Lição 9 - Quem é o Espírito Santo VII

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ASSEMBLEIA DE DEUS EM PARNAMIRIN/RN - IEADERN

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - EM DEFESA DA FÉ CRISTà– Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência

COMENTARISTA: Esequias Soares da Silva

COMENTÁRIO: Pr. Erivandro Galdino

LIÇÃO Nº 9 – QUEM É O ESPÍRITO SANTO

INTRODUÇÃO

A formulação da teologia do Espírito Santo aconteceu depois da formulação cristológica em Niceia, oficializada em 381 no Concilio de Constantinopla. A cristologia, ocupou praticamente, todos os debates dos séculos 3 e 4 e quase não sobrou espaço para a pneumatologia. Não houve discussão a respeito do Espírito Santo em Niceia. O que aconteceu, nessa época, no campo pneumatológico foi muito pouco. Em Niceia, ficou esclarecido que o Filho é homooúsios, do grego “da mesma essência, substância”, consubstanciai com 0 Pai: “E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, o Unigênito do Pai, que é da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, de uma só substância [homooúsios] com 0 Pai”. A controvérsia prosseguiu por três razões principais: a inclusão do termo homooúsios no texto, a indefinição sobre a identidade do Espírito Santo, pois a formulação de Niceia declara simplesmente: “E também no Espírito Santo”, e nada mais, e a volta do arianismo. Assim, houve um intervalo de mais de cinquenta anos entre esses dois concílios, foi um período de controvérsias sobre a identidade do Consolador. O que foi dito acerca do Filho 0 mesmo se diz do Espírito Santo, que a Bíblia afirma, de maneira direta, que 0 Espírito Santo é Deus, além disso, revela também nele os atributos exclusivos da divindade bem como as obras de Deus. Mas, essas passagens bíblicas são abundantes em referência ao Filho e menos frequente em relação ao Espírito Santo.

A identidade do Espírito Santo é revelada nas Escrituras desde o livro de Gênesis até o Apocalipse. É fato que a Igreja desde os dias apostólicos o reconhecia como Deus igual ao Pai e ao Filho. Essa deidade absoluta do Espírito Santo é revelada de maneira direta, nos seus atributos divinos e nas suas obras e funções pertencentes a Deus. Todos nós precisamos estudar e conhecer essa verdade bíblica, pois desde a antiguidade existem heresias sobre a Terceira Pessoa da Trindade.

I- O CONSOLADOR.

1- O OUTRO CONSOLADOR (Jo 14.16).

O termo grego empregado por Jesus para o “Consolador” é paraklêtos, que significa “defensor, advogado, intercessor, auxiliador”. Aparece apenas cinco vezes no Novo Testamento e nos escritos joaninos, quatro vezes no evangelho, referindo-se ao Espírito Santo (Jo 14.16, 26; 15.26; 16.7), e uma, na sua primeira epístola, traduzido por “Advogado”, aplicado ao Senhor Jesus: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Mas, se alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 Jo 2.1). Segundo Vine, “usava-se nas cortes de justiça para denotar um assistente legal, um defensor, um advogado”.

“E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com vocês para sempre” (Jo 14.16). Em outras palavras, Jesus dizia aos seus discípulos que estava voltando para o Pai, mas que continuaria cuidando da Igreja, pelo seu Espírito Santo, seu Paracleto, um como ele, que teria o mesmo poder para preservar o seu povo. A palavra grega para “outro” é allos, que significa “outro”, mas da mesma natureza, da mesma espécie e da mesma qualidade. Segundo A. T. Robertson: “Outro da mesma classe (allon, não heteron)”. Se o Espírito fosse uma força ativa, impessoal, a palavra correta para “outro” seria heteros, que, de acordo com o Léxico Grego-Inglês de Liddell & Scott, significa: “o outro, um de dois...; um outro...; outro do usual, diferente”. O Dicionário Vine afirma: “O termo allos expressa uma diferença numérica e denota ‘outro do mesmo tipo’; o termo heteros expressa uma diferença qualitativa e denota ‘outro de tipo diferente’. Cristo prometeu enviar ‘outro Consolador’ - allos, ‘outro como Ele’, não heteros (Jo 14.16)”.

O Espírito Santo, portanto, é alguém como Jesus, da mesma substância, glória e poder. O Consolador é enviado pelo Pai em nome de Jesus para ensinar os discípulos, para fazer lembrar tudo o que o Filho ensinou e para testificar dele. Não é possível uma força ativa e impessoal ser enviada em nome de alguém tendo tais atributos. Os substantivos gregos apresentam três gêneros: masculino, feminino e neutro. A palavra grega pneuma, usada amplamente no Novo Testamento para “espírito”, é substantivo neutro. Assim, os adjetivos, os pronomes demonstrativos etc. devem concordar com o substantivo em gênero, caso e número. Mas isso não acontece em João 15.26; 16.13,14. Em João 15.26 temos: “Quando, porém, vier o Paráclito, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, este dará testemunho de mim” (TB). O “este” na parte final é ekeinos, pronome demonstrativo, singular, masculino, na frase grega: ekeinos martyrêsei peri emou, literalmente, “este testificará acerca de mim” que está concordando com o “Espírito da verdade”, to pneuma tês alêtheias. Veja que o demonstrativo cuja forma se esperaria no gênero neutro, para concordar no gênero, ekeinon, neutro, mas não é o que acontece, pois está no masculino, ekeinos.

Podemos dar outro exemplo em João 16.13 e 14, “aquele Espírito de verdade... Ele me glorificará. Espírito vem precedido do pronome demonstrativo “aquele” (masculino), e não neutro. O texto grego diz: ekeinos, to pneuma tês alêtheias... ekeinos eme doxasei, “aquele Espírito da verdade... ele me glorificará”. O emprego do demonstrativo em seu fluxo normal estaria no neutro, para concordar em gênero, ekeinon, neutro, e não ekeinos, masculino, mas, como no caso anterior, não é o que acontece. Isso não é descuido de quem escreveu essa passagem, isso não existe nas Escrituras, os escritores bíblicos foram inspirados pelo Espírito Santo, portanto, cada um deles sabia o que estava fazendo. Essa anomalia observada no uso do demonstrativo masculino em lugar de neutro revela a personalidade do Espírito Santo.

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 COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. ERIVANDRO GALDINO