ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO NO IPIRANGA - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2025
Adolescentes: O AMOR NA VIDA CRISTÃ
COMENTARISTA: DANIELE SOARES
COMENTÁRIO: Profª Jaciara da Silva

LIÇÃO Nº 7 – O AMOR É DOADOR
Para refletir
“Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.” (1 Co 9.7 - NVI).
Cada um contribua de acordo com seu propósito - O verbo grego, que não ocorre em nenhum outro lugar do Novo Testamento, é usado em todo o seu significado ético como indicando, não um impulso passageiro nem um desejo vago, mas uma resolução deliberada. O apóstolo Paulo ensina que esse deveria ser o propósito do doador, não o resultado de uma emoção gasta, ou de uma promessa meio arrependida, mas formada com uma percepção clara e bem definida de todas as circunstâncias concomitantes e, portanto, nem “de má vontade, ”No que diz respeito à quantidade, nem com relutância, como ceder sob pressão.
Deus ama quem dá com alegria. - Como em 2 Coríntios 8.21, aqui temos um eco distinto do Livro de Provérbios (Pv 22.8,9) conforme está na versão grega. Nessa versão encontramos o seguinte: “Quem semeia a injustiça colhe a maldade; o castigo da sua arrogância será completo. Quem é generoso será abençoado, pois reparte o seu pão com o pobre.”
É óbvio que isso difere muito do hebraico, que é representado na versão em inglês, e é interessante mostrar que São Paulo usou a LXX e habitualmente a citou, e não do hebraico. Por ter ocorrido logo após a citação de Provérbios 3.4 em 2 Coríntios 8.21, parece sugerir que o apóstolo havia estudado recentemente esse livro e que sua mente estava cheia de seus ensinamentos. Como lei de ação, pode-se notar que o princípio tem um âmbito de aplicação muito mais amplo do que o da simples doação de esmolas, ou ajudar por manter tabela.
A alegria nas visitas de simpatia, nos ofícios diários de bondade, na vida doméstica, ao dar instruções ou conselhos - tudo está sob a liderança daquilo que Deus aprova e ama.
Sejamos canal de alegria não somente espiritual, mas também nas doações materiais (roupas, alimentos, valores, etc.) aos que precisam.
Texto Bíblico em estudo: Fp 4.14-20
Ofertar é um ato de adoração a Deus
Ainda que o comentarista da revista, levou para o lado dos dízimos e ofertas (o que a Bíblia nos ensina a necessidade de fazermos), mas quero levar o comentário à necessidade de atentarmos mais para a filantropia.
A caridade cristã é mais do que simples filantropia, pois envolve “olhar para os outros com os olhos do próprio Jesus” - e, ao mesmo tempo, “ver Jesus no rosto de seu próximo”.
Na verdade, não há nada de “simples” nisso. Hoje, a filantropia é comumente considerada como o ato de uma pessoa rica que repassa uma grande quantia de dinheiro para uma boa causa. Mas, nos últimos dois mil anos, ou mais, tem sido, de várias maneiras, uma questão de honra, uma obrigação religiosa, um mecanismo de controle político, um veículo para ativismo moral, uma expressão de um iluminado auto interesse, uma manifestação de bem público, de realização pessoal e de manipulação plutocrática.
Entre os gregos antigos, que cunharam a palavra como um composto de duas raízes – philos, que significava algo querido, e ánthropos, um ser humano – a filantropia era vista principalmente como um dispositivo para fortalecer as relações sociais. Os romanos viam isso em parte como um investimento político para comprar o favor do povo. Aqueles que doaram dinheiro – para templos, banheiros públicos, estradas ou aquedutos. Pensadores mais elevados, como Aristóteles, insistiam que seu propósito era melhorar o caráter moral do doador, embora ele sugerisse que também deveria levar em consideração as necessidades de quem o recebia.
O que mudou o modelo greco-romano foi a chegada do monoteísmo. O judaísmo constituiu uma democratização radical das culturas da antiguidade. Isso foi resumido no primeiro livro da Bíblia Hebraica, onde Adão e Eva, todo homem e toda mulher, são vistos como criados à imagem de Deus. Doar não era mais simplesmente sobre relações sociais, mas era um eco humano da generosidade de Deus para com a humanidade. Doar é imitar a Deus. Talvez não seja coincidência que, ao longo da história da filantropia, os judeus tenham sido doadores consistentemente generosos.
O cristianismo formou sua herança filantrópica a partir da fusão do pensamento dos gregos, romanos e judeus. Para os cristãos, doar tornou-se vinculado à ideia de que ajudar os necessitados era ajudar o próprio Cristo: “O que fazes a algum desses pequeninos, fazes a mim”. A Igreja primitiva comia junto em refeições compartilhadas e mantinha seus recursos em um fundo comum (At 2.44), enquanto esperavam pelo retorno de Cristo, que eles presumiam ser iminente. O contexto comunitário herdado do judaísmo foi intensificado.
Os cristãos são chamados a redescobrir, experimentar e anunciar a todos esta preciosa e primordial unidade - o auxilio com amor. O Senhor Jesus Cristo em seus ensinos sempre frisou a necessidade de amar ao próximo como a nós mesmos.
Conclusão
São muitas as maneiras pelas quais os cristãos podem ajudar aos mais pobres. A primeira delas é reconhecendo-os como irmão. Nesse sentido, a caridade pode ser exercida de forma individual, por meio de gesto recomendado pelo próprio Cristo nos evangelhos - o amor incondicional, como forma de exercitar o desapego, combater o egoísmo e cultivar a generosidade.
Também é possível colaborar materialmente ou por meio do trabalho voluntário com inúmeras iniciativas de caridade organizadas pela Igreja, por meio das suas inúmeras obras assistenciais, pastorais e projetos voltados para pessoas em situação de rua, famílias carentes, migrantes, refugiados e muitas outras pessoas em condição de vulnerabilidade social.
“A religião pura e sem mácula diante de Deus, nosso Pai, consiste nisto: visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações e guardar-se livre da corrupção do mundo” (Tg 1.27)
Fontes Consultadas:
BÍBLIA. Português. Bíblia Shedd. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada. 2ª Edição, São Paulo, Editora Vida Nova, 1997.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida. Rio de Janeiro, Editora CPAD, 2002. Editor geral Donald Stamps, Editor brasileiro Pr. Antonio Gilberto.
NOVO TESTAMENTO Interlinear grego-portugues. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2004. ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. São Paulo, Reimpressão em 1 volume, 2009. HORTON, Stanley M.. Teologia Sistemática. CPAD
ILÚMINA – A Bíblia do século XXI
Colaboração para o Portal Escola Dominical – Prof.ª Jaciara da Silva