ASSEMBLEIA DE DEUS EM MUNDO NOVO - BA
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - A IGREJA EM JERUSALÉM: Doutrina, comunhão e fé: a base para o crescimento da Igreja em meio às perseguições
COMENTARISTA: José Gonçalves
LIÇÃO Nº 7 – UMA IGREJA QUE NÃO TEME A PERSEGUIÇÃO
INTRODUÇÃO
- Até hoje a igreja perseguida enfrenta adversidades significativas devido à sua identificação com Jesus Cristo. Jesus próprio alertou que os crentes teriam aflições no mundo, reconhecendo que a jornada cristã não estaria isenta de desafios (João 16:33). No entanto, mesmo em meio às tribulações, há uma promessa reconfortante: Jesus assegurou que estaria conosco todos os dias, proporcionando conforto e companhia constante (Mateus 28:20).
I - TEXTO BÍBLICO
(Atos 5.25-32; 12.1-5)
II - CONTEXTUALIZANDO
- Embora a expressão “igreja perseguida” não aparece explicitamente na Bíblia, o texto sagrado aborda de maneira significativa a perseguição que o povo de Deus enfrenta. Jesus, ao instruir seus discípulos, antecipou que seriam alvo de ódio devido ao seu comprometimento com Seu nome (Lucas 21:17). O apóstolo Paulo reiterou essa realidade, afirmando que qualquer pessoa que deseje viver uma vida piedosa em Cristo inevitavelmente enfrentará perseguições (2 Timóteo 3:12).
- A previsão da perseguição encontra respaldo na compreensão de que “o mundo inteiro está no poder do Maligno” (1 João 5:19), indicando que, de certa forma, todos os cristãos estão sujeitos a algum nível de adversidade devido à queda do mundo. Essa hostilidade é exacerbada pela intenção de Satanás de nos devorar, como alertado por Pedro (1 Pedro 5:8). No entanto, é crucial discernir entre a oposição cotidiana de colegas de trabalho que podem considerar estranho falar sobre Jesus e a perseguição extrema, como ser preso simplesmente por possuir uma Bíblia.
- Dessa forma, quando nos referimos à “igreja perseguida”, estamos focalizando aqueles que experimentam uma forma mais intensa e sistemática de hostilidade devido à sua fé, transcendentemente além das incompreensões e críticas comuns no ambiente cotidiano. (Adaptado).
https://bibliotecadopregador.com.br/o-que-aprendemos-sobre-a-igreja-perseguida/
III - SINTESE DAS PERSEGUIÇÔES Á IGREJA NOS PRIMEIROS SÉCULOS
(Parte I)
- As perseguições imperiais
• Desde a morte de João (100 d.C.) até o Edito de Constantino (313 d.C..)
• Causas das Perseguições Imperiais
a) O caráter inclusivo do paganismo e o caráter exclusivo do Cristianismo
b) A adoração aos ídolos entrelaçada com a vida
c) A adoração ao imperador
d) O judaísmo reconhecido
e) As reuniões secretas dos cristãos
f) A igualdade na igreja
g) Os interesses econômicos (a venda de imagens e riquezas de alguns cristãos)
• Fases da perseguição
1- De Trajano até Antonio Pio, 98 a 161 d.C.
• Mártires:
a) Simeão ou Simão (Mc 6.3), sucessor de Tiago, e era, também, irmão do Senhor. Foi crucificado.
b) Inácio, bispo de Antioquia da Síria. Foi lançado às feras no anfiteatro romano, em 108 d.C.
2- Marco Aurélio, 161 a 180 d.C.
• Mártires:
a) Policarpo, bispo de Esmirna, na Ásia Menor. Morreu em 155 d.C... Serviu a Cristo 86 anos. Foi queimado vivo.
b) Justino Mártir, filósofo e escritor. Escreveu sobre a igreja no segundo século. Morreu em 166 d.C. em Roma.
3- Séptimio Severo, 193 a 211 d.C.
• Mártires:
a)Leônidas, pai do grande teólogo Origens, foi decapitado.
b)Perpétua de Cartago e Felícitas, sua fiel escrava foram despedaçadas pelas feras no ano 203. Tão cruel fora o espírito de Séptimio Severo, que era considerado como o anticristo.
NOTA: após a morte de Septímio Severo a igreja foi esquecida por 40 anos. De 211 a 217 o imperador Caracala confirmou a cidadania de todas as pessoas que não fossem escravas, em todo o império. Foi um benefício indireto aos cristãos, pois não podiam agora ser crucificados nem lançados às feras.
