Lição 13: O cativeiro de Judá V

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SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021

Adultos - O PLANO DE DEUS PARA ISRAEL EM MEIO À INFIDELIDADE DA NAÇÃO: as correções e os ensinamentos divinos no período dos reis de Israel

COMENTARISTA: CLAITON INVAN POMMERENING

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 13 – O CATIVEIRO DE JUDÁ

INTRODUÇÃO

Nesta última lição do trimestre estudaremos sobre o cativeiro de Judá, também conhecido como Reino do Sul. Apesar do povo judeu saber o que havia ocorrido com o Reino do Norte, que havia sido levado para Assíria (2Rs 17.20-24), Judá não perseverou em seguir ao Senhor, e cometeu os mesmos pecados de Israel, tornando inevitável o Cativeiro Babilônico. Nesta lição traremos um breve panorama dos reis do Reino do Sul; explicaremos a tríplice decadência de Judá; destacaremos algumas advertências dos profetas levantados por Deus antes do cativeiro; citaremos os principais motivos do cativeiro de Judá; destacaremos como ocorreu o cativeiro babilônico; e, finalmente, mencionaremos a promessa de restauração.

I – BREVE PANORAMA DO REINO DE JUDÁ

O Reino do Sul durou cerca de 345 anos (de 931 a 586 a.C.) e teve vinte reis (incluindo a rainha Atalia). Diferente do Reino do Norte, que só teve reis maus, Judá teve, ao menos, oito reis bons: Asa, Josafá, Joás, Amazias, Azarias, Jotão, Ezequiel e Josias, como veremos a seguir:

II - A TRÍPLICE DECADÊNCIA DO REINO DE JUDÁ

2.1 A Decadência Política. A grande maioria dos reis de Judá foram maus. Além de não guardarem a Palavra de Deus, eles fizeram o que era mau aos olhos do Senhor e conduziram o povo a rebelião contra Deus (2Cr 12.1; 22.1-5; 28.1-4; 33.1-10,21-23). O rei Manassés, por exemplo, tornou a edificar os altos que o rei Ezequias, seu pai, havia destruído; edificou altares a outros deuses no Templo, em Jerusalém; ofereceu seu filho a Moloque; e, instituiu agoureiros e feiticeiros em Jerusalém, provocando a ira do Senhor (2Rs 21.1-18; 2Cr 33.1-10).

2.2 A Decadência Social. O mau exemplo dos reis de Judá, inevitavelmente, resultou em decadência social na nação. Dentre os muitos pecados cometidos pela nação, podemos citar: avareza, violência, contenda, litígio, embriaguez, imoralidade, prostituição, suborno e injustiça nos tribunais (Jr 5.8; 6.7,13; 9.2; Mq 3.9-12; Hc 1.3,4; 2.15). A situação moral de Jerusalém era tão drástica, que o próprio Deus chegou a compará-la as cidades de Sodoma e Gomorra (Jr 23.14).

2.3 A Decadência Religiosa. Como se não bastasse a decadência política e social, a nação estava enfrentando uma decadência religiosa, que os conduziu a apostasia (Jr 2.32; 3.8-13,21; 8.9,10; 9.2,3). A adoração a ídolos tornou-se comum em Jerusalém (Is 48.4,5; Jr 2.4-30; 16.18-21). Além disso, os sacerdotes e profetas falavam enganosamente em Nome de Deus (Jr 5.31; 6.13; 23.9-21) e profetizavam que haveria paz, prosperidade, e segurança para o povo, quando este achava-se em pecado diante de Deus (Jr 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10).

III – AS ADVERTÊNCIAS DOS PROFETAS AO REINO DE JUDÁ

Assim como ocorreu com o Reino do Norte (2Rs 17.13), Deus enviou profetas para advertir o povo e chamá-los ao arrependimento. Dentre os profetas levantados por Deus, antes do Cativeiro, destacamos três: Isaías, Miqueias e Jeremias.

3.1 O Profeta Isaías. Seu nome significa “Salvação” ou “salvação de Jeová”. Seu ministério profético foi centralizado em Jerusalém, durante o reinado de quatro reis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1.1) e abrangeu mais de meio século. Isaías denunciou e advertiu Judá pela sua idolatria, imoralidade e injustiças sociais durante um período de prosperidade enganadora (Is 1.2-7, 16,17, 21-23; 2.6-8; 3.8,9; 5.8-11,18-23; 10.1,2). Além disso, ele exortou o povo a confiar somente no Senhor (Is 30.1-17).

3.2 O Profeta Miqueias. Seu nome significa “Quem é como Yahweh?”. O profeta Miqueias predisse, com exatidão, a destruição do povo de Judá e de Jerusalém (Reino do Sul) em consequência dos seus graves pecados (Mq 4.9-11). O profeta Miqueias denunciou os falsos profetas (Mq 3.5,6,7), os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que enganavam o povo e os conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida mais próxima de Deus (Mq 3.9-12; 4.12). As palavras do profeta Miqueias
demonstram que Deus odeia o pecado, e que adota a postura de um justo juiz, pronto para administrar o castigo a todos aqueles que desafiam a sua autoridade (Mq 1.5; 6.7,8).

