ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2024
Adultos - O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração
COMENTARISTA: Silas Queiroz
COMENTÁRIO: EV. MARCOS JACOB DE MEDEIROS

LIÇÃO Nº 2 – O LIVRO DE RUTE
Texto: Rute 1.1- 5
Introdução: Servir a Deus não nos isenta de crises. Em qualquer circunstância, o segredo é permanecer fiel, confiando na providência divina.
I - A ORGANIZAÇÃO DO LIVRO
1. Na Bíblia Hebraica.
1.1. O Antigo Testamento da Bíblia Hebraica está dividida em três seções:
a. Pentateuco
b. Profetas
c. Escritos
1.2. O Livro de Rute pertence à terceira divisão ou seção da Tanakh
a. Tanakh: é composta apenas dos livros do Antigo Testamento da Bíblia Cristã
b. Essa terceira seção é chamada Ketuvim ou Hagiógrafos (Escritos)
c. A primeira seção é a Torá (Pentateuco) e a segunda é a Neviim (Profetas) (Lc 24.44)
d. Dentre os Escritos, que são onze livros, estão os Megillot (cinco rolos)
. Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester
. São lidos publicamente nas festas judaicas anuais
1.3. A leitura litúrgica de Rute era feita durante o Shovuot (Pentecoste), a festa da colheita
a. Tinha como função narrar fatos ocorridos durante a colheita
2. Na Bíblia Cristã.
2.1. O Antigo Testamento da Bíblia Cristã é composto de quatro divisões:
a. Pentateuco
b. Poéticos
c. Históricos
d. Proféticos
2.2. Rute está categorizado como um livro histórico, por seu evidente gênero narrativo
a. É identificado também por sua extraordinária beleza poética
b. A obra está organizada em quatro capítulos, somando 85 versículos
c. O autor expõe aspectos subjetivos da vida dos personagens (Rt 1.12-21; 2.13,20; 3.1; 4.16)
3. Autoria e data
3.1. Há uma diversidade de opiniões entre os eruditos acerca da autoria e data do Livro de Rute
3.2. Samuel é o autor mais provável
a. O Talmude, obra milenar de regulamentos e tradições judaicas, atribui a ele a autoria.
b. Se identifica como alguém que conhece bem a Jessé e Davi (Rt 4.17)
c. As características gerais da obra indicam uma atmosfera própria do início do período da monarquia de Israel
. Sendo assim, o livro teria sido escrito no século X a.C
II - O CONTEXTO HISTÓRICO
1. No tempo dos juízes
1.1. Não há uma data precisa para os fatos narrados em Rute
1.2. O que sabemos é que ocorreram três gerações antes de Davi, nos dias dos juízes (Rt 1.1; 4.21,22)
a. Esse período (dos juízes) durou mais três séculos
b. Começou depois da morte de Josué (por volta de 1375 a.C.)
c. Se estendeu até o início da monarquia de Israel, com a ascensão de Saul ao trono (1050 a.C.)
d. Foi marcado por heresias e infidelidade do povo hebreu (Jz 1.7-19)
e. Cada “cada qual fazia o que parecia direito aos seus olhos” (Jz 17.6)
. Sem uma sábia direção, o povo perece (Pv 11.14)
2. Secularismo, hedonismo e idolatria.
2.1. Depois da morte de Josué e dos demais líderes de seu tempo
a. Levantou-se uma geração que não tinha uma profunda comunhão com Deus e
b. Levantou-se uma geração que não conhecia o que Deus havia feito ao povo hebreu.
c. Israel cedeu ao estilo de vida pecaminoso dos cananeus
. Israel foi atraído à adoração dos seus deuses (Jz 2.7-13; 3.5-7)
. Secularismo e hedonismo sempre levam a grandes tragédias morais e espirituais.
