Lição 11 - Uma igreja hebreia na casa de um estrangeiro VI

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ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - A IGREJA EM JERUSALÉM: Doutrina, comunhão e fé: a base para o crescimento da Igreja em meio às perseguições

COMENTARISTA: José Gonçalves

COMENTÁRIO: EV. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO Nº 11 – UMA IGREJA HEBREIA NA CASA DE UM ESTRANGEIRO

A lição desta semana aborda um dos dilemas enfrentados pela igreja primitiva: como a igreja formada por cristãos judeus lidaria com os gentios recém-convertidos? A experiência de Pedro com a revelação em Jope, bem como a sua visita à casa de Cornélio para esclarecêIo a respeito do Evangelho, corroboram que a salvação pela graça não era uma bênção exclusiva da nação judaica, mas que havia se manifestado a todas as pessoas (Tt 2.11). A compreensão dessa verdade não foi fácil, pois o entendimento que os apóstolos tinham até então era de que a promessa abraâmica estava restrita aos seus descendentes conforme a carne. No entanto, a manifestação do Espírito na casa de Cornélio é um marco na história da igreja primitiva e mostra o interesse de Deus em chamar todos os povos para a comunhão do Espírito.

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.

A REVELAÇÃO DE DEUS AOS GENTIOS

Cornélio era um homem com muitas virtudes. Soldado graduado, chefe de família exemplar, cidadão abençoado e abençoador, tinha sede de Deus e era temente ao Senhor, mas ainda não estava salvo. [...] Cornélio tinha pressa e disposição de ouvir a Palavra de Deus. Estava esperando pela chegada de Pedro (10.24). Preparou-se para receber a Palavra, pois almejava saber o que Deus reservara para sua vida.

Cornélio era um bom homem que sentia prazer em realizar boas ações, contudo, isso não era suficiente para garantir a sua salvação, que somente é alcançada pelo poder do evangelho em nossas vidas. Por este modo foi necessário que o Senhor enviasse a Pedro para concluir uma obra que já havia sido iniciada no coração do piedoso Cornélio.

Deus estava preparando o caminho do evangelho para os gentios, ao colocar Pedro na casa de Simão, o curtidor. Esse homem lidava com peles de animais. E todo indivíduo que tocava em um animal morto ficava impuro. Um judeu jamais aceitaria ficar na casa de um curtidor. Deus já estava levando Pedro a quebrar seus preconceitos e tabus. Mesmo assim, Pedro resistiu à visão recebida. Ele se contradiz no versículo 14 ao responder: De modo nenhum, Senhor! A resistência não foi de Cornélio em ouvir o evangelho, mas de Pedro em ir à casa de um gentio pregar o evangelho.

A questão judaica ainda arrebatava o coração de Pedro, o que contava como impeditivo para que ele não desejasse ir até o mundo gentílico. Por isso que o trabalho primeiro o trabalho divino ocorreu no coração do apóstolo, para que a obra do Senhor avançasse e o evangelho atingisse um público necessário.

Um anjo do Senhor falou do céu a Cornélio e lhe deu ordens da parte de Deus, mas não lhe pregou o evangelho. Cornélio precisou enviar mensageiros ao apóstolo Pedro, na cidade de Jope, a 50 km de Cesareia, para que viesse pregar o evangelho a ele e sua família. [...]Pedro vai à casa de Cornélio e prega o evangelho da paz para ele e sua família.

Destaque

A forma didática como Pedro recebeu a revelação divina antes de ir à casa de Cornélio mostra que nosso Senhor precisava quebrar o preconceito religioso que ainda predominava na mente de Pedro. Deus não faz acepção de pessoas e a manifestação do Espírito, evidenciada pelas línguas estranhas faladas por Cornélio e sua família, mostravam que não havia barreiras étnicas ou geográficas para o Senhor operar (At 10.46).

A SALVAÇÃO DOS GENTIOS

O evangelho da paz não faz distinção entre judeu e gentio, homem e mulher, doutor e analfabeto, religioso e ateu. O evangelho quebra muralhas, despedaça grilhões, rompe tabus, quebra preconceitos e torna a igreja um único povo, um único rebanho, uma única família.

Não importa a cor da sua pele, a sua tradição religiosa, o sobrenome da sua família; o evangelho se destina a todos.

