Lição 5 - Zorobabel recomeça a construção do templo V

Imprimir

SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2020

Adultos - OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE: a reconstrução de Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias

COMENTARISTA: EURICO BÉRGSTEN

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 5 – ZOROBABEL RECOMEÇA A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos um pouco do contexto histórico que envolveu a reconstrução do Templo; veremos quem foi Zorobabel e qual a sua importância para esta reconstrução; pontuaremos os aspectos das mensagens proféticas dos profetas Ageu e Zacarias em relação ao restabelecimento do Templo e o seu futuro; e por fim, mostraremos a importância do templo em nossos dias.

I – ENTENDENDO O CONTEXTO HISTÓRICO

1.1 O rei Ciro e o retorno dos ex-exilados. Em 538 a.C., Ciro rei da Pérsia, promulgara um decreto, permitindo aos judeus exilados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o Templo, cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (Is 45.1-3; Jr 25.11,12; 29.10-14), e a intercessão de Daniel (Dn 9). O primeiro grupo de judeus a voltar a Jerusalém, havia lançado os alicerces do novo Templo em 536 a.C., em meio a muita emoção e expectativa (Ed 3.8-10).

No entanto, os samaritanos e outros vizinhos opuseram-se fisicamente ao empreendimento, desanimando aos trabalhadores de tal maneira, que a obra acabou por ser interrompida em 534 a.C. A indiferença espiritual generalizou-se, induzindo o povo a voltar à reconstrução de suas próprias casas.

1.2 Os profetas Ageu e Zacarias e a mensagem divina. A palavra profeta deriva-se do termo hebraico “nabbi” que significa “falar” ou “dizer”, e do termo grego “prophete”, que significa “falar de antemão”. Sua principal função é tornar conhecidas as revelações divinas e transmitir os oráculos de Deus ao povo (Êx 7.1; Nm 12.6; 1Sm 3.20; Hb 1.1,2). Ageu começou seu ministério da Palavra em 520 a.C. (Ag 1.1), e cinco de suas mensagens encontram-se registradas no livro com o seu nome. Um ou dois meses depois, juntou-se a ele um rapaz cujo nome era Zacarias, um sacerdote chamado por Deus para ser profeta (Zc 1.1). Esses dois homens transmitiram a Palavra de Deus aos líderes e ao remanescente que “iam edificando e prosperando em virtude do que profetizaram os profetas Ageu e Zacarias” (Ed 6.14) (WIERSBE, 2010, p.596). Conheceremos agora dois deles que foram usados de forma tremenda para a restauração do templo.

II - ZOROBABEL E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO

2.1 Zorobabel e sua genealogia. Zorobabel era descendente da casa de Davi, era filho de Selatiel, neto de Jeconias, da descendência de Davi por isto seu nome é citado na genealogia de Jesus Cristo (Mt 1.12,13; Lc 3.27). Porém, o texto hebraico do livro de Crônicas registra que ele era filho de Pedaías, irmão de Selatiel. Talvez isto tenha sido um erro de copista, ou mais provavelmente, que tenha havido um casamento levirato. Sua história é contada principalmente nos livros de Esdras e Neemias, que no Cânon Hebraico formam um único livro, e nos livros de Ageu e Zacarias. Ele ainda é mencionado na genealogia de Judá no livro de 1 Crônicas que cita os seguintes nomes como seus descendentes: Mesulão, Hananias, e Selomite, Hasubá, Oel, Berequias, Hasadias e Jusabe-Hesede (1Cr 3.19,20). O NT menciona Abiúde e Resá como seus filhos (Mt 1.13; Lc 3.27) (WIERSBE, 2010, p. 597).

