Lição 3 - Os ministros do culto levítico V

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SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2018

Adultos - ADORAÇÃO, SANTIDADE E SERVIÇO: Os princípios de Deus para a Sua Igreja em Levítico

COMENTARISTA: CLAUDIONOR CORREA DE ANDRADE

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

LIÇÃO Nº 3 – OS MINISTROS DO CULTO LEVÍTICO

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INTRODUÇÃO

Nesta presente lição veremos que Deus escolheu a tribo de Levi, para exercer o serviço sagrado na Antiga Aliança; destacaremos também, fatos importantes relacionados a consagração de Arão e seus filhos, para o ofício do culto levítico, e por fim, descreveremos suas principais funções como ministros de Deus e a devida aplicação para a vida cristã.

I – A NOMEAÇÃO DA TRIBO DE LEVI PARA O MINISTÉRIO DO CULTO LEVÍTICO

De acordo com Houaiss (2001, p. 1928) ministros são: “aqueles que executam os desígnios de outrem; aqueles que, na religião exercem um ofício, uma função, como administrar os sacramentos”. Os filhos de Levi antes de serem santificados para o ministério levítico eram uma tribo secular; mas, foram separados pelo Senhor para exercer as funções no Tabernáculo (Nm 1.50,51,53; 18.2-4,6; 1 Cr 15.2). Vejamos quais foram as funções que o Senhor delegou:

1.1 Levitas. Por haverem sido resgatados da morte na noite da Páscoa, os primogênitos das famílias hebraicas pertenciam a Deus (Êx 13.1,2), mas os levitas, por seu zelo espiritual, foram escolhidos divinamente como substitutos dos filhos mais velhos de cada família (Nm 8.17-19; ver 3.5-13). Deus separou para isto os três filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari (Nm 26.57).

1.2 Sacerdotes. A palavra sacerdote que no hebraico é “kohen”, e de acordo com Champlin (2004, p.13), esse termo em português, vem do latim “sacer”, e que quer dizer: “sagrado, consagrado”, e se refere ao ministro divinamente designado na Antiga Aliança, cuja função principal era representar o homem diante de Deus (Êx 28.38; 30.8). Antes do êxodo, o chefe de cada família ou o primogênito, desempenhava o papel de sacerdote familiar; mas, os ritos do tabernáculo e a exigência de observá-los com exatidão tornaram necessária a instituição de um sacerdócio dedicado ao culto divino. Para esta importante função, Deus escolheu Arão e seus filhos (Êx 28.1). A vocação sacerdotal era hereditária, de modo que os sacerdotes podiam transmitir a seus filhos as leis detalhadas relacionadas com o culto e com as numerosas regras às quais os sacerdotes viviam sujeitos a fim de manterem a pureza legal que lhes permitisse aproximar-se de Deus (Nm 18.2,7,8).

1.3 Sumo sacerdote. O primeiro sumo sacerdote escolhido por Deus em favor de Israel foi Arão (Hb 5.1-4). Ele era o filho mais velho do levita Anrão e de Joquebede (Êx 6.20; Nm 26.59), e irmão de Moisés e Miriã, sendo três anos mais velho que o Legislador (Êx 7.7). Sua esposa era chamada Eliseba (Êx 6.23). Com ela Arão teve quatro filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar (1 Cr 24.1). O sumo sacerdote era o principal entre os sacerdotes. Em hebraico ele é chamado de “kohen gadol”, que quer dizer: “grande sacerdote”. Somente ele entrava uma vez por ano no Lugar Santíssimo para expiar os pecados da nação israelita, no Dia da Expiação (Êx 30.10; Lv 16.34).

II – A CERIMÔNIA DE CONSAGRAÇÃO SACERDOTAL

Três coisas importantes ocorreram nesta consagração: sacrifícios de animais, purificação e unção dos sacerdotes, como veremos a seguir: 2.1 Os animais que foram sacrificados (Lv 8.2). Três animais foram sacrificados durante a cerimônia de consagração:

 O novilho. Arão e seus filhos colocaram as mãos sobre a cabeça do novilho que foi degolado à porta da tenda, como oferta pelo pecado (Lv 8.14-17; cf. Êx 29.10-14). Esse sacrifício purificava o sacerdote no caso de haver cometido algum pecado involuntário que poderia desqualificá-lo para representar o povo diante de Deus (Lv 4.3-12). A imposição de mãos apontava para a transferência dos pecados do sacerdote para o novilho (Lv 4.4,15,24,29,33; 16.21,22). Este ato e oferta já apontavam para o sacrifício substitutivo de Cristo (Is 53.5; Jo 1.29; Gl 3.13; Hb 13.11-13).

