Lição 10 - Espírito — O âmago da vida humana VI

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ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD

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QUARTO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - CORPO, ALMA E ESPÍRITO: A restauração integral do ser humano para chegar à estatura completa de Cristo

COMENTARISTA: Silas Queiroz

COMENTÁRIO: EV. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO Nº 10 - ESPÍRITO – O ÂMAGO DA VIDA HUMANA

Nesta liçäo, veremos outra particularidade do interior humano. Assim como esboçamos o corpo e a alma nas lições anteriores, o espírito também constitui a tríplice formaçäo humana. Semelhante ă alma, que precisa ser cuidada a finn de que a nossa afetividade e racionalidade estejam santificados para Deus, nosso espírito também carece de estar em profunda comunhäo e unidade com o Espírito de Deus.

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa liçäo.

O SOPRO DIVINO: A CONCESSÃO DO ESPÍRITO

O relato da criaçäo do homem apresenta uma teologia muito profunda, que quando analisada com um olhar espiritual, revela a grandeza da coroa da criação. No texto compre- endemos que a parte material do ser humano nada seria sem o recebimento do espírito, que junto com a alma formam a tricotomia humana, assunto relevante e de dificil compreensäo quanto a sua exata divisäo.

Ao soprar no homem o “fôlego de vida”, Deus o fez “alma vivente”, ou um ser que tern vida. Nesse sopro, o Criador infundiu, no interior do homem, sua parte espiritual. Por esse fôlego, ele adquiriu o princípio vital, que o anima. O espírito é a parte imaterial do ho- mem, que, juntamente com a alma, forma “o homem interior .

O espírito näo é o fôlego de vida, mas foi dado no momento do sopro divino, quando o homem foi feito alma vivente (Gn 2.7). Antes era apenas matéria em estado de inércia; o corpo formado do pó. Enquanto todos os demais seres vivos passaram a existir por meio de ordens verbais — “produzam as águas”; “produza a terra” (Gn 1.20,24) —, o homem recebeu vida por uma comunicaçäo especial: o elemento espiritual soprado por Deus.

A tricotomia humana sempre foi clara nas Sagradas Escrituras. Percebemos, quando a lemos, que cada parte possui sua finalidade e objetivo, e que cada uma recebe uma destinação correta no pós morte. O espírito se destaca, nessa divisão, como aquela parte que aponta e se comunica com o Criador.

Destaque

O espírito é a parte do interior humano, pelo qual, podemos ter contato com o sobre- natural divino. Essa distinção da alma pode ser notada de maneira mais clara quando oramos ou expressamos adoração a Deus. Nosso interior sente a presença do Espírito Santo e recebe- mos o seu fortalecimento espiritual, por exemplo, ao término de um culto. Essa experiência é uma evidência notável de que o nosso ser é constituído não apenas de corpo e alma, mas também do espírito que carece de fortalecimento e revestimento (Ef 6.10,11; Cl 3.10).

ESPÍRITO, PECADO E SANTIFICAÇÃO

As Escrituras geralmente apresentam um conceito geral de pecado, principalmente porque a transgressão é um ato da pessoa como um todo, e as suas consequências afetam todo o ser. Contudo, é possível extrair também referências específicas em relação a pecados que envolvem diretamente: o corpo, como a prostituição; a alma, como os maus pensamentos; e o espírito, como o orgulho, a soberba, a vanglória, a arrogância e a inveja (Pv 16.18; 1 Tm 3.6).

O pecado afasta o homem de Deus, e afeta a comunicação do nosso espírito com o Espírito de Deus. Quando estamos imersos no pecado não conseguimos ouvir a voz de Deus, nem perceber como está a nossa real condição junto ao Pai.

Os pecados do espírito podem estar relacionados com o fato de estarem localizados na parte mais profunda do ser humano. Por não serem os mais perceptíveis, não raro ficam ocultos e causam terríveis males. Além de prejudicar os seus autores, afetam e destroem muitos relacionamentos (Tg 3.13-16).

