Adultos

Lição 9 - Contrastes na adoração da antiga e nova aliança V

SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2018

Adultos - A supremacia de Cristo - Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus

COMENTARISTA: JOSÉ GONÇALVES

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

LIÇÃO Nº 9 – CONTRASTES NA ADORAÇÃO DA ANTIGA E NOVA ALIANÇA

[yt_youtube url="https://www.youtube.com/watch?v=_u72h0OAJw8" width="600" height="400" responsive="yes" autoplay="no" ]

INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos que o santuário da antiga aliança é inferior ao da nova aliança pontuando seus contrastes; e por fim, concluiremos falando sobre os utensílios do Tabernáculo terreno e seus significados simbólicos para a Igreja.

I – A INFERIORIDADE DO SANTUÁRIO DA ANTIGA ALIANÇA

Hebreus 9 apresenta um contraste detalhado entre o santuário da antiga aliança (o tabernáculo terreno) e o santuário celestial da nova aliança onde Jesus Cristo está ministrando (o tabernáculo celestial). Esse contraste deixa claro que o santuário da nova aliança é superior. O que, então, tornava o tabernáculo terreno inferior? Essa pergunta tem cinco respostas. Notemos:

1.1 Era um santuário “terreno” (Hb 9.1). Isso significa que era feito por homens (Êx 25.9,40; Hb 9.11) e erguido por homens (Hb 8.2). Apesar de a glória de Deus ter enchido o santuário, ele continuava sendo um edifício terreno, feito por seres humanos com materiais terrenos. Uma vez que era um edifício da terra, possuía várias deficiências. Em primeiro lugar, precisava de manutenção; também era geograficamente limitado: se o tabernáculo era erguido em um lugar, não poderia estar, ao mesmo tempo, em outro; precisava ser desmontado, e suas partes precisavam ser carregadas de um local para outro (Nm 4.1-16). Além disso, pertencia à nação de Israel, não ao mundo inteiro (WIERSBE, 2010, p. 399).

1.2 Era um “tipo” de algo maior (Hb 9.2-5). O tabernáculo terreno era “as figuras das coisas que se acham nos céus” (Hb 9.23 ver Êx 25.40). Os sacerdotes terrenos haviam sido agraciados de serem ministros do santuário terrestre, originalmente erigido no deserto, mas a honra de ser ministro do santuário celestial, no Reino eterno de Deus, somente foi conferida a nosso Senhor Jesus Cristo (Hb 8.1,2). O terrestre não era o verdadeiro Tabernáculo que estava nos céus, cujo arquiteto foi Deus, e não o homem. Nele, somente Jesus teve o privilégio de entrar e nele ministrar (SILVA, 2013, p. 140).

1.3 Era “inacessível” para o povo (Hb 9.6,7). Somente os sacerdotes e levitas poderiam adentrar os recintos do tabernáculo; o povo não tinha acesso a esse local (Lc 1.10). Além disso, apesar de os sacerdotes ministrarem no Lugar Santo diariamente, somente o sumo sacerdote poderia entrar no Santo dos Santos uma vez por ano (Lv 16.34; 9.7; Hb 10.1). Quando o fazia, tinha de oferecer um sacrifício pelos próprios pecados (Lv 9.7,8; Hb 5.3; 7.27,28) e outro pelos do povo (Lv 16.32-34). O tabernáculo celestial, pelo contrário, está sempre aberto a todo o povo de Deus. (Hb 10.19-25) (WIERSBE, 2010, p. 401).

1.4 Era “temporário” (Hb 9.8). A existência do pátio exterior “primeiro tabernáculo” (Hb 9.6) era prova de que a obra alvadora de Deus em favor dos homens ainda não havia sido completada (Hb 9.8). O pátio exterior separava o povo do Santo dos Santos. Enquanto os sacerdotes ministravam no Lugar Santo, não havia um caminho aberto para a presença de Deus (Êx 26.33; 27.21). Mas quando Jesus morreu na cruz, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo (Mt 27.50,51; Hb 10.19-22), dando acesso ao Santo dos Santos. O Lugar Santo e o Santo dos Santos tornaram-se desnecessários, pois, desde então, todo pecador que crê pode entrar na presença de Deus (Hb 10.20).

1.5 Seu ministério era “exterior”, não interior (Hb 9.9,10). Os sacrifícios oferecidos e o sangue aspergido sobre o propiciatório não tinham poder algum de mudar o coração e a consciência do adorador (Hb 9.9; 10.4). Todas as cerimônias relacionadas ao tabernáculo diziam respeito à pureza cerimonial, não à pureza moral. Eram “ordenanças da carne” que se referiam ao homem exterior, mas que não podiam mudar o ser interior.