 O primeiro carneiro. Esta oferta simbolizava consagração total ao Senhor, e não um sacrifício pelo pecado (Lv 8.18-21; cf. Êx 29.15-18). Arão e seus filhos impuseram as mãos sobre a cabeça do carneiro, não para transferência de pecado, pois já foi realizada na ocasião da morte do novilho (Êx 29.10-14), e sim, para oferecerem a si mesmo, como oferta agradável ao Senhor (Lv 8.21). Depois que o animal foi degolado, seu sangue foi espalhado sobre o altar, então ele foi partido e suas entranhas e suas pernas lavadas (Êx 29.16,17; Lv 8.21). Esta lavagem apontava para a pureza daquele que estava sendo representado, ou seja, Arão e seus filhos.

 O segundo carneiro. Era chamado de “carneiro da consagração” (Lv 8.22; cf. Êx 29.22). Neste sacrifício, também teve imposição de mãos sobre o carneiro (Êx 29.19). Depois que o carneiro foi degolado, o sangue foi colocado: (a) sobre a ponta da orelha direita de Arão e seus filhos, simbolizando que o sacerdote era alguém que deveria estar preparado para ouvir tudo que o Senhor ordenasse, a fim de cumprir suas ordens; (b) sobre o dedo polegar da mão direita. Tendo em vista que as mãos são instrumentos de ação, simbolizava que o sacerdote deveria estar pronto a realizar tudo que Deus lhe ordenasse; e, (c) sobre o dedo polegar do pé direito, mostrando que o sacerdote deveria andar pelos caminhos que o Senhor lhe ordenasse. O resto do sangue era espalhado sobre o altar (Êx 29.19-23).

2.2 Arão e seus filhos foram lavados com água (Lv 8.6). Esta lavagem cerimonial dos sacerdotes com água simbolizava a pureza que devia caracterizar o serviço sacerdotal, bem como a Palavra de Deus, como fonte de purificação (Sl 119.9,11; Jo 13.10; 17.17). Como Deus é santo (Lv 11.44,45; 19.2; 20.7; Is 48.17; 1 Pe 1.16), os sacerdotes deveriam estar limpos tanto no ato da consagração como no exercício do seu ofício (Êx 30.19-21). Caso contrário, eles estariam impuros para cumprir suas obrigações diante do Senhor. Semelhantemente, todos nós, como reino sacerdotal e nação santa (1 Pe 2.9), necessitamos estar limpos, para nos achegar a Deus (Jo 15.3; 2 Co 7.1; Ef 5.26). O escritor aos hebreus diz: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hb 10.22).

2.3 Arão e seus filhos ungidos por Moisés (Lv 8.12,30). No AT, reis e sacerdotes recebiam a unção com óleo antes de exercerem suas respectivas funções (Êx 28.41; Nm 35.25; 1 Sm 10.1; 12.3,5; 2 Sm 1.14,16; 1 Rs 1.39,46; 19.16). A unção de um sacerdote lhe conferia um ofício vitalício (Lv 7.3; 4.3; 8.12-30; 10.7). Além dos sacerdotes, o tabernáculo e seus utensílios também foram ungidos (Êx 30.26-29; 40.9; Lv 8.10). O azeite simboliza o Espírito Santo; pois, ninguém pode realizar um serviço espiritual para Deus, sem a unção do Espírito. O próprio Jesus foi ungido pelo Espírito (Is 60.1-3; Lc 4.18,19; Hb 1.9).

