Lição 13 - As orações dos santos no altar de ouro IV

Imprimir

ASSEMBLEIA DE DEUS - MÁRIO LIRA I - NATAL/RN

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2018

Adultos - ADORAÇÃO, SANTIDADE E SERVIÇO: Os princípios de Deus para a Sua Igreja em Levítico

COMENTARISTA: CLAUDIONOR CORREA DE ANDRADE

COMENTÁRIO: DC. ANTONIO VITOR LIMA BORBA

LIÇÃO Nº 13 – AS ORAÇÕES DOS SANTOS NO ALTAR DE OURO

O único modo do cristão falar com o seu Criador e Pai é através das suas orações.

Quando lemos o Antigo Testamento, vemos que as intercessões eram realizadas, simbologicamente, através do incenso que era ofertado no altar do incenso diariamente.

Hoje, não necessitamos mais de intermediário humanos em nossas intercessões, pois através da morte de Cristo foi-nos garantido livre acesso até o Pai, por intermédio de nossousto e Fiel advogado, Jesus Cristo.

Nesta lição abordaremos um pouco a cerca do processo de oferta do incenso no altar, de como ele fazia parte no sacrifício anual de expiação, e de sua aplicação para os nosso dias, que é através de nossas orações. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.

O Lugar Santíssimo

O Tabernáculo móvel construído no deserto por instruções de Deus dadas a Moisés era composto de dois compartimentos internos – Lugar Santos e Lugar Santíssimo (ou Santo dos santos – que eram destinados aos utensílios específicos, de trato particular, ou ministração mais reservada, que somente tinham acesso a eles os sacerdotes, no caso do Lugar Santo, e o Sumo Sacerdote no Lugar Santíssimo. Encontramos como utensílios elementos de simbologia distinta, mas que representavam em si o conjunto da obra redentora de Cristo, onde, como sombra das coisas que estavam por acontecer, apontavam para uma só pessoa, que faria o maior ato de amor já mencionado em toda história.

Tratando especificamente do Lugar Santíssimo – dentro do contexto abordado pela lição – encontramos assim os seus elementos e simbolismo particular, que nos aponta para a completude da obra iniciada na cruz do calvário.

O Lugar Santíssimo ou Santo dos santos, era um “Compartimento interno e reservadíssimo do Tabernáculo e, posteriormente, do Santo Templo, onde o sumo sacerdote, uma vez por ano, intercedia por Israel, fazendo por este a expiação segundo o rito levítico: aspergir o sangue do primeiro bode neste santuário como símbolo da expiação que, um dia, Cristo faria por toda a humanidade (Lv 16.1-6)” (ANDRADE 1996, p.257). Nele encontrava-se a arca da aliança, símbolo da justiça e presença de Deus no meio do seu povo, e somente o Sumo Sacerdote, uma vez por ano, poderia ter acesso a sua presença. Também cabe ressaltar aqui mais um elemento, que embora não ficasse dentro do Lugar Santíssimo, era tido como mobília desse compartimento. O Altar do incenso, ficava no limiar entra o Santo e o Santíssimo, próximo ao véu que os separava (Êx 30.6), e trazia como simbolismo a intercessão de Cristo na glória. No altar, somente poderia ser oferecido um incenso de particular preparação, e não poderia ser de utilização particular (Êx 30.37-38), que era composto pelas “...seguintes essências: bálsamo (estoraque), ônica, gálbano e incenso puro – todos em quantidades iguais...” - NVI (grifo nosso); que deveria ser preparado por um perfumista.

A fórmula do incenso devia ser preparada por um perfumista perito. A mistura seria indicada para uso restrito e solene no altar do incenso, no Lugar Santo, porém essas fragrâncias eram apreciadas entre os povos antigos, particularmente em funerais. (VIDA 2005, apud Bíblia de Estudo Arqueológica NVI, p. 140)

Este incenso era queimado a cada manhã, quando Arão viesse organizar as lâmpadas do Lugar Santo, e a tarde, quando fosse acendê-las (Êx 30.7-8). Nele nada poderia ser oferecido, além do incenso acima descrito (Êx 30.9). A queima de incenso simbolizava a continua adoração e orações do povo de Deus. O altar do incenso podia ser profanado, o que indica que a oração que não visasse à glória de Deus, nem saísse de um coração dedicado à santidade era, e ainda é, inaceitável ao Senhor. (STAMPS 1995, p. 167)

O modo ritualístico de oferecimento deste incenso no Lugar Santíssimo era realizado do seguinte modo:

Pimeiro – Logo após o sacerdote tomar o banho cerimonial com água e vestir as vestes sagradas, ele oferecia um novilho pelos seus próprios pecados (Lv 16.11);

