Estudos Bíblicos

Princípios da Reforma Protestante

DOUGLAS ROBERTO DE ALMEIDA BAPTISTA*

 

Princípios da Reforma Protestante

Em 31 de outubro de 1517, na Alemanha, o frade Martinho Lutero fixou as famosas 95 teses que contestavam a tradição católica. A ousadia de Lutero deflagrou a Reforma Protestante.

A Reforma quebrou o monopólio mantido até então pelo catolicismo e estabeleceu os princípios teológicos do protestantismo resumidos em cinco “solas”. Hoje, lamentavelmente em muitas igrejas, estes princípios foram notadamente abandonados.

Por isso, torna-se urgente e necessário reafirmar nosso compromisso com as verdades centrais da reforma, tais como, as cinco “solas” que estão abaixo resumidas:

1. SOLA SCRIPTURA. Somente a Escritura é regra inerrante da vida da Igreja (Jo 5.39; 2Tm 3.16). Apesar desta afirmação, a Palavra é muitas vezes negligenciada. Muitos cultos são tomados por emocionalismo e o conteúdo doutrinário da mensagem sequer é supervisionado. E, deste modo, pela ausência do ensino das Escrituras, heresias invadiram as igrejas. Igualmente, o caráter cristão e a integridade moral foram substituídos pela cultura pós-moderna. Portanto, é preciso restaurar a autoridade, o espaço e a primazia das Escrituras em nossos cultos.

2. SOLO CHRISTUS. Somente Cristo pode salvar. A nossa salvação é realizada unicamente pela obra do Cristo da cruz. No entanto, em nossos dias, diversas heresias pretendem substituir o sacrifício de Cristo. A quebra de maldição e maldição hereditária, por exemplo, são alguns destes enganos. Em oposição aos falsos ensinos, a Bíblia diz que não há maldição para aquele que está em Cristo porque Ele recebeu a condenação de nossa maldição, tornando-nos justos para Deus (Gl 3.13; Rm 8.1).

3. SOLA GRATIA. A salvação é concedia pela graça e não depende de obra humana (Ef 2.8,9). É um favor imerecido. Porém, nossos arraiais estão tomados pelo evangelho da auto-confiança, da auto-estima, até o evangelho da saúde e da prosperidade. O evangelho foi transformado em produto vendável e os pecadores tornaram-se consumidores. Assim, é urgente reafirmar que os métodos, esforços e técnicas humanas por si só não podem produzir regeneração.

4. SOLA FIDE. Somos justificados por intermédio da fé (Rm 5.1). Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus (Fp 3.9). Contradizendo estas verdades bíblicas, em nosso tempo, surgiram diversos modismos disfarçados de Evangelho. Atos considerados proféticos e artigos ungidos para materializar a fé invalidam a cruz de Cristo e reduzem a fé cristã em mentalização e pensamento positivo. Portanto, reafirmamos que a justificação se baseia exclusivamente na fé da obra de Cristo.

5. SOLI DEO GLÓRIA. A glória pertence unicamente a Deus. O Senhor não divide sua glória com ninguém (Is 42.8). Adoração a Deus, seu louvor e sua glória deve ser o centro do culto. No entanto, a perda da centralidade de Deus na vida da igreja de hoje é comum. Diversos líderes, pregadores e cantores correm atrás de fama. Desejam ser aplaudidos e reconhecidos, e para tanto ocupam os púlpitos das igrejas e tomam para si a glória que pertence a Deus. Assim, restaurar a glória de Deus tornou-se imprescindível.

Diante destas constatações, a conclusão obviamente indica que, a igreja desmorona quando se perde a autoridade da Bíblia. Quando as Escrituras são negligenciadas, então Cristo é deixado de lado, a Graça é substituída por esforço humano, a Fé é pervertida e desvirtuada e a glória que pertencia a Deus é transferida para o homem. Como não poderia ser diferente, encerro esta postagem conclamando o povo de Deus para o urgente retorno aos princípios da Reforma: Somente a Escritura, Somente Cristo, Somente a Graça, Somente a Fé e Somente a Deus seja a glória!

Fonte:http://www.cpadnews.com.br/blog/douglasbaptista/o-cristao-e-o-mundo/110/principios-da-reforma-protestante.html Acesso em 08 jun. 2017.

*Pastor, líder da Assembleia de Deus de Missão do Distrito Federal, doutor em Teologia Sistemática, mestre em Teologia do Novo Testamento, pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Bibliologia, e licenciado em Educação Religiosa e Filosofia; presidente da Sociedade Brasileira de Teologia Cristã Evangélica, do Conselho de Educação e Cultura da CGADB e da Ordem dos Capelães Evangélicos do Brasil; e segundo-vice-presidente da Convenção dos Ministros Evangélicos das ADs de Brasília e Goiás, além de diretor geral do Instituto Brasileiro de Teologia e Ciências Humanas. Foi o relator da Comissão Especial que elaborou a Declaração de Fé da CGADB.

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