4- Décio, 249 a 251 d.C. Houve uma grande perseguição.
5- Valeriano, 253 a 260 d.C.
• Mártires:
a) Cipriano, bispo de Cartago, um dos maiores escritores e dirigentes da igreja.
b) Sexto, bispo romano.
6- Diocleciano, 284 a 305. A última, mais sistemática e mais terrível de todas as perseguições.
• Determinou a queima de todos os exemplares da Bíblia
• Ordenou a destruição de todos os templos cristãos construídos ao longo de 50 anos de aparente calma
• Retirou a cidadania romana dos cristãos
- Em alguns lugares os cristãos eram encerrados nos templos, e depois lhes ateavam fogo, com todos os membros em seu interior.
• Submeteu os cristãos a trabalhos forçados
7- Galério, 305 a 311 d.C. Continuou a perseguição de Diocleciano.
8- Constantino, 313 d.C. Promulgou o Édito de Tolerância decretando o fim da perseguição.
OBS: ARGUMENTO BÍBLICO-TEOLÓGICO - A PERSEGUIÇÃO POLÍTICA - “A perseguição à Igreja teve início quase que imediatamente depois de Pentecostes. Pedro tinha curado um homem coxo junto à Porta Formosa do Templo, e uma grande multidão tinha testemunhado os resultados. Quando aquele que tinha operado o milagre aproveitou a multidão reunida para pregar a respeito de Jesus, os sacerdotes do Templo o levaram preso (cap. 4). Libertado, em breve ele foi aprisionado novamente, com outros apóstolos (cap. 5). Estêvão foi a próxima vítima, só que desta vez houve uma morte (cap. 7). Este martírio deu início a uma onda violenta de perseguições aos crentes de Jerusalém (cap. 8). Saulo tentou levar a sua perseguição à igreja que estava em outros lugares, mas ele mesmo se tornou um prisioneiro do Senhor na estrada para Damasco” (Comentário Bíblico Beacon – João e Atos. Vol.7. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.292).
– A Igreja Perseguida (II parte)
• Formação do Cânon do Novo Testamento
• Desenvolvimento da organização eclesiástica
• Desenvolvimento da doutrina
1 - Causas do desenvolvimento da organização eclesiástica:
a) Perda da autoridade apostólica (Pedro, Paulo e João). Nada se tem escrito da parte de Timóteo, Tito e Apolo.
b) O crescimento e a expansão da igreja foi a causa da disciplina. Julgou-se necessária a autoridade de um dirigente para suas diferentes seções: anciãos , bispos ou presbíteros e diáconos
c) A perseguição imperial – um perigo comum aproximou as igrejas criando união e organização
d) O aparecimento de seitas e heresias
e) Analogia do governo imperial
2 - Desenvolvimento da doutrina
- A fé na era apostólica era do coração; agora passava a ser mental, intelectual, rigorosa e sistemática por demais. Nessa época foi escrito o credo apostólico. Apareceram três escolas teológicas para instruir aqueles que descendiam de famílias pagãs, e agora eram novos convertidos.
• Escola de Alexandria (180 d.C.) – Fundada pelo filósofo Panteno. Defendia o cristianismo contra o paganismo. O maior vulto foi Orígenes, escritor e instrutor.
• Escola da Ásia Menor – consistia em um grupo de mestres e escritores de teologia. Destacou-se Ireneu, que chegou a ser Bispo da França e morreu como mártir.
- Escola do Norte da África – ficava em Cartago, colônia romana. A escola de Cartago fez mais do que as outras em favor do Cristianismo, no sentido de dar forma ao pensamento teológico da Europa. Os dois nomes de maior expressão: Tertuliano e bispo Cipriano, o qual morreu como mártir em 258 d.C.