Não podemos limitar o alcance do evangelho por questões religiosas, ideológicas, étnicas e raciais. Pedro foi conduzido pelo Senhor a abandonar a grande trava imposta por sua nacionalidade, e, assim, Cornélio foi atingido pelo grande poder que transforma vidas pela ação do Espírito Santo.

A barreira entre o judeu cristão e o samaritano cristão havia sido retirada quando Pedro e João se dirigiram a Samaria para aceitar os crentes samaritanos como membros plenos da igreja. Agora era chegada a hora de estender o mesmo privilégio aos crentes gentios.

A mensagem da cruz foi entregue à Cornélio e sua casa, e com isso o povo gentílico começou a ser alcançada pelo poder de Deus. A obra evangelística avançava, e Deus mostrava a todos que o propósito sempre foi um: alcançar a todos com a verdade que liberta (Jo 8.32).

Não foi o homem, mas Deus, quem removeu a barreira que separava o judeu do gentio. Deus instrui Pedro a aceitar os crentes gentios no seio da igreja cristã. Deus, e não Pedro, abre as portas do céu aos gentios. O próprio Deus inaugura para Pedro uma nova fase do ministério do evangelho (11.18).

Destaque

A salvação, portanto, é pela fé, e não pelo destino; pela graça, e não pela arbitragem; por escolha, e não por compulsão. Foi planejada e provida pela soberania do amor, sendo recebida e desfrutada pela fé. A salvação está condicionada à fé do homem: "Pela graça sois salvos". O caminho da salvação de Deus é absoluto e arbitrário: "Sendo justificados livremente pela sua graça", isto é, sem o mérito do homem. A graça foi mostrada através da redenção (Rm 3.24-25); esse é o lado de Deus. "Salvo pela fé" é o lado do homem. A fé é o elo que conecta o pecador necessitado ao poderoso e misericordioso Salvador. "Não de obras". Existe apenas um elo, e isso é a fé: "E isso não é de vós, é dom de Deus". Sim. Ninguém acredita independentemente de Deus; mas essa fé não é forçada arbitrariamente no ser humano contra a vontade do homem. Não é dada a poucos eleitos, nem retido de outros não eleitos.

O ESPÍRITO DERRAMADO SOBRE OS GENTIOS

Os gentios creram e foram batizados com o Espírito Santo, e imediatamente foram também batizados com água e integrados à igreja. Todo aquele que crê deve integrar-se à igreja de Deus por meio da pública profissão de fé e do batismo. Jesus disse: Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16.16). O batismo é o selo de que alguém pertence à igreja de Cristo Jesus.

Durante a pregação do apóstolo Pedro o Espírito Santo veio sobre os que estavam na casa. Esse evento só confirmou o desejo divino de que o evangelho não ficasse limitado em Jerusalém, mas que fosse conduzido ao mundo.

Todos na casa de Cornélio ansiavam de coração por esse lacre evidente e público. O batismo é ao mesmo tempo ação do próprio Jesus, por meio da qual ele acolhe pessoas como sua propriedade, documentando que participam de sua morte e ressurreição. Por meio do batismo, os crentes passam a pertencer a Jesus, e Jesus passa a pertencer a eles.

Eles se prostraram diante da cruz e confessaram seus pecados. O batismo em águas foi sua grande proclamação de conversão. O poder de Deus havia definitivamente entrado no coração daqueles que estavam ouvindo a pregação do apóstolo Pedro.

A água do batismo é um símbolo do Espírito Santo. Não se pode negar o sinal aos que receberam a coisa significada. Esses a quem Deus concedeu graciosamente o concerto têm o direito claro aos selos do concerto. Cornélio e toda a sua casa foram convertidos e batiza dos com o Espírito Santo, e receberam também o batismo com água.

Destaque

O Espírito foi derramado sobre os gentios enquanto Pedro ainda pregava a Palavra. Um sinal notório serviu de evidência para os crentes judeus presentes que vieram com Pedro de que a salvação, de fato, fora dada aos gentios. Eles haviam recebido o Espírito Santo. Eles também os ouviram falar em outras línguas e magnificar a Deus. Fica evidente que esses crentes nessa época consideravam o fenômeno do falar em línguas como a evidência do batismo pentecostal.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. ANTONIO VITOR LIMA BORBA