. Começaram a cultuar a a Baal (o deus da chuva)
. Começaram a Astarote (a deusa do sexo e da guerra)
. Era um degradante nível de imoralidade e idolatria
2.2. A falta de uma liderança espiritualmente madura e temente a Deus causa grandes prejuízos
a. Com carisma e caráter (1Tm 3.2-13; 2Tm 2.15; Tt 2.7,8)
3. Opressão, clamor e livramento
3.1. A apostasia tornou Israel presa fácil de seus inimigos
a. Eram atacados por eles e vivam sob o domínio opressor deles ((Jz 3.7-9;12-14; 4.1-3; 6.1-6)
b. Afligida, a nação clamava a Deus, e o Senhor levantava juízes para libertar o seu povo.
. Esses juízes (heb. shophetim) não eram magistrados civis, como os que conhecemos hoje, que julgam em fóruns e tribunais.
c. Eram libertadores geralmente líderes militares, como Otniel, Baraque e Gideão (Jz 3.9-11; 4.10-15; 7.16-25)
. Eram usados por Deus para “julgar” a causa de Israel, livrando-o de seus opressores.
3.2. Apesar dos repetidos ciclos de infidelidade da nação, Deus ouvia o gemido do seu povo em seus momentos de dor e aflição (Jz 2.18)
a. O Senhor é longânimo e cheio de misericórdia (Sl 103.8; Jl 2.13; Rm 2.4; Lm 3.22)
b. Ele ouve os que a Ele clamam (Jr 29.12,13; Is 55.6)
III - PROPÓSITO E MENSAGEM
1. O cetro de Judá
1.1. Vários propósitos são atribuídos ao Livro de Rute
a. O principal é apresentar Davi como descendente de Judá
. Essa era a tribo real da qual viria o Messias, “o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi” (Ap 5.5; cf . Rt 4.18 -22)
1.2. Gênesis 49.10 diz: “O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos”
a. Embora Rúben fosse o primogênito de Jacó, seu ato de desonra fez com que perdesse a primogenitura – a posição de liderança (Gn 35.22; 49.4)
b. A promessa feita a Abraão seguia, agora, pela descendência de Judá
1.3. A ancestralidade de Davi o legitimava para o trono.
1.4. Sendo Samuel o autor do livro de Rute, o propósito de registrar a genealogia de Davi ganha ainda mais sentido, já que naquele tempo o rei de Israel era Saul, um benjamita (1Sm 9.1,2; 25.1)
2. Amor e redenção
2.1. A mensagem principal de Rute é o amor de Deus e seu plano de redenção da humanidade
2.2. Boaz e Rute são, respectivamente, representantes de judeus e gentios
a. Prenunciam a derrubada da parede de separação (Ef 2.11-16)
2.3. A redenção é vista, o livro, nos sentidos literal e tipológico
b. Boaz é o parente remidor que preservou a descendência de EIimeleque
c. Boaz é, também, um tipo de Cristo, nosso Redentor (Is 59.20; Lc 1.68; Ef 1.7; Tt 2.14)
3. Fidelidade e altruísmo
3.1. O livro de Rute abre uma janela que nos permite ver que nem tudo eram trevas nos dias dos juízes.
a. Havia um remanescente fiel, que temia a Deus (Jó 42.2)
3.2. Em um mundo de crescente iniquidade, o justo vive pela fé (Hc 2.4; cf. Mt 24.12,13)
3.3. Outra mensagem do livro é o valor do altruísmo em que predominava o egoísmo
a. Nos dias dos juízes, a maioria vivia segundo os seus próprios padrões e interesses (Jz 21.25)
b. Noemi e Rute destoaram dessa máxima individualista
c. Sogra e nora não pensavam em si mesmas
. O amor não é egoísta (1Co 13.5)
Conclusão: O livro de Rute nos ensina que, a despeito da incredulidade e dos pecados do homem, Deus sempre trabalha para cumprir os seus desígnios. Sem violar o princípio do livre-arbítrio humano, o Todo-poderoso conduz a história e executa seu plano eterno de redenção. O livro também nos mostra como a fidelidade de Deus se aplica às circunstâncias comuns da vida. Em tudo Ele é fiel (Is 64.4).
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