ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - CORPO, ALMA E ESPÍRITO: A restauração integral do ser humano para chegar à estatura completa de Cristo
COMENTARISTA: Silas Queiroz
COMENTÁRIO: EV. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO Nº 6 – A CONSCIÊNCIA: O TRIBUNAL INTERIOR
Nesta lição, veremos como funciona a consciência. Criada por Deus, é por meio dela que tomamos conhecimento daquilo que agrada a Deus ou não. Infelizmente, a entrada do pecado no mundo, decorrente da Queda, descaracterizou a consciência humana criada por Deus. Somente o conhecimento das Escrituras Sagradas pode trazer renovação para consciência humana e trazê-la de volta ao pleno conhecimento da verdade.
O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.
ANTES E DEPOIS DA QUEDA
Deus dotou o homem de um senso moral chamado consciência. Em tempos de tanta tecnologia, podemos compará-la a um sensor capaz de detectar falhas e emitir juízos morais e espirituais em relação a elas; ou, diante de condutas corretas, emitir sinais de aprovação. Esse é o funcionamento adequado desse sensor se não estiver com defeito. Terrivelmente acusado pelos judeus diante do governador Félix, em Cesareia, Paulo responde serenamente: "procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens" (At 24.16).
A ideia de um homem evolutivo, cujo as capacidades de socialização foram sendo construídas através do tempo, não corrobora com o que está escrito na Bíblia Sagrada. Deus criou Adão um ser com consciência e dotado de inteligência, capaz de socializar com o seres ao seu redor e a argumentar e dialogar com o próprio Deus Criador.
Adão foi criado como algo superior aos demais seres da criação, encontrando alguém similar às suas características apenas com a criação de Eva. Ambos foram dotados pelo Senhor de consciência. E errado imaginar que eles foram seres "robóticos" que viviam mecanicamente para um lado e outro. Eles tinham a capacidade de decidir, e possuíam consciência.
Se observarmos, a consciência de ambos foi mudando conforme as suas ações foram sendo expressas. Antes da queda andavam sem culpa e sem vergonha, pois eram puros de consciência. Depois da queda se esconderam e estavam envergonhados, pois sua consciência foi corrompida pelo pecado.
Destaque
Criado como um ser moral, o homem recebeu de Deus a capacidade de discernir entre o certo e o errado e, assim, orientar-se nas suas decisões. Havia condutas permitidas, dentre elas comer livremente de toda árvore do jardim, mas também havia uma conduta proibida: comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, com uma punição correspondente devidamente fixada: "no dia em que dela comeres, certamente morrerás". morrerás". O homem, portanto, era livre quase absolutamente, e, enquanto agisse dentro desse amplo espaço de vivência, a sua consciência iria aprová-lo, como, de fato, ocorreu por algum tempo (não sabemos quanto). Se, contudo, violasse a lei divina, agindo em rebeldia, a mesma consciência funcionaria em sentido oposto, acusando-o. Foi o que ocorreu: o homem violou a ordem de Deus e experimentou o funcionamento acusativo da consciência: culpa, vergonha e medo.
O FUNCIONAMENTO DA CONSCIÊNCIA
Estamos falando do processo crítico interior. A consciência age como um sinal de alerta que acusa ou defende o ser humano. Ela age como um juíz em nosso ser, se fizermos bem ela agirá com alegria, se formos acusados injustamente ela age com defesa, se errarmos ela nos acusa de imediato nos tirando a paz.
A luz de Gênesis 3.7, entendemos que a ação da consciência é exatamente tornar conhecida a transgressão. Tão logo Adão e Eva pecaram, "foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus". O verbo "conhecer", yada, traduz o apontamento negativo feito pela consciência, reprovando a conduta do primeiro casal. Antes do pecado, conheciam somente o bem e viviam em plena alegria e paz (Gn 2.25). Ao pecarem, a consciência ecoou na alma (refletiu nos pensamentos e sentimentos), como uma voz secreta e incômoda (3.7IO). As vezes, essa experiência é de dor no coração, como aconteceu com Davi após contar o povo (2 Sm 24. IO). Uma consciência pesada produz males ao espírito, à alma e ao corpo (SI 32.1-5).
Quando a consciência nos acusa ela abate todo o nosso ser. O nosso sono, nossa produtividade, nossos relacionamentos; tudo que gira em torno de nós é abalado pela consciência que nos acusa de nossa transgressão. O contrário também é verdadeiro, pois quando estamos bem, a consciência tranquila gera em nós uma vida leve e espontânea, a ponto de alegrar o nosso coração.
Destaque
A consciência não funciona de forma isolada ou sem relação às demais faculdades do espírito e da alma. Em Romanos 2.15, Paulo trata do conhecimento contido no coração (base moral) e dos pensamentos, como caixa de ressonância do papel da consciência. De fato, a mente fica agitada quando a consciência age, principalmente se acusando. Isso leva a longas horas de preocupação, que, não raro, comprometem o sono. Em muitos outros casos, os males de uma consciência com ofensa podem ser somatizados, isto é, sentidos no próprio corpo.
A CONSCIÊNCIA É FALÍVEL
Como tudo o mais que há no ser humano, a consciência também foi afetada pela Queda, principalmente pela confusão de juízos e sentimentos que o homem passou a criar por sua própria conta, fruto do seu imaginativo e maldoso coração: "E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente" (Gn 6.5). Apesar de ainda funcionar, a consciência humana passou a apresentar defeitos. E isso pode agravar-se conforme a possuímos, principalmente se ignorarmos o seu funcionamento, tentando manipulá-la.
O reflexo da queda atingiu todos os elementos do corpo humano. Tantos os elementos fisicos quanto da parte imaterial foram afetados pelo pecado original que se agrava a cada dia. A consciência do ser humano também foi duramente afetada pela queda, a ponto de, em certo modo, se apresentar corrompida e falível.
Precisamos cuidar para que ela não se corrompa a ponto de nossos erros não serem julgados. Isso possibilitaria ao ser humano viver distante dos caminhos do Senhor, o que causará um grande dano a nossa comunhão com o Pai celestial.
Mesmo com uma consciência pura, devemos estar humildemente submetidos a Deus para que sejamos inteiramente examinados por Ele. Só Ele, o Supremo-Juiz, pode sondar nosso interior e expor os mais profundos desígnios de nosso coração, mesmo os que nos sejam ocultos (SI 19.12, 13; 139.23,24;). Pela dureza de nosso coração, corremos o risco de considerar- mo-nos justos, mesmo estando em falta. As vezes, só o confronto divino faz com que reconheçamos nossos pecados. Davi, por exemplo, permaneceu insensível e rigoroso até ser repreendido pelo profeta Natã (2 Sm 12.1-13). Já Pedro precisou ouvir o canto do galo (LC 22.54-62). Em suma: pecados do espírito, como soberba e orgulho, são os que mais se escondem em nosso íntimo (PV 16.18).
Destaque
Para a consciência funcionar bem, é preciso que ela esteja corretamente educada e cuidada à luz da genuína Palavra de Deus, no Espírito Santo (Rm 9.1; I Tm 1.5, 19). Todo desequilíbrio é perigoso. A insensibilidade leva à complacência com o pecado, e a hipersensibilidade produz extremismo, fazendo considerar tudo como pecado. E é nesse campo que agem as seitas, manipulando e aprisionando almas incautas, como faziam os falsos mestres do primeiro século (Cl 2.16-23). O esclarecimento da consciência pela luz das Escrituras faz com que o fiel não se prenda ao controle humano, fazendo-o viver nos limites da liberdade cristã.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. ANTONIO VITOR LIMA BORBA