Lição 12 - Exortações finais na grande maratona da fé V

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SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2018

Adultos - A supremacia de Cristo - Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus

COMENTARISTA: JOSÉ GONÇALVES

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

LIÇÃO Nº 12 – EXORTAÇÕES FINAIS NA GRANDE MARATONA DA FÉ

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INTRODUÇÃO

Veremos nesta lição, que a vida cristã pode ser comparada a uma maratona onde são considerados vencedores aqueles que alcançam a reta final e passam pela linha de chegada. Para que isso ocorra é necessário que a disciplina esteja presente no preparo, no início, no percurso e até o final. A corrida cristã não é um passeio, mas, ao contrário, uma corrida exigente e extenuante.

I – DEFININDO A PALAVRA MARATONA

1.1 Significado da palavra maratona. O dicionário Houaiss conceitua maratona do grego “marathon” como: “uma prova de longo percurso percorrida a pé e realizada na distância oficial de 42 km; qualquer competição de duração prolongada que exija grande resistência; evento ou atividade de longa duração com efeito desgastante para os participantes” (HOUAISS, 2001, p. 1848).

II - A MARATONA DA VIDA CRISTÃ

Em qualquer competição o começo é importante, mas o fim é crucial. Um tema presente ao longo de todo este capítulo é a perseverança (Hb 12.1-3,7; ver também 10.32,36). Os cristãos judeus que receberam esta carta estavam ficando cansados e queriam desistir, mas o autor estimula-os a continuar avançando em sua vida cristã, como corredores em uma maratona como Paulo também exortou (Fp 3.12-16) (WIERSBE, 2010, p. 417). Existem diversas razões e motivos pelos quais devemos participar da corrida cristã. Notemos:

2.1 A corrida cristã é proposta por Deus (Hb 12.1). Notemos que o texto bíblico diz justamente: “corramos… a carreira que nos está proposta”. O texto deixa bem claro, que é o próprio Deus quem a propõe. O Senhor é quem a estabelece para nós. Já existe um curso bem definido, um conjunto de regras fixas, uma meta estabelecida e um alvo para ser acertado (Fp 3.14), e é Ele mesmo que nos capacita a corrê-la com triunfo (2Co 3.5).

2.2 A corrida cristã é incentivada pelos heróis da fé (Hb 12.1). O autor da carta aos Hebreus nos relata o seguinte: “Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas…”. O termo grego traduzido “testemunhas” não se refere a “espectadores”, mas dá origem à palavra “mártir”, ou seja, foram homens e as mulheres piedosos do AT que completaram a corrida e a venceram. Essas pessoas não testemunham o que fazemos, antes, testemunham para nós que Deus é capaz de nos sustentar até o fim. Deus deu testemunho delas (Hb 11.2,4,5,39), e, agora, elas testemunham para nós (Hb 12.1a). Os heróis do AT com os seus testemunhos de fé, perseverança e lealdade, nos incentivam e nos impulsionam a vencer as provas da maratona espiritual. Apesar das lutas estes heróis da fé continuaram firmes na caminhada (Hb 11.16). Assim, o autor coloca-os como exemplos a serem seguidos, pois eles correram e venceram (Hb 11.13).

2.3 A corrida cristã tem o exemplo maior de Jesus (Hb 12.2). Jesus suportou muito mais coisas aqui na Terra do que qualquer um dos heróis da fé citados em Hebreus 11 e, portanto, é o exemplo perfeito a ser seguido (Jo 17.4). Ele é nosso “archegos”, ou seja, o pioneiro ou líder de fila. A frase “Olhando firmemente para […] Jesus” indica uma ação de escolha. Foi ao “olhar para ele” que recebemos a salvação (Is 45.22), pois olhar significa “confiar”. Assim, os leitores desta epístola são exortados a fixar seus olhos em Jesus, o nosso alvo e modelo. Isto porque Ele é o “autor e consumador da fé”. Depois que a corrida começa o atleta não deve em momento algum olhar para trás (Lc 9.62). Ele deve avançar para a vitória sem se distrair. Se quiser ganhar o prêmio, seus olhos devem estar posto onde está o juiz, no final da pista: “… Mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão adiante de mim, prossigo para o alvo…” (Fp 3.13,14). A corrida cristã exige concentração, autodisciplina e ritmo para chegar no alvo glorioso (2Tm 2.5). A Bíblia nos dá exemplos de vários olhares negativos (Gn 3.6; 19.26; 2Sm 11.2). O segredo é olhar sempre para o alvo (Sl 34.5) (WIERSBE, 2010, p. 419).

