelas, séries iníquas, produzidas por pessoas distanciadas dos valores legitimamente cristãos, e pelas publicações que zombam da Palavra de Deus (Is 5.20). A palavra de Deus, como regra de fé e prática do cristão, não admite posições relativistas, no que concerne a moral ou a ética familiar (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17).

IV - PROTEGENDO A FAMÍLIA DAS SUTILEZAS DE SATANÁS

4.1 Como defender nossa família das sutilezas de Satanás. Não podemos evitar que nossa família sofra investidas do diabo, mas podemos proteger a nossa família das suas astutas ciladas (Ef 6.10,11). Vejamos como podemos proteger nossa família: a) Santificando o lar (Lv 20.26; 2 Co 7.1; 1 Ts 4.7); b) Praticando o culto doméstico (Dt 6.7-9); c) Mantendo uma vida de oração e jejum (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Ts 5.17); d) Ensinando a Palavra de Deus no lar (Pv 22.6; At 5.42); e) Frequentando os cultos no templo assiduamente (2 Cr 7.15,16; Sl 122.1); e, f) Vigiando em todo tempo (At 20.31; 1Co 16.13; Cl 4.2; 1Ts 5.6.10; 1Pd 5.8).

CONCLUSÃO

A Bíblia não fala somente da instituição da família, como também destaca quais os papéis que cada um dos membros que a compõe deve exercer para que esta permaneça unida e espiritualmente firme diante dos ataques de Satanás. Devemos seguir e cumprir a Palavra de Deus em todo o tempo, a despeito de todas as mudanças ocorridas na sociedade, pois, fazendo assim, seremos abençoados: “Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor! (Sl 128.4).

REFERÊNCIAS

• BAPTISTA, Douglas. Valores cristãos. CPAD.

• SILVA, Isaac. Macho nasce macho, fêmea nasce fêmea: desmascarando a falaciosa ideologia de gênero. Relva Publicações, 2018.

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

• KOSTENBERGER, Andreas J. com JONES, David. Deus Casamento e Família. VIDA NOVA.

• KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. CULTURA BÍBLICA.

• WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico Expositivo NT. GEOGRÁFICA.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 02 Ago. 2022