Lição 4 - O drama de Jó V

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SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

QUARTO TRIMESTRE DE 2020

Adultos - A FRAGILIDADE HUMANA E A SOBERANIA DIVINA: o sofrimento e a restauração de Jó

COMENTARISTA: JOSÉ GONÇALVES

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO 4 - O DRAMA DE JÓ

INTRODUÇÃO

Nesta lição, definiremos a palavra “drama”. Pontuaremos quais foram as perdas que só sofreu e o drama que isto lhe causou; por fim, destacaremos o seu exemplo heroico, que diante apesar das tragédias que sofreu, permaneceu firme e inabalável no Senhor.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA DRAMA

O dicionário Houaiss define a palavra “drama” de forma figurada como: “situação ou sequência de acontecimentos em que predomina emocionante conflito de forças, podendo apresentar tumulto e agitação”. Por extensão significa também: “estado que comove pela dificuldade que encerra ou que constitui experiência emocional penosa e desgastante” (HOUAISS, 2001, p. 1083).

II – O QUE JÓ PERDEU

Embora nem toda perda seja por provação, mas também por falta de sabedoria (Pv 24.30,31) e falta de equilíbrio (1Tm 6.8-10; 17-19), não podemos negar que um crente pode vir a perder suas posses por uma provação. O verbo “provar” no hebraico é “tsãraph” que quer dizer: “refinar, provar, fundir”. A Bíblia diz que Deus prova os seus (Êx 20.20; Dt 8.2; 1 Cr 29.17; Sl 7.9; Jo 6.6; At 14.22; 1 Pd 4.12-19). O patriarca Jó foi acusado por Satanás de servir a Deus com sinceridade, retidão, temor e prudência em troca de sua proteção (Jó 1.9-11). Para mostrar que Satanás estava errado, Deus permitiu que o adversário tirasse o que Jó possui. Vejamos:

2.1 Seu patrimônio.

Tudo o que Jó havia conseguido com a bênção de Deus e como fruto do trabalho de suas mãos (Jó 1.10), mas agora, mediante a permissão divina, Satanás foi autorizado e tirar-lhe todos estes bens. Notemos o que Jó perdeu do seu patrimônio financeiro:

a) Os bois e os jumentos. O relato bíblico diz que quinhentos bois e as quinhentas jumentas que Jó tinha foram roubados e os servos que tomavam conta foram mortos pelos sabeus, escapando apenas um para dar a notícia (Jó 1.13-15).

b) As ovelhas. Em seguida deste triste relato, outro mensageiro chegou e noticiou que o rebanho de sete mil ovelhas que Jó possuía, foram carbonizadas, juntamente com os pastores que tomavam conta delas, por um raio que caiu do céu, escapando apenas um para trazer o relato (Jó 1.16).

c) Os camelos. O terceiro mensageiro chegou e trouxe mais uma notícia triste, para o patriarca Jó. Os caldeus se organizaram em três bandos e saquearam os três mil camelos de Jó, e mataram seus guardadores a fio de espada, restando também apenas um para contar o que aconteceu (Jó 1.17).

2.2 Sua família. A mais terrível das notícias ainda estava para vir. O quarto mensageiro correu a Jó a dizer que na festa de aniversário do seu primogênito, que como de costume, reunia todos os outros irmãos, sobreveio um grande vento, que pode ter sido um tufão, com força tão grande que derrubou a casa onde estava seus filhos e os matou esmagados, e como das outras vezes, escapou apenas um servo para trazer a notícia (Jó 1.18,19).

2.3 Sua saúde. Não bastasse todas as perdas que Jó sofreu, por permissão divina, Satanás também intentou contra a sua saúde, com uma doença terrível: “Então saiu Satanás da presença do Senhor, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça” (Jó 2.7). Sua doença trouxe-lhe diversas consequências. Notemos algumas:

• Atingiu toda a sua pele (Jó 2.7);

• Feridas e crostas supurantes (Jó 2.8);

• Coceira (Jó 2.8);

• Deformou seu corpo (Jó 2.12);

• Insônia (Jó 3.13);

• Agonia (Jó 7.1-4)

• Vermes sobre a pele (Jó 7.5);

• Pesadelos (Jó 7.13,14);

• Contorcia-se (Jó 13.27);

• Mau hálito (Jó 19.17);

• Perda de peso (Jó 19.20);

• Pele enegrecida (Jó 30.30-a);

• Calafrios e febre (Jó 30.30-b).