2.2 Zorobabel e sua liderança. Zorobabel foi um líder israelita que liderou o retorno do primeiro grupo de judeus exilados que se encontravam no cativeiro babilônico, fato histórico ocorrido após 539 a.C., quando o rei Ciro da Pérsia havia ocupado a Babilônia. A origem de seu nome é incerta; talvez venha do acadiano, “zerubabili” que significa: “semente da Babilônia”. No livro de Ageu, Zororabel é chamado de “governador de Judá” (Ag 1.1; 2.2). Ao estabelecer-se na terra prometida, ele trabalhou pela reconstrução do Templo de Jerusalém, completando a obra com muita persistência, tendo enfrentado uma interrupção das atividades durante um período de dezesseis anos, aproximadamente de 536 a 520 a.C.

2.3 Zorobabel e a reconstrução do Templo. No ano 536 a.C. Ciro apodera-se da Babilônia e ordena o repatriamento dos judeus mantidos em cativeiro e a reconstrução do seu templo (Ed 1.1-4) que, segundo a descrição presente no livro de Esdras, terá tido lugar sob o sacerdote Josua, filho de Jazadaque e Zorobabel, filho de Sealtiel (Ed 3.8). A obra, porém, foi interrompida durante o reinado de Ciro, e só foi retomada no reinado de Dario (Ed 4.1-5). Em 520 a.C. o profeta Ageu acompanhado pelo profeta Zacarias, conclama Zorobabel e o povo a retornar à construção da casa de Deus. Quatro anos mais tarde, o Templo foi completado e dedicado ao Senhor (Ed 4.8-13). A Bíblia nos informa que Deus usou o rei Dario para confirmar a ordem de reconstrução do Templo (Ed 6.1-12). Os secretários do rei procuraram nos arquivos e encontraram o rolo no qual Ciro havia registrado o édito a volta do povo de Judá para sua terra (Ed 6.13-22).

III - O PROFETA AGEU E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO

3.1 O profeta Ageu. Seu nome vem do hebraico “Haggai” significa “festividade” ou “festivo”. Provavelmente ele recebeu este nome porque o seu nascimento coincidiu com uma das festas judaicas. Seu nome está ligado ao maior objetivo de sua profecia, que era completar o Templo para reiniciar as festividades religiosas. A tradição judaica sustenta que ele nasceu na Babilônia e estudou sob a orientação do profeta Ezequiel. Evidentemente veio para Jerusalém após o retorno do primeiro grupo de exilados em 537 a.C., pois o seu nome não consta da lista dos que retornaram (Ed 2.2) (ELISSEN, 2004, p. 329).

3.2 A mensagem de repreensão Ageu (Ag 1.1-11). Por causa do descaso do povo judeu para com a reconstrução do Templo, Deus os castigou e lhes sobreveio colheitas escassas, secas e miséria (Ag 1.6). Eles trabalhavam intensamente, mas não sentiam real alegria e motivação (Ag 1.6, 9-11). Mais do que qualquer outra pessoa, Ageu foi o responsável por conseguir que a reconstrução recomeçasse e fosse concluída. Ele insistiu com os líderes e o povo para atender a essa prioridade, para que Deus pudesse derramar bênçãos sobre todos os empreendimentos do povo (Ag 1.9,10).

3.3 A mensagem de ânimo de Ageu (Ag 2.1-9). Enquanto o povo edificava, novo desânimo apoderou-se deles. Os mais velhos, lembrando-se do esplendor do Templo de Salomão, mostravam-se decepcionados com o novo Templo, pois era inferior no tamanho e na suntuosidade da alvenaria. Os próprios alicerces eram bem menores em extensão e os recursos eram muito limitados. Mas Ageu veio com uma palavra de ânimo, dizendo que Deus derramaria seus recursos naquele edifício e estaria no meio do novo Templo: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.9).

3.4 A mensagem de esperança de Ageu (Ag 2.10-23). Esta mensagem de purificação e bênção foi proclamada três meses depois que a reconstrução do Templo foi iniciada. Ageu mostrou ao povo a sua impureza e pecaminosidade (Ag 2.11-14). Mostrou-lhes que as suas orações não eram respondidas porque tinham protelado por tanto tempo o término do Templo. Por sua culpa haviam arruinado tudo quanto tinham feito (Ag 2.15-19). Mas, se renovassem o seu zelo, descobririam que Deus os abençoaria: “Há ainda semente no celeiro? Nem a videira, nem a figueira, nem a romeira, nem a oliveira têm dado os seus frutos; mas desde este dia vos abençoarei” (Ag 2.19).

