ASSEMBLEIA DE DEUS EM MUNDO NOVO - BA
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QUARTO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - CORPO, ALMA E ESPÍRITO: A restauração integral do ser humano para chegar à estatura completa de Cristo
COMENTARISTA: Silas Queiroz
COMENTÁRIO: PR JOSAPHAT BATISTA SOARES

LIÇÃO Nº 10 - ESPÍRITO – O ÂMAGO DA VIDA HUMANA
INTRODUÇÃO
- “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhas de Deus” (Rm 8.16). O espírito no homem identifica a sua natureza espiritual e possibilita a comunhão pessoal com o seu Criador.
I - TEXTO BÍBLICO
(Gênesis 2-7; Eclesiastes 12.7; Zacarias 12.1; João 4.24)
II - SÍNTESE TEXTUAL
- O homem é uma criatura singular porque é constituído de algo que lhe possibilita ter um relacionamento com o Eterno Criador. O espírito que juntamente com a alma compõe o ser interior. Podemos distingui-los como sendo esta a sede da personalidade; e aquele, a das qualidades espirituais. Essa comunhão só pode se efetivar quando permitimos que o Espírito Santo nos convença do pecado, da justiça e do juízo. Através da salvação, esse componente imaterial do homem é vivificado. Pelas Escrituras, podemos entender que o espírito do não crente encontra-se inativo, pois não tem comunhão com Deus, está sufocado pelas concupiscências da carne. Suas faculdades mais importantes são a consciência, que soa dentro de nós como um alarme nos avisando do perigo. E a fé, a nossa capacidade inata de crer ou fé natural, nada tendo a ver com a fé imprescindível à salvação.
- O espírito é a parte mais profunda e íntima do ser humano. Scofield comentou nas notas de sua Bíblia que “sendo o homem espírito é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele. Sendo alma, tem conhecimento de si próprio. Sendo corpo, tem, através dos sentidos, conhecimento do mundo”. Nesta lição, estudaremos as relações do espírito, as suas faculdades e como administrar o próprio espírito para o cumprimento de suas funções naturais, conforme Deus estabeleceu.
III - NA VERDADE, O QUE É O ESPÍRITO HUMAN?
- Na Bíblia, a palavra espírito deve ser interpretada dentro do seu contexto para que seja entendido o seu real significado (Mt 27.50; Lc 8.55; 24.39; Jó 12.10; 32.8; 1Co 14.15 e Is 26.9).
1. A distinção do espírito humano. O espírito humano é mais que a simples respiração ou fôlego de vida. É parte principal que o habilita a ter comunhão pessoal com seu Criador, mediante a salvação em Cristo e agência do Espírito Santo. É o espírito que vivifica a alma e dá-lhe consciência de Deus. Mediante Cristo, é ele que nos relaciona com Deus na oração, na adoração e na comunhão. Das criaturas de Deus só o homem possui espírito, o que o torna singular no reino físico (Jó 12.10).
IV. DISTINÇÃO ENTRE ALMA E ESPÍRITO
- Alma e espírito compõem a parte imaterial ou espiritual do ser humano e são distintas. Há muito de misterioso e profundo na compreensão detalhada do espírito, alma e corpo humanos. Particularidades não estão reveladas na Bíblia, principalmente quanto à alma e ao espírito. O próprio corpo — o elemento mais conhecido, encerra mistérios que nem os estudiosos, nem a ciência puderam desvendar: nas células, no sangue, no tríplice sistema nervoso e no equilíbrio e sincronia das funções de seus muitos órgãos. Imagine você, agora, as verdades ocultas na área da alma e do espírito! Alguns textos na Bíblia referem-se, às vezes, à alma e ao espírito como se fossem uma coisa só. Porém, o vasto conteúdo bíblico deixa claro que há uma perfeita e indiscutível distinção entre alma e espírito. Uma vez que alma e espírito são diferentes, intensamente conjugados, certas referências bíblicas ao espírito abrangem a alma e vice-versa (Ec 12.7 e Mt 10.28; Ap 6.9 e Hb 12.23; Lc 23.46 e At 2.31; Gn 35.18 e Tg 2.26; 2Co 7.1 e 1Pe 2.11; Tg 5.20 e 1Co 5.5).
1. A composição tríplice do homem. “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo vosso espírito e alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23). Uma outra escritura mostra a mesma distinção de modo claro: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, é mais penetrante que espada alguma de dois gumes; que penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). A Palavra de Deus penetra até a divisão da parte imaterial do homem as quais são alma e espírito.