Precisamos estar atentos e não tosquenejar na luta contra o pecado. Estamos vivendo uma batalha diária que precisa ser vencida dia após dia. Essa batalha não pode acontecer sem as armas espirituais que nos ajudam a prosperar na peleja, pois sem elas não seremos capazes de conquistar o livramento da vitória.

A força do pecado enraizado em nosso interior só é vencida quando deixamos de confiar em nós mesmos e dependemos inteiramente da graça de Deus e do seu poder salvador e santificador (Rm 6.14; Hb 10.10). Como ensina Paulo, “a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, nos livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.2). O que era impossível pela força humana torna-se possível mediante o poder divino operante em nós (Rm 8.3,4). Diante dessa realidade espiritual — o pecado como força que reina em nossa natureza carnal —, práticas legalistas são um caminho de verdadeira tragédia e de não frutificação para o cristão, ante a confiança na própria força, e não no poder do Espírito.

Destaque

[...] o nosso espírito também precisa ser santificado e consagrado a Deus. Qualquer crente que almeja servir a Deus com sinceridade e verdade, precisa abster o seu espírito de qualquer distração que o faça perder de vista a adoração completa a Deus. Afinal de contas, o Senhor não divide a sua glória com ninguém (Is 42.8). Que o nosso espírito, alma e corpo sejam dedicados com exclusividade para adorar a Deus (1 Ts 5.23).1

REGENERAÇÃO E ADORAÇÃO

Não há como obter vitória sobre o pecado sem a obra sobrenatural do novo nascimento. Morta em ofensas e pecados, a pessoa que crê em Cristo é vivificada; recebe uma nova vida espiritual realizada pelo Espírito de Deus no espírito humano (Jo 3.5-8; Ef 2.1-6). Esse processo não é meramente mental, não podendo ser compreendido senão por meio do Espírito. Nicodemos, no seu padrão religioso, não entendeu que Jesus falava com ele sobre essa obra divina, mantendo um pensamento meramente natural (ver Jo 3.4).

O novo nascimento só é compreendido por aqueles que buscam do Espírito Santo a interpretação das Sagradas Escrituras. Ele não se dá de forma física, mas sim é um processo de restauração do interior do ser humano, que fica refletido no exterior.

O nascido de novo assume a natureza espiritual de Deus, e assim tem a capacidade de comunicar-se e comungar com Deus. Num estado não-regenerado, ninguém entende o ensino de Jesus, que é de cima. Além do mais, a afirmação “Deus é espírito” de João 4.24 alude ã essência de Deus, mas indica que Deus é de natureza espiritual. Para que as pessoas se comuniquem com Ele, elas também têm deter uma natureza semelhante.

Quando somos regenerados, acabamos voltando para Deus e entrando no caminho da regeneração final na glorificação. Por isso estamos num processo de santificação diária, para que possamos ficar mais próximos da centralidade de Deus para nossas vidas (1 Tm 4.4,5).

E, portanto, fundamental para que haja o processo de santificação plena, iniciado no espírito humano. E a ação divina de desprender o espírito do homem dos tentãculos do pecado, quebrantando a sua alma e conduzindo o corpo a uma vida de santidade e pureza (Rm 2.29; 12.1,2).

Destaque

Vale destacar que nosso Senhor mencionou que os verdadeiros adoradores são aqueles que adoram em "espírito e em verdade" (cf. Jo 4.23-24). Note que a verdadeira e pura adoração é percebida de maneira transparente pelo Espírito de Deus ao sondar o nosso interior, a saber, o nosso espírito e, portanto, não há nada que possamos ocultar aos seus olhos. Assim sendo, não há como ocultar quem somos em nosso mais íntimo interior. Por essa razão, uma adoração verdadeira só pode ser oferecida por aqueles que já experimentaram do novo nascimento.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. ANTONIO VITOR LIMA BORBA