Lição 10 - A promessa da Proteção Divina V

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SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2024

Adultos - O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração

COMENTARISTA: Silas Queiroz

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 10 – A PROMESSA DA PROTEÇÃO DIVINA

INTRODUÇÃO

Nesta lição falaremos sobre o conceito de proteção. A promessa de proteção divina é um dos maiores consolos para o cristão, conforme vemos em Efésios 6:10-17 e Salmo 91:1-8. Deus nos oferece uma armadura espiritual poderosa, composta por elementos como a verdade, a justiça, a fé e a palavra de Deus, para que possamos resistir às forças do mal. Ao nos revestirmos dessa armadura, não apenas nos protegemos, mas também reconhecemos que nossa segurança vem unicamente de Deus e não da dependência de anjos. A proteção divina é assegurada através da presença constante de Cristo, que é nosso refúgio e fortaleza. Portanto, é essencial que observemos e vivamos de acordo com essa armadura, confiando plenamente no poder e cuidado de Deus.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA PROTEÇÃO.

1.1 Segundo o dicionarista Antonio Houaiss(2001), proteção é o “ato ou efeito de proteger(-se)”, “cuidado (com algo ou alguém) mais fraco”, “aquilo que serve para abrigar”; “abrigo, resguardo, guarita”; “aquilo que protege de um agente exterior”. No Antigo Testamento, o conceito de segurança era expresso pela palavra hebraica “bātach”. Esse vocábulo quer dizer “confiar”, “sentir-se seguro”, “estar despreocupado” ou “descansar em Deus”. No Salmo 78.53 designa a segurança com que o Senhor conduziu o povo de Israel no deserto. O termo, portanto, descreve a segurança e proteção que o Senhor concede ao seu povo contra “todas as ciladas do inimigo” (1 Sm 12.11; 1 Rs 8.56; Ef 6.11).

II – ATITUDES QUE DEVEMOS TER EM RELAÇÃO A ARMADURA DE DEUS

A armadura de Deus, conforme descrita em Efésios 6:10-18, é um conjunto de atitudes e comportamentos espirituais que devemos adotar para enfrentar os desafios e as tentações da vida cristã. Paulo nos ensina a nos revestir de forças espirituais, como a verdade, a justiça e a fé, para resistir aos ataques do inimigo. Cada peça dessa armadura nos lembra da importância de estarmos firmes em Cristo e dependermos de Sua força. Dessa forma, devemos viver em vigilância e oração, confiantes na proteção divina.

2.1 Conhecer a armadura. Houaiss (2001, p. 802) diz que conhecer é: “perceber e incorporar algo; ficar sabendo; adquirir informações sobre; tomar ou ter consciência de; estar familiarizado com; ter ideia bastante exata sobre; experimentar; dar-se conta de”. Contra os inimigos espirituais não podemos lutar de “qualquer jeito”, nem com “qualquer arma”, nem tampouco usarmos “armadura humana” como foi sugerido a Davi (1Sm 17.38-40). Uma vez que lutamos contra inimigos na esfera espiritual e imaterial, precisamos conhecer nossas armas espirituais (2Co 10.3-5), pois Deus nos supriu com elas, e não devemos deixar parte alguma de fora (Ef 6.10). Alguns estão sendo derrotados porque não tem dado a devida importância a estas armas espirituais, e por isso, estão sendo “[…] vencidos por Satanás” (2Co 2.10-c; ver ainda Ef 4.27; 1Pe 5.8).

2.2 Revestir-se da armadura. Segundo o dicionário da língua portuguesa, a palavra revestir é: “vestir mais uma vez; vestir de novo; cobrir-se com adornos; recobrir; tornar firme, estável e resistente algo aplicando-lhe um revestimento para enfrentar situação adversa; armar-se” (2001, p. 2453). No grego a palavra “revestir” é “enduo” que quer dizer: “entrar em uma roupa, vestir duas vezes”. A ideia deixada pelo apóstolo Paulo é que este revestimento serve para “estar firmes” (Ef 6.11), de onde vem a palavra “histemi” que significa: “ficar de pé, tornar firme, fixar, manter-se no lugar, permanecer imóvel, continuar seguro, ileso, permanecer preparado, ter uma mente firme, alguém que não hesita, que não desiste”. Só assim podemos vencer “as astutas ciladas do diabo”.

2.3 Usar a armadura. O dicionarista Antônio Houaiss define o verbo “usar” como: “servir-se de algo; lançar mão de; utilizar algo; pôr algo em uso ou serviço para atingir um fim; exercitar; praticar” (2001, p. 2815). No grego é a expressão “analambano” que significa: “pegar, levantar, erguer algo para usar”. Paulo dá uma ênfase muito grande a ação de “tomar toda armadura” (Ef 6.13;16; 17).