OBS: ARGUMENTO TEOLÓGICO - ALERTAS CONTRA DISTORÇÕES DO ENSINO TRICOTOMISTA - “Textos bíblicos que parecem apoiar o tricotomismo incluem 1 Tessalonicenses 5.23, onde Paulo pronuncia a bênção: ‘E todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo’. Em 1 Coríntios 2.14-3.4, Paulo refere-se aos seres humanos como sarkikos (literalmente: ‘carnal’ 3.1,3), psuchikos (literalmente: “segundo a alma’, 2.14) e pneumatikos (literalmente: ‘espiritual’, 2.15). Esses dois textos parecem demonstrar de forma ostensiva três componentes elementares. Vários outros textos parecem distinguir alma e espírito (1 Co 15.44; Hb 4.12). O tricotomismo é bastante popular nos círculos conservadores. H. O. Wiley, porém, indica que erros podem ocorrer quando seus vários componentes ficam fora de equilíbrio. Os gnósticos, antigo grupo religioso sincretista que adotava elementos tanto do paganismo quanto do Cristianismo, sustentavam que, se o espírito emanava de Deus, era imune ao pecado. Os Apolinarianos, grupo herético do século IV condenado por vários concílios eclesiásticos, acreditavam que Cristo possuía corpo e alma, mas que o espírito humano fora substituído pelo Logos divino. Placeu (1596-1655 ou 1665), da Escola de Samur, na França, ensinava que somente o pneuma era criado diretamente por Deus. A alma, dizia, era mera vida animal e perecia com o corpo” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, pp.248-49).
V - FACULDADES DO ESPÍRITO HUMANO
- São duas as faculdades essenciais do espírito humano: fé e consciência. Essas duas faculdades identificam a religiosidade do homem, isto é, o seu lado intermediário espiritual. Fé e consciência expressam a natureza moral e espiritual do homem e mostram sua primazia e diferença da criação irracional. Pela alma, o homem revela a sua personalidade através dos sentimentos físicos e psicológicos. Pelo espírito, o homem manifesta, pelos sentidos espirituais, o seu ser espiritual (Hb 5.14).
1. Fé. É uma qualidade do espírito com significação profunda e ampla. Ela envolve outras qualidades como adoração, esperança, reverência e oração. A fé é a expressão máxima da natureza religiosa do homem. Ela abre caminho para a adoração a Deus, o Criador. A fé suaviza o futuro com a esperança. Daí, o fato de que o homem tem intrínseca em seu espírito, a crença em Deus. É a chamada fé natural. Notemos o fato de que este tipo de fé tem o sentido de crer. Deus, o Criador, dotou o ser humano da capacidade de crer. Não se trata de fé salvadora, ou fé como fruto do Espírito ou fé como dom do Espírito Trata-se de fé como crença inerente em Deus.
2. A consciência. É a lei moral e espiritual, gravada no espírito do ser humano, que age como juiz, que aprova ou desaprova o procedimento de uma pessoa (Rm 2.15; Ec 7.22; 1Jo 3.21; Gn 42.21). Na linguagem popular a consciência é a voz de Deus no espírito do homem. É uma lei moral interior, inscrita pelo Criador para nos manter em alerta e aprovar ou reprovar nossos atos e atitudes consoante nossas prévias convicções morais. Essas convicções devem vir da Palavra de Deus.
OBS: ARGUMENTO TEOLÓGICO - “A diferença não está na formação orgânica do homem, mas na sua constituição interior. Os animais são seres vivos, mas não possuem espírito. Comunhão íntima com Deus só é facultada ao ser humano pelo espírito de Deus que habita nele. O espírito é a faceta do homem interior que tem a capacidade de se relacionar responsavelmente com Deus e conhecê-lo porque nele residem a consciência e a fé. A consciência é o ‘tribunal’ que há dentro de cada um de nós, que condena ou aprova as nossas ações, motivadas e instigadas pela alma, e que pode ser cauterizada ou arrefecida pela prática constante do pecado, bem como pode vir à tona pelo toque inconfundível do Espírito Santo. A consciência age na mente humana. Consciência é a ação do espírito na mente, que é uma das facetas da alma. Fé é a capacidade de crer, religiosamente falando. Ao referirmo-nos à fé, falamos não da fé que é obtida pela ministração do Evangelho, não da fé sobrenatural, mas de uma característica inata, congênita, inerente a todos os seres humanos, uma capacidade de crer religiosamente falando, uma tendência natural que todos possuem para religiosidade e para a adoração — a fé natural” (Reflexões sobre a Alma e o Tempo, CPAD, pp.29,30).
VI - PECADOS CONTRA O ESPÍRITO HUMANO
1. O pecado afetou o espírito humano. Diz-nos a Palavra de Deus: “Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). Aqui está a declaração de que “todos pecaram”, isto é, cada pessoa e todos os seus elementos: corpo, alma e espírito.
2. O aferidor do espírito humano. O caráter santo de Deus é o meio aferidor do estado e conduta do espírito humano. Deus é o aferidor universal da criação, isto é, pelo seu caráter santo e justo, Ele é a base da justiça para julgar as ações do homem. Porém, é preciso esclarecer que a nossa consciência não é o árbitro final das obras do homem, mas sim Deus.
