ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ – Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência
COMENTARISTA: Esequias Soares da Silva
COMENTÁRIO: EV. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA
LIÇÃO Nº 8 – JESUS VIVEU A EXPERIÊNCIA HUMANA
Das heresias que se apresentam com uma nova roupagem em nossos dias, as que mais se destacam são aquelas que negam Jesus como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Na presente lição, estudaremos como nosso Senhor viveu a experiência humana. Diferentemente do que muitos pensam, o Senhor Jesus teve vida social, compartilhou de uma convivência normal com seus pais, irmãos e, posteriormente, com seus discípulos (Lc 2.52). Por conta da sua encarnação, Ele teve uma vida normal como qualquer ser humano comum. O diferencial de Cristo era o fato de que Ele guardava uma vida devota ao Pai e separada do pecado.
O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.
A EXPERIÊNCIA HUMANA NO MINISTÉRIO DE JESUS
A humanidade de Cristo é indiscutível segundo às Sagradas Escrituras. Desde seu nascimento, encontramos elementos humanos de maneira clara quanto da encarnação do Filho de Deus. Apesar de sua infância estar de certa maneira omitida no texto bíblico, Jesus Cristo teve uma jornada com diversas experiências aqui na terra, como, por exemplo, quando estava no Templo conversando com os doutores.
Os meninos judeus, aos treze anos, deixaram a infância, mesmo que não fossem capazes de discutir, como o menino Jesus, com os doutores reunidos nos átrios do Templo (Lc 2.46, 47). A partir dessa época exigia-se deles, como dos adultos em geral, que recitassem três vezes por dia a famosa oração Shema Israel, em que todo o crente deve proclamar sua fé no Deus único e verdadeiro. “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas...” (Hb 2.14a). Como homem, Jesus cresceu também socialmente; participou da vida social dentro dos limites da aprovação divina. Ele foi a um casamento em Caná da Galileia (Jo 2.1) e participou de diversos jantares (Mt 9.11; Lc 1-10).
Desprezar a humanidade de Cristo é afrontar às Sagradas Escrituras. Aqueles que assim pensam, deixam de lado textos claros de sua vida social junto aos discípulos, seu relacionamento interpessoal com diversas pessoas, bem como sua fama pela vizinhança, sendo identificado por muitos como o “carpinteiro de Nazaré”.
As experiências de Jesus como homem são manifestas nos evangelhos pela interação com as pessoas e autoridades religiosas, como sua participação das reuniões nas sinagogas e no templo (Jo 18.20). Marcos dá a entender que Jesus pregou em todas as sinagogas da Galileia (Mc 1.39). Os evangelhos mostram Jesus ensinando na sinagoga de Nazaré (Lc 4.16- 20) e de Cafarnaum (Jo 6.59) e no templo de Jerusalém (Jo 7.14). Viveu como judeu (G1 4.4) e cumpriu a lei (Mt 5.17,18), reconhecia a autoridade de Moisés (Mt 8.4) e participava das festividades judaicas (Mt 26.17-19; Jo 7.37,38; 10.22).
Destaque
É importante reafirmar que Jesus preservava os atributos divinos e, em Sua plenitude, era igual ao Pai. Em contrapartida, preservava também suas qualidades humanas, vivendo plenamente enquanto humano, convivendo naturalmente com as pessoas. Jesus viveu como menino judeu normal.
Um episódio interessante que marca a convivência de Jesus em Sua comunidade é o fato de que os habitantes de Nazaré, localidade onde Cristo cresceu e viveu, não o reconhe- ciam como Messias (Mt 13.54-58; Mc 6.1-3). A rejeição se dava pelo fato de que os nazarenos o conheciam como o "filho do carpinteiro", e conheciam também seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas, além de sua mãe e suas irmãs. Essa é mais uma prova cabal de sua humanidade e vida social. É justamente a humanidade de Jesus que O tornou tão acessível às pessoas. Por essa razão, o autor da Carta aos Hebreus destaca que não temos um sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, assim como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado (Hb 4.15). Nosso Senhor conhece profundamente nossas fraquezas, não ape- nas pelo fato de ser Deus onisciente, mas também porque padeceu e enfrentou na própria carne humana os desafios desta vida terrena.
HERESIAS QUE NEGAM A HUMANIDADE DE JESUS
O apolinarismo foi um dos pensamentos heréticos do tempo antigo, que visava apresentar um Jesus sem o espírito humano, apontando que o Verbo teria ocupado o lugar da alma na encarnação.
Segundo Apolinário, o Logos (Jo 1.1,14) teria ocupado o lugar da alma na encarnação, com isso negou que Jesus tivesse espírito humano. Dizia que, se alguém põe em Cristo a sua confiança como sendo homem, está destituído de racionalidade e indigno de salvação. Usando a linguagem teológica de Apolinário, os elementos constitutivos do ser humano são sõma, “carne ou corpo”, psychê, “alma animal”, a sede dos desejos, paixões, apetites, e pneuma, “alma racional”. Em relação a Jesus, dizia que Ele possuía um sõma humano e uma psychê humana, mas não um pneuma humano.
Outro pensamento consta do monotelismo, que se aplicava em ensinar existir em Cristo uma só vontade, isto é, nEle somente existia a vontade divina. Esse pensamento despreza que Cristo tenha sentido vontades humanas, isolando-o do sentimento da tristeza, fome, sede, dor, cansaço, etc.
O Terceiro Concilio de Constantinopla em 681 considerou o monotelismo heresia, pois era visto como “uma ameaça à crença na humanidade completa do Deus-Homem, uma verdade apreciada e essencial”. Reconhecemos as vontades de Cristo (Mc 14.36); é evidente que as ações de Cristo como caminhar, comer, beber e interagir com as pessoas são puramente humanas, mas são produzidas pela natureza humana sob a direção divina. Ao perdoar pecados, era a manifestação da vontade de Cristo na natureza divina (Lc 5.20-22). Sofrônio, patriarca de Jerusalém, em 633, refutou o monotelismo dizendo que existe em Jesus duas vontades, sendo a humana submissa à divina.
COMO ESSAS HERESIAS SE APRESENTAM NO DIAS ATUAIS
Alguns grupos ocultistas distorcem os fatos sobre a vida e a obra de Cristo no mundo. Outros apresentam notícias especulativas que beiram o fantasioso, afirmando ter Jesus visi- tado lugares que a própria Bíblia Sagrada não apresenta. Isso ocorre em função de um afasta- mento ortodoxo para um caminho especulativo e perigoso. O Jesus Cristo que conhecemos segundo às Sagradas Letras possuíra características suficientes de um homem que seguia os costumes de sua sociedade, e não como um estran- geiro que vivia como forasteiro e andarilho pelo mundo todo.
Quando lemos as Escrituras Sagradas, vários textos apresentam a familiaridade de Je- sus com sua sociedade. Por exemplo, como já falamos acima, Ele era conhecido como o car- pinteiro, foi identificado com sua família, e todos conheciam José e Maria. Isso só ocorre quando a pessoa possui certa vivência junto a sociedade na qual vive.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. ANTONIO VITOR LIMA BORBA