II - A SUPERIORIDADE DO SANTUÁRIO DA NOVA ALIANÇA

As cinco deficiências do santuário da antiga aliança são confrontadas com as cinco vantagens do santuário da nova aliança (Ap 21.3). Este último é superior em todos os sentidos. Notemos cada uma delas:

2.1 É “celestial” (Hb 9.11). O autor enfatizou esse fato anteriormente, pois desejava que seus leitores concentrem-se nas coisas do céu, não nas coisas da Terra. O tabernáculo da antiga aliança era feito por mãos humanas (Êx 35.30-35), já o santuário da nova aliança “não era feito por mãos, isto é, não desta criação” (Hb 9.11) indica que o tabernáculo de Moisés foi feito com materiais pertencentes a esta criação, enquanto o tabernáculo celestial não precisa de tais materiais (Hb 8.2; 9.24). Uma vez que o tabernáculo celestial não pertence a esta criação, não sofre a ação erosiva do tempo. O tabernáculo foi modelado segundo o santuário no céu (Hb 8.5), mas hoje não precisamos mais do modelo pois temos a realidade eterna (WIERSBE, 2010, p. 401).

0

2.2 Seu ministério é “eficaz” para tratar do pecado (Hb 9.12-15). O sangue de Jesus Cristo é muitíssimo superior ao sangue dos sacrifícios de animais (Hb 10.11,12). O sumo sacerdote levava o sangue de um animal para o Santo dos Santos, mas Jesus Cristo apresentou a “si mesmo na presença de Deus como sacrifício completo e definitivo pelos pecados” (Hb 9.15). Os sacrifícios de animais precisavam ser repetidos, mas Jesus Cristo ofereceu a si mesmo uma só vez (Hb 7.26,27). Por fim, os sacrifícios de animais não poderiam jamais pagar, pois, seu sangue apenas “cobriria” o pecado até que o sangue de Cristo “tirasse o pecado do mundo” (Jo 1.29). Temos a “eterna redenção” que não depende de méritos pessoais nem de boas obras; foi obtida de uma vez por todas pela obra consumada de Jesus Cristo (Hb 8.6). Os rituais da antiga aliança não tinham o poder demudar o coração das pessoas, pois a ênfase era sobre a purificação cerimonial exterior (Hb 9.13,14). Uma vez que Cristo é “semmácula”, pôde oferecer o sacrifício perfeito (Hb 10.10,14,18).

2.3 Seu ministério é baseado em um sacrifício mais “precioso” (Hb 9.16-23). Quando uma pessoa escreve um testamento, esse documento só começa a vigorar quando ela morre. Foi necessário que Jesus Cristo morresse a fim de que os termos da nova aliança entrassem em vigor (Lc 22.20). Tanto o livro da Lei quanto o povo e o tabernáculo com seus utensílios foram aspergidos com sangue (Êx 24.3-8; Lv 16.12-19; Nm 31.21-24). O tabernáculo (terreno) da antiga aliança e seus utensílios que eram como “figuras” eram purificados pela aspersão de sangue; o sangue de Jesus Cristo também purificou as “coisas celestiais” (Cl 1.20; Hb 9.23; Hb 10.19-22). A antiga aliança foi firmada com sangue, como também o foi a nova aliança. As figuras (tipos) eram purificadas pelo sangue de animais, mas o santuário “original” foi purificado pelo sangue do Filho de Deus, um sacrifício muito mais precioso (WIERSBE, 2010, p. 403).

2.4 Seu ministério é “definitivo e completo” (Hb 9.25-28). É impossível haver algo incompleto ou temporário no ministério de nosso Senhor no céu. O autor ressalta, mais uma vez, o contraste óbvio entre o ministério da antiga aliança e o ministério da nova aliança. Convém observar o uso de três termos correlatos em Hebreus 9.24-28 que apresentam um resumo da obra de Cristo: “Ele se manifestou para aniquilar o pecado ao morrer na cruz” (Hb 9.26). Agora, comparece “por nós no céu” (Hb 9.24). Um dia, aparecerá para “levar os cristãos para seu lar” (Hb 9.28). O santuário do cristão está no céu; seu Pai está no céu e seu Salvador está no céu; sua cidadania está no céu (Fp 3.20) e seus tesouros devem estar no céu (Mt 6.19).

III - OS UTENSÍLIOS DO TABERNÁCULO E SEUS SIGNIFICADOS PARA A IGREJA

A verdade mais importante é que tudo isso era apenas simbolismo, não realidade espiritual, motivo pelo qual o tabernáculo da antiga aliança era inferior. Vejamos então alguns utensílios:

3.1 O candelabro (Hb 9.2a). No Lugar Santo ficava o candelabro de ouro com sete hastes (Êx 25.31-40; 27.20,21; 37.17-24).Uma vez que não havia janelas no tabernáculo, o candelabro supria a luz necessária para o ministério dos sacerdotes no Lugar Santo. A nação de Israel deveria ser uma luz para as nações (Is 42.6; 49.6). Jesus Cristo é a “luz do mundo” (Jo 8.12), e os cristãos devem resplandecer como luz no mundo (Fp 2.14, 15).