Segundo – Depois pegara o incensário e o encheria de brasas de fogo tiradas do Altar de Bronze, e com suas mãos pegava o incenso aromático (descrito acima para uso no Altar do incenso) e o ofereceria dentro do véu, de modo a cobrir o propiciatório, para que o mesmo não viesse a morrer, e após isso ele tomava o sangue do novilho e o espargia (salpicava) sete vezes sobre a parte da frente da tampa do propiciatório (Lv 16.12-14);

Terceiro – Logo após ele degolava o bode da oferta pela expiação, e levava o seu sangue para dentro do véu, o espargindo sobre a tampa do propiciatório e à frente dela (Lv 16.15);

Quarto – Logo após feita a expiação através do sangue, Arão colocava as mãos sobre a cabeça do bode vivo e confessava todo o pecado do povo, e o mandava para o deserto pelas mãos de alguém designado para tal (Lv 16.21).

Finalizo aqui com as palavras de Henry sobre a simbologia do Altar do incenso e seu rito no AT: O altar de cobre, no pátio, era um tipo da morte de Cristo na terra. O Altar de ouro, no santuário, era um tipo da intercessão de Cristo no céu, através da sua expiação. Este altar estava diante do propiciatório. Pois Cristo está sempre na presença de Deus Pai, intercedendo por nós; Ele é o nosso Advogado para com o Pai (1 Jo 2.1), e a sua intercessão é, para Deus, um cheiro agradável.(HENRY 2008, p. 323)

As Orações dos Santos

Hoje em dia não necessitamos mais do rito da oferta de incenso como era feito no AT pelos sacerdotes. Através da morte de Cristo, e da ruptura do véu que separava-nos, esta oferta é feita diretamente através de nossas orações. Oração nada mais é que uma “Prece dirigida pelo homem ao seu Criador com o objetivo de:

1) Adorá-lo como o Criador e Senhor de tudo quanto existe;

2) Pedir-lhe perdão pelas faltas cometidas;

3) Agradecer-lhe pelos favores imerecidos;

4) Buscar proteção e uma comunhão mais íntima com Ele; 5) Colocar-se à disposição de seu Reino.” (ANDRADE 1996, p. 285)

Exatamente como o incenso oferecido no altar do incenso deveria ser puro, nossas orações devem ser como incenso puro e agradável ao Senhor (Sl 141.2). Não existe a fórmula perfeita para a oração, apenas ela deve ser realizada com o coração, sendo empregada a fé, e sempre acompanhada de adoração a Deus por tudo o que Ele fez em nossas vidas.

A oração é o elo de ligação que carecemos para recebermos as bênção de Deus, o seu poder e o cumprimento das suas promessas. (STAMPS 1995, p. 555)

Não precisamos de um motivo específico para orar. Na Bíblia, encontramos que o direcionamento para que oremos vem “dos salmistas (1 Cr 16.11; Sl 105.4), dos profetas (Is 55.6; Am 5.4,6), dos apóstolos (Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1 Ts 5.17) e do próprio Senhor Jesus (Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24)” (STAMPS 1995, p. 555).

Não podemos ter comunhão com Deus se não conversamos com Ele através de nossas orações e não ouvimos Ele falar conosco através de Sua Palavra. Carecemos desta comunhão para que possamos estar vivos neste mundo difícil.

A oração é uma comunicação multifacetada entre os crentes e o Senhor (STAMPS 1995, p. 555)

Não podemos abdicar deste privilégio que Cristo nos concedeu através do Seu sacrifício na cruz do calvário. Hoje nos podemos nos ajoelhar, e sem intermediários humanos, falar diretamente com o nosso Pai que está nos céus (Mt 6.9), e através da intercessão de Cristo como nosso advogado Fiel e Justo junto ao Pai, Ele nos ouvirá e responderá os nossos anseios.

Porque Cristo se compadece das nossas fraquezas, podemos chegar com confiança ao trono celestial, sabendo que nossas orações e petições são bem acolhidas e ouvidas por nosso Pai celestial […] Uma das maiores bençãos da salvação é que Cristo, agora, é nosso sumo sacerdote, conduzindo-nos até a sua presença pessoal, de modo que sempre podemos buscar a ajuda de que carecemos. (STAMPS 1995, p. 1905)

Esperando Jesus voltar hoje!

Referências:

- STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995;

- HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento, Gênesis a Deuteronômio,Edição Completa. CPAD, 2008;

- Bíblia de Estudo Arqueológica NVI. Editora Vida, 2005.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - DC. ANTONIO VITOR LIMA BORBA