III - OS ELEMENTOS DA ARMADURA DE DEUS

Paulo ordena a seus leitores que vistam: “toda a armadura de Deus” (Ef 6.13). É usando o contexto militar romano que o apóstolo fala sobre o combate espiritual, e por isso está presente a figura da armadura, em uma linguagem metafórica para que os crentes compreendessem com clareza a realidade da peleja […] Quando o apóstolo Paulo fala sobre a armadura de Deus, “panoplían ton theou”, em grego, está se referindo a uma armadura completa: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus […]” (Ef 6.11) (SOARES; SOARES, 2018, pp. 114, 119). Vejamos aspectos da armadura de Deus:

3.1 O cinto da verdade. Satanás é um mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44), mas o cristão cuja vida é controlada pela verdade o derrotará: “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade […]” (Ef 6.14-a). O termo “cingidos” do grego “perizonnumi” também usado pelo apóstolo traz a ideia de prender as vestes com um cinturão, cobrir-se. Já as palavras “lombos” vem da expressão “osphus” que fala do quadril lugar onde os hebreus achavam que o poder generativo residia por causa do sêmen (partes geradoras de vida), e “verdade” “aletheia” fala algo verdadeiro, sinceridade de mente. A verdade e a mentira são opostas (1Jo 2.21). A verdade, como as outras peças da armadura, é na realidade um aspecto da natureza do próprio Deus. Portanto, cingir-se com o cinturão da verdade é cingir-se de Cristo, pois Cristo é a “verdade” (Jo 14.6) (HANEGRAAFF, 2005, p, 53).

3.2 A couraça da justiça. Couraça é uma armadura defensiva que cobre o peito e as costas onde ficam os órgãos vitais como o coração e o pulmão. Uma couraça protegia um guerreiro contra um golpe fatal contra estes órgãos importantes: “[…] e vestida a couraça da justiça” (Ef 6.14-b). O peitoral, que consistia em duas partes, chamadas “asas”. A primeira cobria a região inteira do peito, a parte frontal do tórax e a outra cobria a parte das costas. A palavra “couraça” vem do grego “thorax”. Era colocada sobre peito e abdômen para proteger o coração e outros órgãos vitais do soldado. Um dos “órgãos” que o inimigo mais ataca é o nosso coração. Por isso, precisamos guardá-lo, porque dele procedem as fontes da vida (Mt 6.21; Mc 12.30). Não guardar o coração pode gerar marcas e sequelas: “Escondi a tua Palavra no meu coração, para não pecar contra ti” (Sl 119.11). 3.3 Os calçados do evangelho da paz. As chamadas “grevas”, eram os calçados como botas que protegiam os soldados do joelho para baixo. Os pés são a base do corpo; dão sustento e levam o corpo ao seu destino. Os soldados romanos usavam sandálias com cravos na sola para dar mais apoio aos pés durante a batalha, a fim de “resistir” e de “permanecer inabaláveis”. Calçar os pés com a preparação do evangelho da paz representa dizer que devemos ir preparados e treinados andando em santidade de vida (Mt 28.18-20; Gl 1.6-7,11). Paulo fala da preparação dos pés para o conflito espiritual (Ef 6.15). Às vezes o inimigo na antiguidade colocava obstáculos perigosos no caminho dos soldados que estavam avançando. Por isso, Paulo usa a expressão “hupodeo” que significa: “calçar, amarrar, colocar calçado”. Os nossos pés são muito importantes para Cristo, pois é através deles que vamos pisar no território do inimigo. Se calçarmos as sandálias do evangelho, teremos os “pés formosos” (Is 52.7; Rm 10.15). Somos embaixadores da paz (2Co 5.18-21) e, como tais, levamos o evangelho para ganharmos almas.

3.4 O escudo da fé. O escudo mencionado nessa passagem é um escudo grande que protegia a maior parte do corpo do soldado e tinha beiradas com um formato que permitia a uma linha inteira de soldados encaixar um escudo no outro e marchar sobre o inimigo como uma parede sólida (WIERSBE, 2007, vol. 2, p. 76). Vale lembrar que, numa batalha em campo aberto, os soldados ficam mais protegidos dos dardos lançados pelo inimigo, quando se juntam fazendo seus vários escudos parecerem um só. O apóstolo nos diz: “Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16). A expressão “dardo” vem do grego “bélos” e significa: “míssil, flecha, lança”. O dardo era atirado contra o inimigo ainda à distância. Na batalha espiritual, os dardos inflamados podem ser uma cilada, uma armadilha; uma astúcia, esperteza e engano. Já o termo “inflamados” vem do grego “puroo” que é: “repleto de fogo, incendiado, carregados com substâncias inflamáveis”. O escudo cobre todas as brechas que o maligno usa para plantar dúvidas em nós sobre a Palavra de Deus. Mas, pelo escudo da fé, podemos vencê-lo (1Jo 5.4-5).