III - O DRAMA DE JÓ

Por certo o que mais afligiu Jó não a perda de tudo que construiu apenas, mas a forma como perdeu. Notemos:

3.1 Perdeu tudo num só dia. O texto deixa claro que Jó não perdeu seus bens de forma paulatina em questão de meses ou anos. Tudo foi embora, em apenas um dia: “E sucedeu um dia” (Jó 1.13), inclusive todos os filhos (Jó 1.18,19). Neste mesmo dia, veio um mensageiro após o outro trazer as notícias das perdas (Jó 1.14,16,17,18). Diante disto, devemos ter consciência da transitoriedade dos bens (Pv 27.24; Ec 9.10). Tudo o que é material se destrói, se corrompe (Tg 5.2,3). Somente os bens espirituais é que são permanentes (1Pd 1.4). Devemos estar atentos para a exortação de Jesus quanto a preocupação exagerada com o acúmulo de bens terrenos, porque eles se estragam e podem ser roubados (Mt 6.19).

3.2 Perdeu sem ter pecado. O fato de ter perdido tudo não significa que Jó havia pecado e que Deus o havia punido. Se assim fosse, por certo aceitaria a correção divina. O próprio Jó indagou a Deus o que havia feito para enfrentar aquilo, já que procurava ser reto diante de Deus: “Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo. Parece-te bem que me oprimas, que rejeites o trabalho das tuas mãos e resplandeças sobre o conselho dos ímpios? Bem sabes tu que eu não sou iníquo; todavia ninguém há que me livre da tua mão” (Jó 10.1,2,7). Veja ainda (Jó 23) 3.3 Perdeu e não foi consolado. Antes as muitas perdas que Jó sofreu, ele não recebeu consolação de ninguém. Sua esposa falhou gravemente com suas palavras querendo induzi-lo a pecar contra Deus, sugerindo-o a blasfemar contra Deus e provavelmente praticar o suicídio (Jó 2.9,10). Seus amigos que vieram consolá-lo (Jó 2.12,13), o atormentaram ainda mais com suas palavras (Jó 16.1,2).

IV – COMO LIDAR COM AS PERDAS

Enquanto estivermos no mundo, estamos sujeitos a passar por momentos difíceis: “No mundo tereis aflições...” (Jo 16.33) a). Enfermidade, morte, violência, privações materiais, perseguições, angústias e outros males podem sobrevir ao crente. No entanto, a Bíblia nos ensina como devemos proceder quando nos depararmos com momentos de perda. Vejamos:

5.1 Tendo fé em Deus. O termo fé, do hebraico “heemin” e do grego “pisteuõ” é definido pela própria Bíblia como “...o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). É a confiança que depositamos em todas as providências de Deus (Gn 22.8). É a crença de que Ele está no controle de tudo, e que é capaz de manter as leis que estabeleceu (Is 43.13). No livro de Jó encontramos ele perdendo seus bens, no entanto, vemo-lo conservando a sua fé: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).

5.2 Aceitando a vontade divina. O nosso Deus é Soberano. Isto significa dizer que Ele exerce autoridade absoluta e inquestionável sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus. Portanto, como seus servos devemos aceitar seus desígnios sem questionar (Rm 9.20). Vemos essa submissão a vontade de Deus bem expressa nas palavras de Jó, quando diante de todas as calamidades que lhe aconteceram, disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.21).

5.3 Permanecendo firme. É impossível viver sem passar por crises, pois a vida é composta inevitavelmente também de dias maus (Ec 11.8). Logo, o justo pode até vir a sofrer perdas, porém, deve permanecer firme no Senhor (Pv 24.10). O alicerce da nossa vida não deve estar fundamentado nas posses materiais, e sim, em Deus e Sua Palavra, porque quando as tempestades nos sobrevêm, avaliam a qualidade do nosso alicerce (Sl 125.1; Mt 7.24-27). Jó, em meio a mais intensa dor de ter perdido riquezas, filhos e saúde, permaneceu firme e glorificou ao Senhor (Jó 1.13-22), provando assim seu amor verdadeiro por Deus (Jó 19.25). Imitemos, pois a conduta do patriarca Jó diante das perdas que sofreu: “Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1.22).

CONCLUSÃO

O cristão não está isento de sofrer abalos, fazendo com que venha a perder aquilo que construiu em sua vida. No entanto, tal como Jó, devemos nos posicionar com fé, submissão e firmeza, sabendo que não somos donos do que temos, e que os bens eternos, são melhores, pois estão guardados em um lugar totalmente seguro, e neles é que o nosso coração deve estar.

REFERÊNCIAS

• ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.

• COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as aflições da vida. CPAD.

• GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

• HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

• VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL (ENCAMINHAMENTO DO MATERIAL) - PROF. PAULO AVELINO