IV - O PROFETA ZACARIAS E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO

4.1 O profeta Zacarias. O nome Zacarias, “Zekar-Yah”, no hebraico e: significa “O Senhor se lembrou”. Os nomes de seu pai e de seu avô têm significados interessantes (Zc 1.1). Seu pai por nome de Ido significa: “tempo designado”, e o seu avô por nome de Berequias que significa: “o Senhor abençoa”. Segundo Elissen (2012, p. 389) “até os nomes sugerem a mensagem do livro: O Senhor não esquecerá suas promessas da aliança para abençoar Israel no tempo designado”.

4.2 A mensagem de mudança de Zacarias. A sua atual condição apresentava um quadro triste, mas Zacarias transformou essa situação calamitosa em uma cena gloriosa, enquanto ele, por meio de uma série de visões e profecias, descreve uma Jerusalém restaurada, protegida e habitada pelo Messias (Zc 8.7,8; 12.10). Sendo ela a capital de uma nação elevada acima de todas as demais nações.

4.3 A mensagem de estímulo de Zacarias. Além da promessa de glória futura, o profeta Zacarias fez promessas de êxitos e empreendimento que culminou estimulando o povo, porque assegurava ao remanescente que o seu Templo seria reconstruído, apesar da oposição. O profeta Zacarias trouxe um estímulo à nação para servir fielmente ao seu Deus mesmo por meio da aflição atual, com a visão das glórias futuras do tempo do Messias; e as batalhas que antecederão este tempo (Zc 9.9,10; Ap 12.6; 13.5; 14.14).

4.4 A mensagem escatológica de Zacarias. Zacarias concluiu sua profecia com uma descrição da culminante batalha terrena, quando o próprio Senhor se envolverá na peleja. Esse “homem de guerra”, característica do Senhor, foi aludido em (Êx 15.3) e dramatizado em (Na 1.2, Hc 2.8-15 e Sf. 3.8). Quando o Senhor sair para a peleja, se confrontará com todas as nações reunidas contra Jerusalém (Zc 14.2; Ap 19.9). Suas armas não são reveladas, mas a batalha será ganha (Zc 14.12).

V - A IMPORTÂNCIA DO TEMPLO EM NOSSOS DIAS

Embora compreendamos que somos Templo de Deus (1Co 13.16), que também somos o sacrifício (Rm 12.1) e que Deus está à procura de adoradores que o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.24), não resta dúvidas de que a figura do Templo tem uma grande importância nas Escrituras e consequentemente para os nossos dias. Notemos:

 O Templo é um lugar de comunhão (Sl 27.4; At 2.42);

 O Templo é um lugar de adoração (Sl 65.4; At 2.4);

 O Templo é um lugar de oração (2Cr 7.15; At 4.31; At 12.5);

 O Templo é o lugar da manifestação da vontade de Deus (1Sm 1.17; At 13.1-3);

 O Templo é o lugar para buscar refúgio (Sl 18.6; At 12.11-12);

 O Templo é o lugar de louvor (Sl 138.2; Ef 5.19,20).

<p.CONCLUSÃO

Aprendemos nesta lição que quando a obra sofre por empecilhos levantados pelo inimigo o povo pode esperar em Deus uma resposta, e se sua vida e compromisso forem restaurados haverá uma intervenção divina. Devemos crer que o nosso Deus continua à frente de sua obra, Ele usará homens e mulheres que se disponham a fazer a sua vontade e a obra seguirá avante. A Igreja do Senhor também tem essa promessa e como diz o hino: Ela segue caminhando.

REFERÊNCIAS

 STAMPS, Donald C. Biblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

 ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. VIDA.

 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

 WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. GEOGRAFICA.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 20 jul. 2020