3.2 Os doze pães (Hb 9.2b). No Lugar Santo também havia uma mesa sobre a qual eram colocados doze pães. Era chamada de mesa da proposição (Êx 25.23,30; 37.10-16; Lv 24.5-9). A cada sábado, o sacerdote colocava pães frescos no lugar dos pães da semana anterior, e estes últimos eram usados como alimento. Eram chamados de “pães da proposição”. Somente os sacerdotes poderiam comer desse pão e deveriam ingeri-lo dentro do santuário. Os pães lembravam às doze tribos de Israel a presença de Deus que os sustentava. Nos dias de hoje, eles nos trazem à memória Jesus Cristo, o “Pão da vida” dado ao mundo todo (Jo 6).O “moer do trigo” simboliza os sofrimentos de Cristo até a morte (Is 53.5) (WIERSBE, 2010, p. 400).

3.3 O Santo dos Santos (Hb 9.3). Continha somente a arca da aliança, que media 1 metro e 65 centímetros de comprimento, 1 metro de largura e 1 metro de altura. No alto dessa arca, ficava o belo “propiciatório” feito de ouro com um querubim em cada extremidade. Esse era o trono de Deus no tabernáculo (Êx 25.10-22; SI 80.1; 99.1). No Dia da Expiação, aspergia-se sangue de um sacrifício sobre esse propiciatório a fim de cobrir as tábuas da Lei que ficavam dentro da arca. Deus não olhava para a Lei quebrada; olhava para o sangue. Cristo é nossa “propiciação” (1Jo 2.2; Rm 3.25). Mas, em vez de cobrir o pecado, seu sangue o remove (WIERSBE, 2010, p. 400).

3.4 O altar de ouro (Hb 9.4a). Ficava no Lugar Santo, diante do véu que dividia as duas partes do tabernáculo, e era usado para queimar incenso (Êx 30.1-10; 37.25-29; 30.34,35). Existiam dois altares: um de cobre (Êx 27.1,2) e o outro de ouro (Êx 30.1-3), sendo este último chamado de “o altar do incenso”. Na observação anual do Dia da Expiação, o sumo sacerdote usava brasas desse altar para queimar incenso diante do propiciatório que ficava atrás do véu (Lv 16.12-14). Moisés relaciona o altar de ouro com a arca da aliança (Êx 40.5 ver 1Rs 6.22). No começo e no final de cada dia, um sacerdote queimava incenso nesse altar (Êx 30.7,8). Davi sugere que era um retrato da oração subindo a Deus (Sl 141.2). Pode ser uma forma de lembrar que Jesus Cristo intercede por nós (Rm 8.33,34) (WIERSBE, 2010, p. 400).

3.5 A Arca (Hb 9.4b). A Arca era feita de madeira de cetim revestida de ouro por dentro e por fora. Ela tipificava a Cristo e suas duas naturezas: “a divina e a humana”. Sua tampa era chamada de “propiciatório”, que era uma figura de Cristo crucificado, o ponto de encontro entre Deus e o homem. Em suas extremidades havia figuras de querubins de ouro, que falavam da misericórdia de Deus para com Israel e, por extensão, para com o mundo inteiro (2Co 5.18,19) (SILVA, 2013, p. 154).

3.6 Um vaso de ouro (Hb 9.4c). Quando foi feito o Tabernáculo com seus utensílios, “este vaso de ouro não nos foi revelado”. Mas aqui, o autor sagrado faz esta grande revelação desta urna de ouro que continha o maná. O maná provido por Deus no deserto, mas que não era do deserto, isso representa a Cristo que estava no mundo, mas que não era do mundo. Este se encontra num vaso de ouro, que representa o crente fiel que guarda em seu coração a Cristo e sua Palavra (Jo 14.20,21,23). O maná, mesmo tendo caído no deserto, era “pão do céu” (Êx 16.14,15). Seu sabor não era terrestre; era uma figura de Cristo na sua humilhação aqui no mundo, “o verdadeiro pão do céu” (Jo 6.32). O trigo era da terra; seu sabor era do lugar onde se encontrava.Era uma figura de Cristo, que mesmo sendo Deus, nasceu na Palestina e ali foi exaltado por Deus (SILVA, 2013, p. 155).

CONCLUSÃO

A adoração antiga era terrena, imperfeita, transitória, incompleta. Por outro lado, a adoração no Novo Pacto se firma em princípios celestiais, eternos e perfeitos.

REFERÊNCIAS

 GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus. CPAD.

 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

 SILVA, Severino Pedro da. Epístola aos Hebreus. CPAD

 WILEY, Orton. A excelência da nova aliança em Cristo. Central Gospel.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL (FORNECIMENTO DO MATERIAL) - PROF. PAULO AVELINO

Copyright © 2003 - 2024 Portal Escola Dominical todos os direitos reservados.