3.3 O Profeta Jeremias. Seu nome significa “O Senhor estabelece”. Ele nasceu por volta de 647 a.C. na cidade de Anatote e era filho do sacerdote Hilquias (Jr 1.1). Ele recebeu, da parte de Deus, a difícil tarefa de advertir a nação sobre a invasão estrangeira e, consequentemente, a destruição de Jerusalém (Jr 9.11; 25.11; 27.21,22; 29.10; 32.28,29). Os falsos profetas, porém, anunciavam exatamente o contrário da predição de Jeremias, pois, segundo eles, haveria paz na nação (Jr 23.17). Por isso, Jeremias foi rejeitado, perseguido, preso e lançado em uma cisterna, como se fosse um malfeitor (Jr 11.21; 12.6; 20.2; 26.8,9; 37.15,16; 38.6). As profecias de Jeremias se cumpriram na íntegra (2Rs 25.1-21; 2Cr 36.20,21).

IV – OS PRINCIPAIS MOTIVOS DO CATIVEIRO DO REINO DE JUDÁ

4.1 A rejeição da Lei de Deus. O povo de Judá se recusou a guardar a Lei de Deus (Dt 28.1-14) e recorreram a toda forma de idolatria e de práticas abomináveis diante de Deus (2Cr 24.18; 2Cr 36.21-23; Jr 8.2; 16.11).

4.2 A rejeição da correção de Deus. O povo de Judá se recusou a aceitar as correções dos profetas de Deus. Eles desprezaram, maltrataram e escarneceram dos profetas do Senhor (2Cr 36.15,16; Jr 25.3,4; 32.3; 35.15; 38.6; 44.4), e deram “ouvidos” a mensagem dos falsos profetas (Jr 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10).

V – COMO OCORREU O CATIVEIRO DO REINO DE JUDÁ

A destruição e o cativeiro de Judá ocorreram por causa da desobediência à aliança de Deus com seu povo (Dt 28.36,64). De acordo com HALLEY (2000 p. 216,217) o cativeiro ocorreu em quatro fases. Vejamos:

5.1 A primeira fase. Em 605 a.C., Nabucodonosor, rei da Babilônia, derrotou Jeoaquim, rei de Judá, e levou para Babilônia, muitos tesouros do Templo, bem como os filhos das famílias de destaque, com inclusão de Daniel (2Cr 36.6,7; Dn 1.1-3).

5.2 A segunda fase. Em 597 a.C. Nabucodonosor veio de novo para Jerusalém e levou os demais tesouros, bem como o rei Joaquim e dez mil judeus. Dentre eles havia: conselheiros, nobres, oficiais e homens de destaque, que foram levados para o cativeiro babilônico (2Rs 24.14-16). Entre os cativos estava também o profeta Ezequiel.

5.3 A terceira fase. Em 586 a. C., os babilônicos reapareceram em Jerusalém. Incendiaram a cidade, derrubaram as suas muralhas, vazaram os olhos do rei Zedequias e o levaram acorrentado para a Babilônia, junto com outros 832 cativos. Não sobrou no país senão um resto da classe mais pobre (2Rs 25.8-12; Jr 52.28-30).

5.4 A quarta fase. Em 581 a.C., cinco anos depois de incendiarem Jerusalém, os babilônicos reapareceram mais uma vez e levaram mais 745 cativos (Jr 52.30), mesmo depois de um grupo considerável, incluindo Jeremias haver fugido para o Egito (Jr 43). A queda de Jerusalém foi acompanhada pelo ministério de três grandes profetas: Jeremias, Ezequiel e Daniel.

VI – A PROMESSA DE RESTAURAÇÃO PARA DO REINO DE JUDÁ

O Senhor, por intermédio do profeta Jeremias também enviou uma mensagem de esperança para Judá (Jr 3.16-18; 12.14,15; 23.3-8; e os capítulos 30 a 33). Tais referências relacionam-se com as alianças entre o Senhor e os antepassados de Israel, as quais garantiram a continuação da casa de Jacó e da linhagem real de Davi (Jr 33.26). Mesmo numa época em que já não havia justiça no país, e o paganismo estava se proliferando a cada dia, o Senhor assegurou, por intermédio do profeta Jeremias, que suas alianças eram tão invioláveis quanto o fato natural de o dia seguir a noite (Jr 31.36,37; 33.20-26). No livro das Lamentações de Jeremias, ele aponta pelo menos duas razões para termos esperança: (1) A ira do Senhor é de curta duração, mas, a sua misericórdia não tem fim (Lm 3.22); (2) O Senhor é bom e misericordioso para com aqueles que nEle esperam com humildade e arrependimento (Lm 3.24-27).

CONCLUSÃO

O cativeiro de Judá trouxe consequências drásticas e prejuízos irreparáveis para o povo judeu, como podemos ver no livro das Lamentações de Jeremias. Além da destruição do templo e da cidade de Jerusalém, ocorreram muitas mortes, fome, desprezo e miséria para os poucos que ficaram na Terra; além da deportação para Babilônia da grande maioria do povo judeu. Tudo isto poderia ter sido evitado, se o povo de Judá e de Jerusalém atentassem para a Palavra de Deus e para a mensagem dos seus profetas. E, foram escritas, para servir de alerta e de advertência, não apenas para o povo judeu, mas, também, para cada um de nós!

REFERÊNCIAS
• ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia de Estudo Revelação Profética. SBB.

• ELISSEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. VIDA.

• HALLEY. Manual Bíblico. VIDA.

• POMMERENING, Claiton Ivan. O Plano de Deus para Israel em meio à Infidelidade da Nação. CPAD.

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/baixar-licao/cod/718 Acesso em 19 Set. 2021