3. Pecados contra a crença inata em Deus. Depois da queda, todas as faculdades morais e espirituais do homem foram afetadas pelo pecado. Então, a comunhão entre Deus e o homem foi abolida, sendo somente restaurada por Jesus Cristo naquele que nEle crê (Ef 2.13-18).
a) Idolatria. Esse é um pecado que atinge frontalmente a soberania e a santidade de Deus. O primeiro dos dez mandamentos dados a Moisés, estabelece: “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3). Aprendemos também, que esse mandamento ensina a eterna autoridade do Criador. A Ele pertence a glória, o poder e a honra. Portanto, idolatria é rebelião contra Deus.
b) Orgulho. O orgulho é um pecado que faz o homem levantar-se contra Deus e os homens igualmente. É vanglória, soberba, arrogância, presunção, exaltação. Uma das evidências do orgulho é a sede insaciável pelo poder, a busca desenfreada de autoafirmação. A Bíblia diz que o orgulho endurece o espírito (Dn 5.20); o orgulho é um obstáculo que impede o homem de buscar a Deus (Sl 10.4; Os 7.10). A Bíblia condena o orgulho com veemência e diz que os orgulhosos serão abatidos (Dn 4.37; Mt 23,12); castigados (Ml 4.1); justiçados (Sl 31.23).
c) Egoísmo. É outro pecado do espírito humano. O egoísmo torna o espírito das pessoas obsessivo em torno do seu próprio eu. Tudo o que faz, pensa ou realiza gira em torno de si mesmo. A grande vitória espiritual do crente está em crucificar seu ego, para que Cristo reine e se assente no trono do coração (Gl 2.20). O egoísmo abriga e esconde certos pecados da carne, como adultério, embriaguez etc. Esse pecado contraria a natureza fraterna e altruísta do homem (Rm 15.1; 1Co 10.33).
d) Dureza de coração. Outro termo conhecido com o mesmo sentido é “duro de cerviz”. A “dureza do coração” refere-se à insensibilidade de uma pessoa para com o próximo e para com Deus (1Sm 25.3). A expressão “dura cerviz” refere-se à pessoa que não se submete a qualquer ordem ou mando. A palavra “cerviz” é de origem latina e significa nuca, pescoço. É o espírito insubmisso, autoritário, autocrático (Êx 32.7-9; At 7.51).
OBS: ARGUMENTO TEOLÓGICO - A RESTAURAÇÃO DA IMAGEM DE DEUS
“A respeito da imagem moral de Deus nos seres humanos, “Deus fez ao homem reto” (Ec 7.29). Até mesmo os pagãos, que não possuem conhecimento da lei escrita de Deus, conservam uma lei moral escrita por Ele em seus corações (Rm 2.14,15). Em outras palavras, somente os seres humanos possuem a capacidade de sentir o que é certo e errado, bem como o intelecto e a vontade necessários para escolher entre eles. Por esta razão, os seres humanos são chamados livres agentes morais. Diz-se também que possuem autodeterminação. Efésios 4.22-24 parece indicar que a imagem moral de Deus, embora não completamente erradicada na Queda, foi afetada negativamente até certo ponto. Para restaurar a imagem moral “em verdadeira justiça e santidade”, o pecador precisa aceitar a Cristo e se tornar uma nova criação” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.260).
CONCLUSÃO
- A mordomia do espírito humano implica, portanto, na administração das faculdades que expressam as ações do espírito. A manutenção das nossas relações espirituais com Deus é de fundamental importância para uma vida feliz.
Bibliografia
- Bíblia de Estudo Gesiel Gomes
- Bíblia Cronológica
- Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
- Apontamentos Teológicos do autor
- Disciplina grade ctec vida cristã - Antropologia Bíblica
- LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - JOVENS E ADULTOS - 4º Trimestre de 2003 - Título: Mordomia Cristã — Servindo a Deus com excelência - Comentarista: Elienai Cabral - Lição 7: A mordomia do espírito humano - Data: 16 de Novembro de 2003
Comentário: Pastor Josaphat Batista – Pr. Presidente da Assembleia de Deus em Mundo Novo-Ba. Pós-graduado em Docência do Ensino Superior - Bacharel em Teologia convalidado pelo MEC – Pós-Graduando em História, Membro da academia Pré-Militar (ACPMB) – Pós-Graduando Ciências da Religião (Famart) – Juiz de Paz (CONAJ), Graduando História (Facuminas), Formação da Alfabetização da Língua Grega (Koiné), DIRETOR do CTEC VIDA CRISTÃ (Centro Teológico de Educação e Cultura), Autor do livro 1000 Esboços Bíblico para Sermões – Autor da Revista de Estudo Bíblico acerca de João Batista – Autor da Revista acerca de Absalão, Autor do Livro Evidências Reais do Apocalípse - Autor do Livro Escatologia Bíblica Panorâmica, Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba. - Aproveite e estude cursos gratuitos no CTECVIDACRISTA.COM e comentários anteriores das Lições Bíblicas EBD. Ver outros comentários (anteriores) do trimestre em vigor no Site: www.portalebd.org
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