3.5 O capacete da salvação. Satanás deseja atacar nossa mente, e foi assim que derrotou Eva (Gn 3; 2 Co 11.1-3). O capacete da salvação refere-se à mente controlada por Deus: “Tomai também o capacete da salvação […]” (Ef 6.17-a). Quando Deus controla a mente, Satanás não consegue fazer o cristão se desviar (WIERSBE, 2007, vol. 2, p. 76). O capacete, que protegia a cabeça, era feito de várias formas e de vários metais. O capacete da salvação protege nossa mente das mentiras do diabo e das influências do mundo (Rm 12.2). A cabeça é o membro que comanda o nosso corpo, e se esta apresentar fraqueza, tudo estará perdido. O capacete guardará nossa mente de ser atingida pelo inimigo (Ef 4.14).

3.6 A espada do Espírito. Enquanto o resto da armadura é em sua natureza armas de defesa, aqui se encontra a única arma de ataque na armadura de Deus. A espada, que tinha várias formas e dimensões, eram feitas de vários tipos de metais. Esse é o símbolo usado por Paulo para indicar a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada: “[…] e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.17b). O escritor aos hebreus também afirmou isso (Hb 4.12). Pedro tentou usar a espada para defender Jesus no Getsêmani (Lc 22.47-51), mas, em Pentecostes, aprendeu que a “espada do Espírito” é muito mais poderosa. Quando foi tentando por Satanás no deserto, Cristo usou a espada do Espírito e derrotou o inimigo (Lc 4.1-13). Moisés também tentou conquistar pela espada, mas descobriu que a Palavra de Deus, por si mesma, era suficiente para derrotar o Egito (Êx 2.11-15 (WIERSBE, 2007, vol. 2, p. 77).

IV – A SEGURANÇA DA FÉ NO SL 91

Segundo Moody (2021, pp 98-99), neste poema associado ao Salmo 90, o salmista canta um nobre hino de fé, mas ele tem também um propósito didático. Neste salmo, encontramos quatro promessas para aqueles que se abrigam no esconderijo do Altíssimo:

4.1 Proteção Divina (vs 1-2). “Meu refúgio e meu baluarte”. O escritor começa com uma poderosa apresentação do seu tema - a segurança daquele que confia completamente em Deus. Esconderijo é tradução melhor que lugar secreto, pois o seu significado faz paralelo com o conceito de sombra.

4.2 Providência Divina (vs 3-8). “Pois ele te livrará... cobrir-te-á”. A ideia de proteção está ampliada para incluir os muitos atos do cuidado providencial além do livramento ativo. O laço do passarinheiro é uma referência às armadilhas feitas pelos adversários (cons. Sl. 124:7). A peste que se propaga é, literalmente, morte de destruição, talvez se referindo a uma morte violenta. O salmista estava cônscio do cuidado divino nas diversas circunstâncias da vida.

4.3 Recompensa Divina (vs 9-13). “Fizeste do Altíssimo a tua morada”. O salmista, voltando ao seu tema principal, prossegue com a ideia à recompensa mencionada no versículo 8. Assegura-se ao homem de fé que Deus enviará anjos guardiões para protegê-los das pragas e do tropeço. Satanás citou estas palavras quando tentou Jesus (Mt. 4:6; Lc.4:10). De acordo com o Talmude, cada homem tem dois anjos que o assistem durante toda a sua vida.

4.4 Promessa Divina(vs14-16). “Porque a mim se apegou com amor”. A autoridade que sustenta a ideia da recompensa é fortalecida pelo oráculo divino. A promessa inclui as bênçãos do livramento, exaltação, resposta à oração, vida longa e vitória. Estas bênçãos e mais outras são prometidas aquele que ama e confia em Deus.

CONCLUSÃO

Em certo sentido, a “armadura de Deus” é uma imagem de Jesus Cristo. Ele é a Verdade (Jo 14.6); Ele é nossa justiça (2Co 5.21) e nossa paz (Ef 2.14). Ele é fiel (Gl 2.20); é nossa salvação (Lc 2.30); e, é a Palavra de Deus (Jo 1.1,14). Isso significa que, quando aceitamos a Cristo, também recebemos a armadura. No momento da salvação, vestimos a armadura de uma vez por todas. No entanto, devemos nos apropriar dela cada dia: “[…] vistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.12), e não esqueçamos que Ele é nosso abrigo seguro, em quem confiamos, e temos a certeza de sua proteção, providência, recompensa e intimidade.

REFERÊNCIAS

• GILBERTO, Antônio (Org.); et al. Teologia Sistemática Pentecostal. RJ: CPAD, 2008.

• SOARES, Ezequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual. RJ: CPAD, 2018.

• SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. RJ: CPAD, 2017.

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.

• WIERSBE, W. W (Trad. Susana Klassen). Comentário Bíblico Expositivo NT. SP: GEOGRÁFICA, 2007. • HANEGRAAFF Hank (Trad. Marta Andrade). Armadura Espiritual. RJ: CPAD, 2005.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 05 de Dez de 2024