III – ATIVIDADES DOS MINISTROS DO CULTO LEVÍTICO E SUA APLICAÇÃO NA VIDA CRISTÃ

Mais de um terço das referências feitas aos sacerdotes do AT são encontradas no Pentateuco. Com aproximadamente 185 referências, o livro de Levítico pode, de forma muito acertada, ser chamado de manual dos sacerdotes (WYCLIFFE, 2010, p. 1714 – grifo nosso). Vejamos algumas das principais atividades dos ministros da Antiga Aliança:

3.1 Levitas. No sentido mais estrito, o termo levitas designa todos os descendentes de Levi que ocuparam oficios subordinados ao sacerdócio, a fim de distingui-los dos descendentes de Arão, que eram os sacerdotes (Êx 6.25; Lv 25.32; Js 21.3,41.); assim, destacamos que todos os sacerdotes eram levitas; mas nem todos os levitas eram sacerdotes (Nm 8.24-26) (CHAMPLIN, 2004, p. 793). Todavia, em um outro sentido, o termo levitas aponta para aquele segmento da tribo de Levi, que foi separado para o serviço do santuário, e que atuava subordinado aos sacerdotes (Nm 8.6; Ed 2.70; Jo 1.19). Os levitas eram portanto, ajudantes no ministério sacerdotal (Nm 3.5-9). Suas obrigações eram as mais variadas, algumas até manuais, como de limpeza, arranjo e arrumação no templo (Nm 4.1-19). Semelhantemente, o cristão como membro do corpo de Cristo, tem a sua devida utilidade, desenvolvendo os mais variados trabalhos na obra do Senhor (1Co 12.14-18), e ainda, que da mesma forma que Israel sendo chamado por Deus de reino sacerdotal (Êx 19.6); mas, dentre os hebreus separou uma tribo para exercer o sacerdócio, a Igreja também é chamada de sacerdócio real (1Pd 2.9), e que dentre os crentes o Senhor separou uns para a obra do ministério (Ef 4.11,12).

3.2 Sacerdotes. Os sacerdotes deviam queimar incenso, cuidar do castiçal e da mesa dos pães da proposição, oferecer sacrifícios no altar e abençoar o povo (Nm 5.5-31); bem como ensinavam a Lei de Deus (Lv 10.11; Ne 8.7,8; Ez 44.23).Eles ministravam sobretudo, como mediadores entre o povo e Deus (Êx 12.12,29,30), fazendo expiação pelos seus próprios pecados e pelo pecado da nação (Êx 29.33; Hb 9.7,8). Essas muitas atribuições apontavam para a pessoa e obra de Cristo (Hb 2.17,18; 4.14-16; 5.1-4; 7.11), como também, por meio dele, todo crente é constituído sacerdote para o serviço de Deus (1Pd 2.9; Ap 1.6; 5.10; 20.6). Esse sacerdócio de todos os crentes abrange o seguinte: (a) todos os crentes têm acesso direto a Deus, através de Cristo (Jo 14.6; At 4.12; Ef 2.18); (b) todos os crentes têm a obrigação de viver uma vida santa (1Pe 1.14-17; 2.5,9); (c) todos os crentes devem oferecer “sacrifícios espirituais” a Deus (Cl 3.16; Hb 13.15; 1 Pe 2.5); (d) todos os crentes devem interceder e orar uns pelos outros (Cl 4.12; 1 Tm 2.1; Ap 8.3); e, (e) todos os crentes devem proclamar a Palavra e orar pelo bom andamento dela (At 4.31; 1 Co 14.26; 2 Ts 3.1).

3.2 Sumo sacerdote. O sumo sacerdote estava encarregado de certos deveres especiais, que só ele podia cumprir, como oficiar no dia da expiação, entrando no Santo dos Santos com esse propósito uma vez no ano: “[…] só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo” (Hb 9.7). Também estava obrigado a observar regras, acima dos israelitas comuns (Lv 22.8); como também, oferecia sacrifícios pelos pecados de ignorância do povo (Lv 22.12-16). No NT todos os crentes, têm acesso ao trono celeste por meio de seu Sumo Sacerdote, Jesus Cristo (Hb 8.1). Visto haver acesso pessoal a Deus, por meio de Cristo, não há necessidade da intermediação de nenhuma casta sacerdotal (Hb 10.19-22).

CONCLUSÃO

O Senhor nomeou Arão e seus descendentes para exercerem o sacerdócio, o que na verdade é uma figura do eterno e perfeito sacerdócio de Cristo, o qual através do seu sacrifício nos abriu o caminho de acesso a Deus tornando cada salvo um sacerdote.

REFERÊNCIAS

 CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

 HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.

 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

 WYCLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL (FORNECIMENTO DO MATERIAL) - PROF. PAULO AVELINO