– A Igreja Perseguida (III parte)
- O Aparecimento de Seitas e Heresias
1 - A condição da igreja
a) Gnósticos – vem do termo grego “gnosis” que significa sabedoria. Era um enxerto do cristianismo no paganismo. Eles criam que do Deus supremo emanava um grande número de divindades inferiores, e que em Jesus, a natureza divina morou durante algum tempo com uma dessas emanações. Interpretavam as Escrituras como queriam.
b) Ebionitas – eram judeus-cristãos que insistiam na observância da Lei e dos costumes judaicos. Rejeitaram as cartas do apóstolo Paulo, pois não admitiam gentios como cristãos e não aceitavam a divindade de Cristo, embora reconhecessem como profeta vindo de Deus.
c) Maniqueus – fundador: Mani. Dava ênfase ao seguinte fato: “o universo compões-se do reino das trevas e do reino da luz e ambos lutam pelo domínio da natureza e do próprio homem. Eram ascetas. Abstinham-se do casamento e levavam um vida austera. Recusavam a natureza humana de Cristo e criam num “cristo celestial”. Agostinho, o maior teólogo, era maniqueu antes de se converter.
d) Montanistas – fundador: Montano. Eram puritanos e exigiam que tudo voltasse à simplicidade dos primitivos cristãos. Não criam nos cargos do ministério e sim no sacerdócio do todos os verdadeiros crentes. Consideravam o dom de profecia como um privilégio dos discípulos. Quase não podem ser incluídos pelas seitas heréticas, como vemos.
- Apesar da existência de seitas e cismas, o Cristianismo do império e dos países vizinhos estava unido na doutrina, nos costumes e no espírito. Mesmo com perseguições, ou talvez por causa delas, a igreja crescia com rapidez assombrosa. Ao findar-se o período da perseguição, a igreja era suficientemente numerosa para constituir a instituição mais poderosa do império. O número da igreja, sob o domínio do império romano chegou a vários milhões. Talvez a décima parte do império, segundo calculou o historiador Gibbon.
III - A POSIÇÃO DA IGREJA ANTE AS PERSEGUIÇÕES
1 - A Igreja nunca mudava a mensagem (At 7:59).
‘’E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito.’’
A mensagem que Estevão prega enquanto está vivo, é a mesma mensagem que ele prega diante das pedradas.
2 - Cristo era o alvo das mensagens da Igreja (At 5:42).
‘’E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo.’’
- O único tema das pregações e dos ensinos dos apóstolos para a Igreja, era Cristo ressuscitado.
2 - Se a mensagem da Igreja não é Cristo, o corpo está sem a cabeça.
- Conforme a doutrina era ensinada, o número de discípulos aumentava (At 5:14).
‘’E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais.’’
3 - O ensino doutrinário da Igreja não pode cessar mediante o número de ouvintes ou crentes.
"Eles perserveravam na doutrina dos Apóstlos, diz o texto de nAtos 2:42.
- CONCLUSÃO
- Como vimos, mesmo em meio a perseguição a Igreja é vitoriosa, porque Cristo sofreu e pagou por ela. Oremos pelos cristãos perseguidos nos dias atuais: A oração é poderosa, e a Bíblia nos ensina que a oração feita por um justo tem grande impacto. Ore pela coragem dos cristãos perseguidos e dos missionários que atuam nesse contexto. Peça proteção para suas vidas, famílias e comunidades. Ore também pelos perseguidores, para que conheçam Jesus e se arrependam (Tg 5.16, Ef 6.19,20).
Bibliografia
- Bibliografia
- Bíblia de Estudo Gesiel Gomes
- Bíblia Cronológica
- Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
- Apontamentos Teológicos do autor
- Disciplina grade ctec vida cristã - Eclesiologia
- Disciplina História da Igreja - CTEC VIDA CRISTÃ
-https://bibliotecadopregador.com.br/o-que-aprendemos-sobre-a-igreja-perseguida/
- Comentário: Pastor Josaphat Batista – Pr. Presidente da Assembleia de Deus em Mundo Novo-Ba. Pós-graduado em Docência do Ensino Superior - Bacharel em Teologia convalidado pelo MEC – Pós-Graduando em História, Membro da academia Pré-Militar (ACPMB) – Pós-Graduando Ciências da Religião (Famart) – Juiz de Paz (CONAJ), Graduando História (Facuminas), Formação da Alfabetização da Língua Grega (Koiné), DIRETOR do CTEC VIDA CRISTÃ (Centro Teológico de Educação e Cultura), Autor do livro 1000 Esboços Bíblico para Sermões – Autor da Revista de Estudo Bíblico acerca de João Batista – Autor da Revista acerca de Absalão, Autor do Livro Evidências Reais do Apocalípse - Autor do Livro Escatologia Bíblica Panorâmica, Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba. - Aproveite e estude cursos gratuitos no CTECVIDACRISTA.COM e comentários anteriores das Lições Bíblicas EBD. Ver outros comentários (anteriores) do trimestre em vigor no Site: www.portalebd.org
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. JOSAPHAT BATISTA