III – CUIDADOS DO CRISTÃO NA MARATONA ESPIRITUAL

3.1 O cuidado na trajetória. “Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições […], para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos” (Hb 12.3). Quando o autor sagrado usa a palavra “considerai”, é empregada a palavra grega “analogidzomai”, que significa: “fazer uma comparação”. Pedro nos diz: “[…] Cristo padeceu por nós, deixandonos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (1Pe 2.21). Na Grécia antiga, era permitido aos escravos correrem ao lado das pessoas livres nas competições olímpicas. Foram criadas leis especiais que asseguravam ao escravo a liberdade, se este fosse vencedor do prêmio. A coroa da vitória era posta na sua cabeça e automaticamente aquele escravo recebia para sempre a sua liberdade. Durante as competições eram colocadas joias preciosas no trajeto percorrido pelos atletas. O objetivo disso era despertar o interesse do escravo a fim de que seus passos fossem “embaraçados”, ao se deter para apanhar as joias. Muitos eram levados pela tentação de pegá-las e assim, não cruzavam a linha de chegada em primeiro lugar, perdendo o prêmio e, consequentemente, a liberdade. (SILVA, 2013, pp. 243,244). Estamos em busca da pérola de grande valor, e por ela devemos nos abster de tudo que nos atrapalha (Mt 13.45,46).

3.2 O cuidado no servir. “Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados” (Hb 12.12). Um corpo somente pode funcionar bem com o auxílio de todas as juntas, mas para que isso aconteça com perfeição é necessário que todo o corpo se encontre em perfeita saúde (Ef 4.16) o que, segundo nos parece, não podia ser dito isto sobre este grupo de santos. O verbo grego que aparece aqui é “anorthoo”, que significa “reconstruir, erigir, fortalecer, ajustar”. As mãos aparecem decaídas porque a pessoa envolvida foi de tal maneira dominada pela fraqueza que não é capaz de erguer os braços. A metáfora baseada na fisiologia foi empregada pelo autor para mostrar um corpo dominado por uma tremenda fraqueza. Mas, mãos cansadas representam relaxamento espiritual, desânimo, e fracassos (Is 35.3a). O vocábulo grego “anorthoo” usado para “mãos cansadas”, também é o mesmo usado para “joelhos desconjuntados”, o que significa que tem o mesmo significado. Da mesma forma que os paralíticos não podem naturalmente correr em uma competição, os paralíticos espirituais não podem correr na pista de Deus. O desejo de Deus é que seus filhos tenham joelhos fortalecidos: “… firmai os joelhos trementes” (Is 35.3b); joelhos que oram (Lc 22.41), e que adoram (SI 95.6).

3.3 O cuidado no andar. “e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado” (Hb 12.13). A palavra “manco” indica provavelmente uma porção daquela Igreja que hesitava entre o cristianismo e o judaísmo. A preparação de “veredas direitas”, diante de todos, visava não se desviarem do caminho e nem perderem o prêmio. Um bom exemplo demonstrado pela ala da igreja hebreia que permanecia sadia na fé influenciaria a vida espiritual daqueles que se encontravam “manquejando”, o que os levaria a serem “sarados”. Nosso bom exemplo dignifica o nome santo de Deus e nossas boas obras podem servir para despertar os homens a buscarem a Deus (Mt 5.16).

