Lição 11 - A Salvação não é obra humana VI

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ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - EM DEFESA DA FÉ CRISTà– Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência

COMENTARISTA: Esequias Soares da Silva

COMENTÁRIO: EV. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO Nº 11 – A SALVAÇÃO NÃO É OBRA HUMANA

A salvação é um ato da graça de Deus manifestada ao mundo por intermédio de Jesus Cristo. Por meio da fé, somos aceitos por Deus e alcançamos o poder de nos tornarmos seus filhos (Rm 5.1; Jo 1.12). Compreender esta doutrina é fundamental para o exercício pleno da fé. Assim como no passado primitivo da Igreja, há muitos atualmente que não aceitam a suficiência da fé em Jesus como meio para alcançar a salvação e sobrecarregam a igreja com ensinamentos que distorcem a compreensão da graça divina. Em seus discursos, alegam ser as obras um requisito para desfrutar da salvação. Nesta lição, veremos que a graça e a verdade são o resultado da morte de Cristo na cruz do Calvário. Isso não vem das nossas obras, mas é fruto da bondade de Deus para conosco como descreve o apóstolo Paulo aos efésios (Ef 2.8- 10).

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.

A SALVAÇÃO SOB A GRAÇA DE DEUS

A lição do próximo domingo retrata a realidade da salvação através, e somente, pela graça. Se não fora o amor de Deus fornecendo a sua poderosa graça para o ser humano caído, não poderíamos, por nós mesmos, sermos salvos.

A nossa condição caída anterior aponta o quão importante foi a intervenção divina em nossa vida. “Mortos em delitos e pecados”, foi assim que o apóstolo Paulo nos descreveu enquanto presos pelo pecado. A intervenção divina veio como livramento espiritual da morte eterna que se aproximava de nossas vidas.

Esse livramento espiritual é um ato da soberana vontade de Deus e não vem de nossa própria justiça, a salvação é pela graça de Deus: “Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9); “ele nos salvou, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia. Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3.5).

Somente pela graça fomos libertos pelo pecado. Através dela os nossos olhos espirituais foram abertos, e com isso a tão grande salvação nos alcançou. Isso foi um “dom” nos entregue pelo Senhor, e nenhuma ação humana poderia ser capaz de fazer isso pela nossa redenção.

“Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (vv. 8,9). A exegese do texto significa que a expressão “isto não vem de vocês, é dom de Deus” não se refere à fé, mas à salvação, que é pela graça. [...] Então, o dom de Deus é a graça, de modo que a fé vem antes da graça, antes da regeneração (Jo 3.16; At 16.31; Rm 5.1). A salvação, sim, é pela graça de Deus mediante a fé em Jesus, e esse dom não vem das obras, pois não se trata de uma recompensa: “não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.9).

Destaque

Há muitos que alegam haver certa discordância entre a perspectiva de Paulo e Tiago acerca da salvação. No entanto, não há divergência alguma, pois enquanto o apóstolo Paulo cuida de esclarecer em suas Cartas a respeito da fé para salvação (Rm 3.22-26; Ef 2.8-10), Tiago argumenta que quem tem a fé verdadeira e já alcançou a salvação produz boas obras (Tg 2.17, 26). Como pode alguém dizer que é um verdadeiro cristão e tem fé em Jesus Cristo, porém não demonstrar por meio de suas obras a fé que alega ter (vv. 14, 20)? Nesse caso, há uma incoerência, pois aquele que é sincero para com Deus, obediente às Sagradas Escrituras, demonstra por meio de sua conduta e estilo de vida o desejo de agradar a Cristo. Que Deus nos ajude a demonstrar a verdadeira fé e comunhão que temos com o nosso Deus, não apenas com palavras, mas, sobretudo, com obras sinceras de amor ao próximo e santidade perante Deus. SOTERIOLOGIAS INADEQUADAS NA ANTIGUIDADE

A doutrina que ensina a salvação como resultado de esforço pessoal ou como recompensa humana ou por seus próprios méritos existe desde o tempo dos primeiros cristãos. Os principais e mais conhecidos grupos antigos que defendem um pensamento soteriológico similar são os galacionistas, identificados como judaizantes, conforme estudado no capítulo 2, e os gnósticos, no capítulo 3. Os membros desse movimento ensinavam a salvação através de um conhecimento místico, e não pela fé em Jesus.

Os reecarnacionistas, defensores de um pensamento da possibilidade de reencarnação, que prega que o falecido tem a possibilidade de reencarnar, sucessivamente, até que consiga, através de sua nova oportunidade, viver de uma forma melhor e com isso interromper o ciclo de reencarnações. Tal pensamento é falido. Não existe a possibilidade de outra vida humana após a morte, pois como nos escreveu o autor da carta aos Hebreus: “ao homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo” (Hb 9.27).

Essas crenças são contrárias à teologia bíblica, pois nelas não há espaço para a doutrina da ressurreição dos mortos, da redenção pela fé no sacrifício de Jesus no Calvário, do julgamento divino sobre os infiéis e do inferno ardente. Trata-se de uma oposição à fé cristã, é a doutrina da salvação pelo esforço humano, pregada também pelos muçulmanos, mórmons, testemunhas de Jeová, kardecistas e por diversos ramos do espiritismo. Além disso, trata-se ainda da doutrina da segunda oportunidade, defendida, geralmente, pelos grupos religiosos heterodoxos.

AS SOTERIOLOGIAS INADEQUADAS DE HOJE

Segundo o Islã, se as nossas boas ações superarem as más, nós garantiremos o acesso ao paraíso. Pensando assim, a obra expiatória de Cristo na cruz não era necessária, deixando de lado qualquer atividade graciosa divina, como nos ensinam as Sagradas Escrituras. Para o islamismo, a salvação se dá pelo mérito. As boas obras não podem contribuir para a nossa salvação. Mas as boas obras são um resultado da salvação. Recebemos a vida para glorificarmos a Deus. E uma maneira de glorificarmos a Deus é praticando boas obras. O que são as “boas obras”? A palavra grega aqui é agathois, que significa “útil, proveitoso”. Deus nos salvou e nos colocou em um caminho cheio de oportunidades para sermos úteis aos outros, e profícuos para realizar os seus propósitos. Outra vez sentimos o contraste entre o que éramos, e o que somos. Corrompidos pelo pecado, não podíamos fazer nada por Deus, por nós mesmos, ou pelos outros. Vivificados por Deus em Cristo, somos diferentes. E fazemos a diferença!

Para as Testemunhas de Jeová, a salvação está baseada naquilo que os ensinamentos de sua organização transmite. Assim, a pessoa só pode fazer parte de dois grupos: os que terão direito ao céu, isto é, os 144 mil chamados de classe dos ungidos; ou a grande multidão que herdará a terra, conhecidos por “grande multidão”.

Segundo as Sagradas Escrituras, esse pensamento das Testemunhas de Jeová não en- contra nenhum amparo. A salvação se dá somente por intermédio de Cristo, através da grande obra evangelizadora do Espírito Santo através da Igreja. Aqueles que atenderem ao chamado e se converterem, passam a serem integrantes do Corpo de Cristo, e gozarão de todas as pro- messas que a Palavra de Deus comunica aos cristãos verdadeiros.

A lição ainda apresenta o pensamento dos mórmons, que acreditam em uma salvação geral. Diante de tudo isso, precisamos conhecer mais e mais sobre a doutrina da salvação, para assim estarmos cientes de que não merecíamos, mas a graça nos alcançou.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. ANTONIO VITOR LIMA BORBA