IV – A VIDA CRISTÃ COMO UMA MARATONA

Assim como existia a modalidade das corridas nos jogos olímpicos da antiguidade, o escritor apresenta a corrida que todo cristão deve percorrer, e lembra seus leitores que a vida cristã é semelhante a uma competição: “… corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1c). A palavra “carreira” aqui usada denota, na língua original, a ideia de “luta”, “conflito” (Fp 1.30; 1Ts 2.2). A ideia de uma disputa intensa associada ao verbo correr informa-nos que a figura usada para descrever a vida cristã é uma corrida, mais especificamente, a uma maratona de longa distância. Sendo assim, exorta-os a continuarem em sua jornada (Hb 10.39). Notemos:

4.1 Precisamos correr livres de embaraço (Hb 12.1b). Não podemos imaginar a ideia de um maratonista, em plena competição, com uma mochila pesada nas costas. Por isso o autor desta carta exorta aos cristãos judeus que se desvencilhem de todo o peso que possa impedi-los de correr. A palavra “peso” indica “volume”, “massa”. Para termos uma boa corrida cristã precisamos nos livrar de tudo aquilo que nos dificulta na trajetória. É preciso remover tudo aquilo que nos impede de correr a carreira cristã. Há muitas coisas que podem ser boas em si mesmas, mas que estorvam um competidor na carreira da fé; são pesos que devem ser deixados de lado. Assim, quem quer viver para agradar a Deus deve deixar de lado e para trás tudo o que impede seu progresso: “Assim corro também eu, não sem meta…” (1Co 9.26).Na corrida da fé o pecado é o maior obstáculo a ser vencido (WILEY, 2013, p. 504).

4.2 Precisamos correr com perseverança (Hb 12.1). Correr com perseverança é não desanimar em face das dificuldades. É prosseguir com determinação, é não desviar-se do alvo. Devemos correr com perseverança, pois somente a firme persistência obterá o triunfo. Apesar dos obstáculos, o corredor cristão não deve recuar jamais, mas deve prosseguir de modo perseverante. E esta perseverança exige esforço constante a qual o levará a cruzar a faixa de chegada (1Co 9.24,25).

4.3 Precisamos correr prosseguindo para o alvo (Hb 12.2). O autor diz que devemos estar: “olhando firmemente […]”. Esta palavra também é usada para palavra “alvo” empregada por Paulo, é a tradução do vocábulo grego “skopos”, usada para indicar um sinal ou marca onde se devia alvejar a flecha. O nosso alvo real é sem sombra de dúvida o Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele nos coroará no final da corrida cristã. “Prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14). Depois que a corrida começa o atleta não deve em momento algum perder o alvo. Ele deve avançar para a vitória sem se distrair (Mt 14.28-30). Se quiser ganhar o prêmio, seus olhos devem estar postos onde está o juiz, no final da pista. Foi exatamente pensando neste exemplo que Paulo fez a notável declaração: “[…] Mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam […] prossigo para o alvo […]” (Fl 3.13,14).

CONCLUSÃO

A vida cristã é muito semelhante a uma maratona. Nossa caminhada com Cristo é longa, vai durar nossa vida toda, portanto, assim como em uma maratona é preciso muita paciência e disciplina para chegar vitorioso até o final. Se ao atleta se faz necessário uma disciplina rigorosa, quanto mais a nós, que buscamos não um prêmio terreno, passageiro, efêmero, mas o que há de mais precioso que é a comunhão dos santos com o próprio Deus.

REFERÊNCIAS

 GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé. CPAD.

 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

 SILVA, Severino Pedro da. Epístola aos Hebreus. CPAD.

 WILEY, Orton. A excelência da nova aliança em Cristo.Central Gospel.

 HENRICHSEN, Walter A. Depois do sacrifício. VIDA

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL (FORNECIMENTO DO MATERIAL) - PROF. PAULO AVELINO